A estreia do documentário Carol Patrocínio na Prime Video, a 30 de maio, marca um momento íntimo e revelador na trajetória de uma das figuras mais reconhecidas da televisão portuguesa. Pela primeira vez, Carolina Patrocínio convida o público a olhar para lá do ecrã, abrindo as portas da sua vida com uma honestidade rara - desde a exposição constante nas redes sociais até à complexidade de ser mãe, mulher e figura pública num país onde todas essas dimensões ainda carregam expectativas e julgamentos. Nesta entrevista com a apresentadora, a Máxima mergulha nos temas centrais explorados no documentário - a maternidade, o corpo, o equilíbrio entre carreira e família, e a pressão invisível de viver sob o olhar atento do público - numa conversa franca com Carolina, em que não há filtros, apenas a vontade genuína de contar a sua versão da história.
Qual foi o principal objetivo deste documentário? O que a motivou a avançar com este projeto?
O principal objetivo deste documentário foi passar de forma digna e transparente a minha história, porque todos temos uma história, todos somos feitos de muitos acontecimentos. Acho que tinha chegado à altura perfeita, ao fim de 20 anos a aparecer na televisão, de poder apresentar-me com as minhas fragilidades, que é um exercício muito difícil que faço neste documentário, porque dificilmente me veem falar sobre mim nestes termos e, por isso, é algo que me emociona muito.
E o principal objetivo [neste documentário] é passar a mensagem de que os meus problemas e os meus dramas não são diferentes de tantas outras mulheres que tenham conciliado a sua vida e a sua carreira com a maternidade. É um verdadeiro exercício de malabarismo em que somos heroínas dentro das nossas próprias histórias.

O que espera que o público retire desta partilha pessoal? Há alguma mensagem central que deseja transmitir?
Gostava que o público se aproximasse de mim, no sentido de perceber todos os desafios que tenho no dia-a-dia, como são diferentes do “mundo dos mortais”. Apesar de haver uma narrativa que paira sempre sobre mim - a da facilidade - e que nem sempre corresponde à verdade. Esta mulher forte com que me apresento tem os seus momentos. Foi precisa muita resiliência para chegar ao ponto de vida em que estou agora e fazer este exercício de auto-reflexão, de poder parar e ter este tempo, que é um luxo, de pensar em tudo aquilo por que já passei. É verdadeiramente impressionante para mim. Foi um exercício de que estava a precisar e não sabia.
Define-se no documentário como apresentadora e influencer. Se não tivesse seguido este caminho, que profissão teria escolhido? Tinha algum sonho de infância que ficou por concretizar?
Tinha muitos sonhos em criança. Sempre, confesso, virados para o palco, nesta veia artística. Quis ser bailarina, quis ser atriz, quis ser atriz de musical e foi isso que, numa primeira instância, me atraiu para os castings. Mas, no fundo, procurava uma oportunidade. E, mais do que isso, procurava tornar-me independente. Sou a segunda de seis irmãs e, naturalmente, a atenção era altamente repartida. Quis desde cedo tê-la por mim, provar que me tornaria independente nos meus próprios termos. Essa necessidade de procurar um lugar foi algo muito vincado desde cedo, e a vida trouxe-me para esta carreira em 2004, quando entrei na SIC. Ao fim de 20 anos, ainda consigo concretizá-la.

No documentário, vemos a Carolina a abordar temas que, em certos momentos, foram alvo de debate público. Um deles é a gravidez. O que a levou a querer falar abertamente sobre esse tema? Sentiu necessidade de dar a sua versão?
Eu vim para este documentário sem qualquer tipo de moldura, sem filtros, sem exigências, sem temas de que não quisesse de todo falar, sem tabus. Entreguei-me a esta equipa que cria documentários, para que eles pudessem narrar a minha história, porque, se não o fizesse, seria altamente manipulador eu fazê-lo dentro dos meus próprios termos. E, portanto, entreguei-me de alma e coração. O tema da gravidez e do exercício surgiu de forma natural, por este voyeurismo que existe em querer saber como é que eu me sentia, com tantas críticas. Os depoimentos são reais. Disse exatamente aquilo que senti na altura e aquilo que me motivou a seguir em frente.
Depois de quase duas décadas como figura pública, como lida atualmente com as críticas, comparando com os primeiros anos da sua carreira?
Lido com as críticas de uma forma muito mais saudável do que na altura em que comecei, naturalmente. Gostava que as pessoas percebessem que se uma mulher ou criança ouvir críticas em alturas diferentes da vida, por mais que sejam as mesmas críticas, vão ser interiorizadas de forma diferente. Quando levava, aos 16 anos, uma crítica sobre o meu aspecto físico, o mundo ruía, porque tinha as inseguranças naturais de uma menina de 16 anos, e isso criava muita insegurança na forma como lidava com a vida.
Esse mesmo comentário hoje, com 38 anos, com o sucesso que alcancei dentro da minha área, tem a importância que lhe quero dar, que muitas vezes é nenhuma. Portanto, nunca gosto de menosprezar o valor e o peso que tem uma crítica na altura errada. E, portanto, nunca [devemos] deixar de forma leviana passar esse bullying cibernáutico, o bullying da vida real, porque pode ser decisivo ou bloqueador na vida de uma pessoa.

