Menopausa em Portugal. 38% das mulheres que se apercebem dela não procuram um especialista
Para a maioria, os primeiros sinais da menopausa surgem antes dos 50 anos, com 25% a presenciarem sintomas antes dos 46 anos. Um estudo realizado com mil mulheres demonstra uma realidade muito assustadora.

A menopausa, uma fase inevitável na vida de todas as mulheres, continua a ser um tema envolto em desinformação e tabu em Portugal. O estudo "Menopausa: Como é vivida pelas mulheres em Portugal", promovido pela Wells e realizado pela Return On Ideas, com coordenação científica do médico ginecologista e obstetra Joaquim Neves, lança uma luz sobre as dificuldades e desafios enfrentados pelas mulheres portuguesas durante este período.
A desinformação acerca da menopausa é um dos problemas mais iminentes revelados pelo estudo. Uma alarmante percentagem de 81% das mulheres não consegue distinguir claramente entre menopausa e perimenopausa (também chamada pré-menopausa, é um período de transição entre a idade fértil da mulher e a menopausa). Esta falta de conhecimento impede uma preparação adequada, deixando muitas mulheres à mercê dos sintomas sem as ferramentas necessárias para os enfrentar. Para a maioria, os primeiros sinais da menopausa surgem antes dos 50 anos, com 25% a presenciarem sintomas antes dos 46 anos. No entanto, a preparação para esta fase crucial da vida é frequentemente negligenciada, com 61% das mulheres em perimenopausa a não planear tomar medidas preventivas.

Os sintomas da menopausa são amplamente conhecidos, mas o estudo sublinha a sua severidade e a frequência com que ocorrem. Nove em cada 10 mulheres experienciam, em média, sete sintomas diferentes. As ondas de calor, a gordura abdominal, as insónias, as alterações de humor e a fraqueza ou cansaço frequente são as queixas mais comuns. Estes sintomas podem durar até dois anos, com 34% das mulheres a considerarem-nos intensos ou muito intensos.
No que toca à saúde mental das mulheres, é de destacar que é particularmente vulnerável durante a menopausa. Cerca de 29% das mulheres em perimenopausa ou plena menopausa classificam o seu estado psicológico como pouco ou nada saudável. A depressão, a ansiedade, a falta de memória e a dificuldade de concentração são sintomas muitas vezes não associados à menopausa, mas que afetam profundamente a qualidade de vida.
Por outro lado, a vida sexual das mulheres também sofre significativamente durante a menopausa. O estudo revela que 46% das mulheres com parceiro/a reconhecem efeitos negativos na sua vida sexual, com 37% a identificarem a perda de libido como um fator crucial. Além disso, a autoestima das mulheres é fortemente impactada, com 39% a admitirem que a sua autoimagem piorou devido à menopausa. O aumento de peso e a perceção de envelhecimento são fatores que contribuem para esta visão negativa.

A menopausa permanece um tema pouco discutido na sociedade portuguesa, com quatro em cada cinco mulheres a considerarem que há pouco debate sobre o assunto. Este silêncio leva a que muitas mulheres só discutam as suas experiências em círculos fechados, como entre amigas, enquanto 60% das que estão num relacionamento escolhem não abordar o tema com o parceiro. A falta de apoio institucional e do mercado é igualmente sentida. Três em cada cinco mulheres acreditam que as marcas devem ser mais proativas em responder às necessidades das mulheres na menopausa.
Um dos aspetos mais preocupantes do estudo é a insuficiência do acompanhamento médico durante a menopausa. 38% das mulheres que se apercebem da aproximação à menopausa não procuram um especialista ou demoram pelo menos um ano a fazê-lo. Em plena menopausa, 14% das mulheres não têm qualquer acompanhamento profissional, e 73% não fazem qualquer tratamento específico. Os resultados deste estudo são um apelo claro à necessidade de maior educação, apoio e discussão sobre a menopausa em Portugal. É crucial que as mulheres tenham acesso a informação precisa e a apoio médico adequado para enfrentar esta fase com a dignidade e o cuidado que merecem. A sociedade e o mercado devem unir-se para quebrar o silêncio e proporcionar as ferramentas necessárias para melhorar a qualidade de vida das mulheres durante e após a menopausa.

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