O Príncipe William juntou-se a David Beckham, Steph Houghton, Tyrone Mings, Andros Townsend e Carlo Ancelotti numa mesa redonda virtual onde se discutiu a importância da saúde mental na comunidade futebolística. A conversa contou ainda com membros da campanha da Heads Up, associação americana para a saúde mental no futebol.
A conversa via digital aconteceu no seguimento da mais recente iniciativa do Duque de Cambridge, que fundou a Mentally Healthy Football Declaration, em linha com as ambições da mais recente campanha da Heads Up. No início do ano, William já tinha anunciado que se juntaria a várias estrelas do mundo do futebol, incluindo a famosa futebolista Alex Scott, em nome da saúde mental. A iniciativa culminou num filme para a campanha Heads Up. A declaração lançada por William, assinada pelos líderes da comunidade futebolística, é uma promessa escrita que garante que as ligas de futebol britânicas farão da saúde mental uma prioridade a todos os níveis do jogo, no futuro.
Durante a conversa em vídeo, o grupo discutiu como os estigmas ligados à saúde mental têm mudado nos últimos anos. Beckham reflectiu sobre um dos maiores arrependimentos na sua carreira - receber um cartão vermelho durante o Campeonato Mundial de 1998 num jogo entre Inglaterra e a Argentina, - e como, se as redes sociais existissem nessa altura, os efeitos na sua saúde mental teriam, provavelmente, sido muito diferentes. "Cometi um erro em 98 e a reação na altura foi bastante brutal. Se as redes sociais existissem quando eu estava a passar por aquela época, teria sido uma história completamente diferente", disse Beckham. "Mas eu tive sorte, tinha um sistema de apoio dentro do Manchester United, o manager, e obviamente a família. Mas será que na altura senti que não havia problema em ir ter com alguém e dizer que precisava de ajuda? Não, porque era uma época diferente".
Steph Houghton, jogador de Inglaterra e do Manchester City, também participou na conversa, acrescentando que acredita que mostrar vulnerabilidade faz de alguém um líder melhor. "Como líder, tento ser esta pessoa que é sempre forte e sempre muito positiva, mas a realidade é que por vezes também há dias maus. (…) Talvez um dia tenhas um dia mau, estejas um pouco em baixo ou talvez não tenhas jogado tão bem quanto possas, não há problema em mostrar isso".