Suplementos que não devem ser misturados com café
Existe cada vez mais um grande numero de pessoas com deficiência de vitaminas no corpo e o facto de fazermos este erro não ajuda. Fomos falar com Juliana Falchetti, nutricionista funcional, para percebermos melhor o que não devemos de fazer.

O consumo de café pode interferir na absorção de alguns suplementos essenciais, influenciando diretamente o sucesso das suplementações nutricionais. Juliana Falchetti, nutricionista funcional da Clínica Pilares da Saúde, especializada em Nutrigenética (uma ciência que estuda como os nossos genes influenciam a resposta ao que ingerimos), partilhou com a Máxima importantes informações sobre o impacto da cafeína na absorção de diversos nutrientes, alertando para os riscos de combinar a ingestão de café com certos suplementos.
Segundo Juliana Falchetti, "nem todas as pessoas respondem da mesma forma à ingestão de café", e esta variação depende de fatores genéticos que determinam a velocidade com que o nosso organismo metaboliza a cafeína, influenciando a sua permanência no corpo. Para os metabolizadores rápidos, os efeitos da cafeína duram em média duas horas. No entanto, para os metabolizadores lentos, "os efeitos da cafeína no corpo podem durar mais de 10 horas", o que pode prolongar o impacto negativo da bebida sobre a absorção de suplementos. Deste modo, a personalização das orientações alimentares e nutricionais, através da análise genética, permite uma abordagem mais eficaz, garantindo que cada indivíduo consiga ajustar os tempos de consumo de café e suplementação de forma otimizada.

Suplementos afetados pelo café
Ferro
A absorção do ferro é particularmente prejudicada pela cafeína. A especialista conta que "a cafeína inibe a absorção do ferro e pode agravar quadros de anemia". Este é um ponto especialmente importante em Portugal, onde a anemia afeta cerca de 20% da população, conta Juliana Falchetti. E não é só a cafeína que interfere; os taninos presentes no café também prejudicam a absorção do ferro, o que significa que até mesmo o café descafeinado pode ter um impacto negativo. Para quem toma suplementos de ferro, a recomendação é clara: manter um intervalo considerável entre a ingestão de café e a suplementação, de forma a maximizar a absorção do nutriente.
Vitamina D

A Vitamina D é outra vítima da cafeína, com cerca de 78% da população portuguesa apresentando insuficiência deste nutriente, acrescenta a médica. Estudos sugerem que a cafeína interfere na expressão do gene VDR - o principal gene associado à ação da vitamina D no nosso organismo. Isto pode ter consequências "para algumas pessoas [sendo que] o consumo de cafeína pode comprometer a saúde óssea". Assim sendo, é essencial que a suplementação de Vitamina D seja feita longe da ingestão de café.
Vitaminas C, Complexo B, Magnésio e Potássio
Além de interferir diretamente na absorção de nutrientes como ferro e Vitamina D, a cafeína tem também propriedades diuréticas, aumentando a excreção de vitaminas hidrossolúveis como a Vitamina C, vitaminas do complexo B, magnésio e potássio. Juliana Falchetti destaca que "o efeito diurético da bebida pode aumentar a excreção desses nutrientes", diminuindo assim os seus níveis no organismo. Para garantir uma suplementação eficaz, é importante evitar o consumo de café nas horas que rodeiam a toma destes suplementos.

O intervalo recomendado entre o consumo de café e a suplementação varia entre cada pessoa, com a recomendação geral a ser de pelo menos duas horas de separação entre ambos. No entanto, como lembra a médica, "existem muitas pessoas que precisariam de muito mais tempo que isso, ou mesmo deveriam repensar o consumo de café durante o período de suplementação". O acompanhamento personalizado, baseado na análise genética, é crucial para ajustar as recomendações de forma mais precisa e eficaz.
Para indivíduos que tomam contracetivos orais, a meia-vida da cafeína pode duplicar, prolongando ainda mais os seus efeitos no corpo e, consequentemente, o tempo necessário entre o consumo de café e a suplementação.

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