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Celebridades

Blaya e o poder da autoestima pela música e pela dança

A ‘Máxima’ encontrou-se com a cantora para falar sobre feminismo, o preconceito contra o funk, como todas as mulheres podem ser sensuais e para partilhar a sua nova parceria com a Nike.

Foto: David Cabral Santos
12 de outubro de 2019 às 11:00 Aline Fernandez

É a primeira mulher a atingir o número um das 50 músicas mais tocadas em Portugal na plataforma de streaming Spotify. Blaya, nome artístico de Karla Regina Francelino Rodrigues, lançou o seu primeiro álbum a solo, Blaya Con Dios, este ano, depois dos recordes batidos em 2018 com o hit Faz Gostoso. O videoclip da música tem mais de 34 milhões e 900 mil visualizações e uma versão deste single foi criada para o último álbum de Madonna, Madame X. "O facto de a Madonna morar em Portugal e dos filhos ouvirem a música ajudou muito, mas isso só mostra que nós estamos a fazer boas músicas aqui e que existem bons artistas, produtores e compositores superbons, mas como Portugal é tão pequenino, às vezes não conseguimos chegar lá fora", contou Blaya à Máxima.

A antiga bailarina e cantora da banda Buraka Som Sistema parece estar sempre a elogiar o trabalho de equipa, a apoiar (principalmente) as mulheres, a olhar para quem está à sua volta. Num dos seus videoclips, Primeira Batida, fez questão de incluir língua gestual na coreografia, a pensar no sobrinho que mora no Brasil e é surdo. "A comunidade surda aqui em Portugal não têm grande possibilidade de perceber as músicas que se fazem no mundo inteiro, então decidi fazer isso, tal como fiz para outros vídeos para crianças", explicou sobre a atenção que dá a esta lacuna.

Blaya conversou com a Máxima enquanto se maquilhava para gravar o vídeo de uma nova iniciativa, a provar mais uma vez que as mulheres são mestres do multitasking. "É uma questão de hábito. E há cada vez mais mulheres a mostrar que realmente conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo, deixando as coisas sempre bem feitas", diz. No dia a dia, a cantora que é mãe de Aura Electra, de dois anos, demonstra sempre habilidade ao equilibrar a rotina de trabalho com a maternidade. "Tenho um parceiro ao meu lado que fica com ela muitas vezes e o meu trabalho faz com que eu consiga levá-la aos concertos e para todo o lado. Mesmo que não queiram eu levo", contou entre risos.

Não é fácil, até porque os seus concertos são bastante exigentes: cada espetáculo tem em média uma hora e vinte minutos, durante os quais Blaya canta e dança quase o tempo todo e "até há um momento que é de funk e aí eu meto-me de costas e rebolo", mas as pessoas, no geral, ainda pensam que é só isso. "É o que causa mais impacto e, por norma, as pessoas lembram-se do que causa mais surpresa – e às vezes nem é pelo ponto positivo, é pelo negativo. As pessoas dizem: ‘Ai, que horror, está ali a mexer os glúteos!’" Mas o facto é que após o espetáculo percebem que não é só rebolar – e a verdade é que também não teria mal nenhum se apenas o fosse.

Nas suas redes sociais, Blaya tem uma personalidade literalmente sem filtros também no que toca ao sex-appeal. "Tentei sempre mostrar que todas as mulheres conseguem ser sensuais, basta terem uma boa autoestima", defende. Mas uma das razões, diz, que faz com que poucas ainda se sintam assim é porque "existem muitas mulheres e muitos homens que criticam isso". "Mas quanto mais nós ignorarmos as opiniões negativas mais felizes vamos ser."

A luso-brasileira comunica-se abertamente com os seus seguidores, partilha experiências e opiniões pessoais, aborda temas tabu e apoia diferentes causas. "Cada pessoa usa a liberdade de expressão da maneira que ela bem entender, essa é a minha maneira de pensar. A tua pode ser de uma maneira completamente diferente, desde que seja para o bem e desde que incentive outras pessoas a libertarem-se já é muito bom", diz-nos. Blaya dá crédito à batalha dos pais, que saíram muito novos do Brasil, que a ajudaram no crescimento e na maturidade que tem hoje, aos 32 anos. "Isso deu-me força para trabalhar e trabalhar para fazer as coisas que eu quero e fazer acontecer", lembra. Começou jovem, já em 2001 a escrever rap. A primeira música que escreveu foi sobre o seu cão, que tinha morrido atropelado. Da experiência pessoal (até uma letra sobre o aquecedor a óleo fez) evoluiu até aos dias de hoje, onde a mulher é a grande protagonista das canções.

"A palavra feminismo é uma coisa gigante e muitos dos jovens de hoje em dia que não se preocupam muito com a vida não ligam muito ao feminismo, não lutam muito pelos direitos iguais ou pelo empoderamento da mulher", opinou Blaya, reiterando que, claro que há miúdas que lêem e apoiam a igualdade de género. No entanto, a cantora reforça que há ainda muitas poucas mulheres a apoiarem as próprias mulheres. "Sem elas perceberem apoiam mais os homens que as mulheres. Fazem isso, mas não é por mal, ainda por cima em relação à música é um bocado complicado." Em casa, Blaya já incentiva a filha a lutar pelo que quer. "Já é muito", ri-se. "À medida que ela cresce, vai percebendo que consegue fazer as coisas e não há nada que a impeça, é só preciso tentar, tentar e tentar e vai lá chegar."

O rosto de um novo movimento em Portugal

A cantora acredita que por gostar de exercício físico atraiu a atenção da Nike, uma marca que considera ser cheia de "energia e ligada à música". "Quando eles ouviram o meu próximo single Baza, sentiram que tinha muito a ver com marca. E o facto de eu dançar veio ajudar", explicou-nos, reforçando a mensagem que passa por trás das suas partilhas pessoais nas redes sociais. "Eu faço com que tanto os homens quanto as mulheres se sintam à vontade para dançar e serem quem eles realmente são."

Blaya é o rosto dos ténis Nike Air Force 1 Shadow em Portugal, o novo modelo exclusivamente feminino que homenageia as mulheres que são o motor de mudança nas suas comunidades. Além dos novos ténis, a marca criou um movimento internacional e, para representar o país, convidou a cantora. A artista acredita que o desafio é "uma possibilidade do mundo ver a capacidade dos bailarinos em Portugal". O Blaya for 1 convida, assim, as mulheres a partilharem uma coreografia de 60 segundos no Instagram e, entre vários prémios, oferecerá às duas vencedoras a oportunidade de integrarem o videoclip da música Baza ao lado de Blaya. Quem quiser participar, tem até ao dia 19 de outubro para liderar uma marcha em passos certos e confiantes (veja as instruções aqui).

E se quiser mesmo seguir os passos de Blaya, após dançar com os seus ténis na rua, descalce-os antes de entrar em casa. É exatamente o que a cantora faz.

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