Este novo estudo de Harvard revela os benefícios da dieta mediterrânica
Um estilo de vida mediterrânico envolve mais do que uma alimentação saudável e reduz o risco de morte em 29%, revela investigação recente.
Foto: iStock by Getty Images25 de agosto de 2023Ângela Mata
A dieta mediterrânea é uma das mais elogiadas pelos seus inúmeros benefícios que traz à saúde. E a verdade é que é muito mais do que uma dieta à base de frutas, vegetais e grãos integrais. É também um estilo de vida que valoriza a atividade física, o dormir bem e até está sintonizado com uma série de códigos sociais - como o estar-se à mesa, a comer, a partilhar.
Um novo estudo da Universidade de Harvard vem agora garantir que aderir a este estilo de vida mediterrânico, especialmente na meia-idade, pode reduzir o risco de morte precoce e, particularmente, de cancro. O estudo questionou 110.799 pessoas, com idades entre os 40 e os 75 anos, no Reino Unido, sobre a frequência com que consumiam alimentos da dieta mediterrânica, se limitavam os açúcares e sais adicionados, os tipos de bebidas que bebiam e com que frequência dormiam, faziam exercício e socializavam com familiares e amigos.
Durante um período de nove anos, um estilo de vida mediterrânico reduziu o risco de morte em 29% e de morte por cancro em 28%, concluiu o estudo. Dormir uma sesta, fazer exercícios e passar tempo com os entes queridos foram mais fortemente associados à redução dos riscos e também à redução do risco de morte por doença cardíaca. Os investigadores fizeram uma pesquisa de acompanhamento sobre a saúde atual dos participantes: das 110.799 pessoas, 4.247 morreram por todas as causas, 2.401 por cancro e 731 por doenças cardiovasculares.
O estilo de vida mediterrânico também tem sido associado à redução da pressão arteriale do colesterol, e a um menor risco de diabetes tipo 2, pré-eclâmpsia, síndrome metabólica e declínio da função cerebral, de acordo com a Cleveland Clinic. Foi descoberto que melhora a saúde do coração e do intestino.
A dieta Mediterrânica deriva das dietas tradicionais de 21 países que fazem fronteira com o Mar Mediterrâneo, incluindo Itália, Grécia, Croácia, Turquia e Mónaco. