Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que o nome "natação para bebés" pode ser um pouco enganador, porque, na verdade, não são verdadeiras aulas para aprender a nadar. Por esse motivo, muitas vezes se designa essa atividade por "adaptação ao meio aquático", o que me parece mais correto.
Algumas questões a ter em conta:
Idade do bebé
Na maior parte das vezes, esta prática só é permitida a bebés com mais de 6 meses por questões regulamentares dos espaços que a promovem, pelo que acaba por ser a idade a partir da qual os bebés passam a ter acesso a ela. No entanto, não existe propriamente nenhuma limitação etária acima dos 3-4 meses que contra-indique esta atividade, desde que estejam garantidas as condições de segurança e supervisão.
Efeito nocivo do cloro/sal
É verdade que a pele dos bebés é naturalmente mais sensível, pelo que se deve tentar minimizar o contacto com químicos desnecessários. E, nesse sentido, o cloro pode ser visto como pertencendo a esse grupo. No entanto, em concentrações controladas, a maior parte dos bebés tolera bem o contacto com o cloro, pelo que não lhes causa nenhum tipo de problema de pele, o que faz com que deixe de ser um motivo de preocupação. De qualquer forma, é necessário estar atento a bebés com dermatite atópica ou outra alteração da sua pele, que são mais sensíveis à ação desses químicos e que podem agravar o seu problema de base. Nesses casos isso pode ser um impedimento, mas na maioria das situações mesmo os bebés com dermatite atópica toleram bem a água das piscinas.
Otites
A associação do aparecimento de otites quando as crianças vão para a piscina é mais um receio dos pais do que um verdadeiro problema. Às únicas otites que são potenciadas pela água da piscina são as otites externas, que não são muito frequentes, pelo que não constituem um risco real para a maior parte dos bebés/crianças. No entanto, é importante estar atento e, se surgirem mais otites e houver essa relação temporal com o início da ida para a piscina, faz sentido fazer uma avaliação médica para tentar perceber se existe alguma relação real ou não.
Risco de afogamento
É óbvio que o contacto de bebés com água acarreta sempre algum risco de afogamento que não pode, em situação nenhuma, ser negligenciado. Contudo, como estas atividades implicam a participação ativa de adultos, esse risco acaba por ser bastante minimizarão e acautelado.
As principais vantagens prendem-se com dois grandes aspetos:
É uma atividade motora
Os bebés devem ser fisicamente ativos e as atividades de adaptação ao meio aquático fomentam isso mesmo. Quanto mais se mexerem, mais se desenvolvem e mais felizes são e isso deve ser uma preocupação para todos os pais.
Implica interação com os pais
Em idades precoces os pais acompanham os filhos na piscina, o que acaba por ser vantajoso também na interação entre todos. No fundo, é mais uma atividade de lazer em família, com todos os benefícios que daí advêm.
Em jeito de conclusão, diria que não há propriamente uma idade mínima para frequentar as atividades de adaptação ao meio aquático, exceto pelo facto dos espaços poderem ter uma limitação de idade. Devem ser avaliados os prós e os contras e, acima de tudo, encarar como uma atividade lúdica e de lazer (têm de ser uma fonte de prazer para o bebé, senão não fazem sentido) e não como verdadeiras aulas para aprender a nadar, porque essas só estarão disponíveis mais tarde, quando as crianças são já capazes de interiorizar esse tipo de atividade motora e desportiva que é a natação.