Como mantém o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, especialmente quando tudo parece estar constantemente sob escrutínio?
Como é que eu faço essa seleção entre a vida pessoal e profissional? Com uma linha muito tenue, na verdade, porque gosto que as pessoas se aproximem da pessoa que eu sou, dando a conhecer a minha personalidade e, por vezes, eu própria vivo dentro dessa ambiguidade, o que é que eu posso partilhar, o que é que não posso, em que temas é que eu não me deveria meter, outros que são muito importantes para mim.
Agora, a minha família, naturalmente, é uma presença constante, nas redes, acho que esse escrutínio mediático vem precisamente porque há uma procura das pessoas que me seguem de querer saber como é que eu lido com as minhas irmãs, com os meus quatro filhos.... era impossível eu deixar de fora, principalmente quem me segue nas redes, um lado gigantesco da minha vida que é a maternidade.

Outro ponto muito presente no documentário — e na sua vida — são os seus quatro filhos. Como é educar crianças hoje em dia, numa altura em que se fala tanto de gentle parenting (parentalidade gentil)?
Bom, a educação dá para um debate infinito. Eu educo muito através do exemplo e os meus filhos acabam por ser cópias da vivência dos pais. Eu sou uma pessoa muito disciplinada e, portanto, a vida deles não poderia ser de outra forma. Para eu conseguir encaixar a agenda de quatro crianças, com personalidades diferentes, tenho que ter mão firme, é quase como liderar um exército.
Portanto, os meus filhos são educados com muita disciplina, com muito respeito pelo adulto; com as injustiças naturais de serem irmãos e que muitas vezes, se aquilo que está certo não é o que vai vingar, eles próprios têm que ser deparados com essas injustiças da vida. Muitas vezes eu assisto e deixo que elas se auto-resolvam. E, portanto, a educação, apesar de não ser uma coisa que eu tenha constantemente presente na minha cabeça, ajo de forma natural.
Mas, acima de tudo, aquilo de que mais me orgulho, o que mais quero passar aos meus filhos é auto-estima, autoconfiança. Para que eles se sintam úteis, se sintam independentes, confiem neles próprios para conseguirem ultrapassar todos os desafios da vida. Isso também não é uma coisa mensurável, é difícil passar-lhes auto-estima, não é dizer que eles são os maiores o tempo inteiro, pelo contrário: dar-lhes desafios, que eles muitas vezes vão ter dificuldade em superar, mas deixar que eles resolvam para ver como é que saem dali.

Este trabalho não segue um horário tradicional das 9h às 17h - é bastante versátil e imprevisível. Recebe críticas quando partilha momentos de trabalho e é questionada sobre o tempo com os filhos?
Eu não preciso propriamente do julgamento alheio para ter sentimento de culpa no que toca a esse campo da minha vida, porque eu sou a maior julgadora de mim própria. Eu sinto muita culpa quando tenho que delegar momentos importantes dos meus filhos, quando não consigo estar presente em horários tradicionais da família, porque trabalho com eventos - quem trabalha com eventos e com publicidade sabe a loucura que são os horários de trabalho, contra o relógio, contra a família. Muitas vezes ao fim de semana, sábados, domingos, feriados. Não preciso do julgamento de ninguém para eu própria já me sentir mal com esse campo da minha vida em que falho. Em que eu sou quase uma malabarista e vou deixando cair bolas e apanhando mais à frente .
Agora, acho que as mulheres estão sempre dentro de uma panela de pressão e elas próprias se focam nesse campo. E este documentário é também para elas, para que sintam empatia nesse campo, porque eu não sou diferente, eu tenho exatamente os mesmos desafios com os meus filhos, de não conseguir estar presente, ou conseguir, ou tentar compensá-los de outras formas. E, portanto, não sou diferente dos dramas normais de uma mulher que não trabalha nesta área.
Há um momento no documentário em que surge com o Gonçalo Melo, numa escolha de looks. Acredita que o estilo e a roupa têm influência direta no estado de espírito? Como vê a relação entre imagem e bem-estar?
Eu acredito que o estilo e a roupa, no meu caso, ajudaram-me até a nível de posicionamento. Eu tinha uma enorme dificuldade em descolar-me da miúda do Disney Kids, que foi uma coisa muito marcante na minha carreira. Eu era a miúda que apresentava os desenhos animados, sábados e domingos nas manhãs da SIC. E, portanto, eu delegar essa parte da minha vida do styling, e faço com o Gonçalo Melo que aparece no documentário, foi entregar uma parte da minha vida que me consumia muito tempo. Deixei para os melhores aquilo de melhor que sabem fazer. Portanto, para mim foi transformador eu apresentar-me com novos looks, uma nova forma de ser e de estar. Isso me dá confiança? Dá. Também muitas vezes procuro lugares fora da minha zona de conforto, mas delego bastante esse campo, confesso.

Em relação à beleza, qual é aquele produto que considera indispensável - um verdadeiro must-have na sua carteira?
Um must-have na minha carteira? Um hidratante para a boca.
Carolina Patrocício não sai de casa sem...
Sem telemóvel.
Qual é a sua rotina de beleza? Tem algum ritual que não abdica, mesmo nos dias mais preenchidos?
A minha rotina de beleza tem que ser muito prática e rápida, porque os slots para tratar de mim são muito curtos. Portanto, são o que eu considero mais básico, que é creme hidratante, máscara no cabelo e uma make-up bem simples.

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