O poderoso discurso de Oprah Winfrey (e o que nos quis verdadeiramente dizer)

Oprah Winfrey deixou uma plateia emocionada ao receber o prémio Cecil B. DeMille. Falou para as mulheres de ontem, de hoje e de amanhã.

08 de janeiro de 2018 às 11:24 Rita Silva Avelar

Um prémio que homenageia o contributo de várias pessoas na indústria do entretenimento, o Cecil B. DeMille foi entregue a Oprah Winfrey. A primeira mulher negra a receber este prémio, Oprah fez um discurso emotivo em que recordou o seu percurso. "Em 1964 eu era uma menina muito pequena sentada no chão de linóleo da casa da minha mãe em Milwaukee a ver a Anne Bancroft a apresentar o Óscar de Melhor Atriz durante a 36.ª edição dos prémios da Academia", começou por dizer. "Ela abriu o envelope e disse cinco palavras que fizeram literalmente história: o vencedor é Sidney Poitier." Estávamos em 1964 e nunca antes havia sido celebrado e reconhecido na indústria um homem negro como naquele dia. "O que um momento como este pode significar para uma pequena rapariga, a ver televisão numa cadeira pobre, ao mesmo tempo que a minha mãe entrava em casa depois de ir limpar as casas de outras pessoas… Hoje haverá também pequenas meninas a ver-me a receber este prémio."

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Apresentadora e ativista, Oprah também aproveitou o momento para celebrar as mulheres que se chegaram à frente para contar as suas histórias de assédio sexual. "A todas as mulheres que se sentiram fortes e seguras o suficiente para partilhar as suas histórias de abuso sexual." Terminou com uma mensagem importante para as gerações futuras: "Eu quero que todas as mulheres que estão a assistir saibam que há um novo dia no horizonte e que quando ele chegar será porque várias mulheres incríveis e homens fenomenais estão a lutar com toda a garra para se tornarem os líderes que nos levarão ao tempo em que ninguém terá de dizer #MeToo."

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Nesta 75.ª edição dos Globos mais de 300 pessoas ligadas à indústria do cinema apoiaram a iniciativa Time's Up, que assinalou a luta contra o assédio sexual, no trabalho e não só, aderindo à escolha do preto como dress code da gala ? para unir Hollywood e mostrar a solidariedade para com as vítimas.

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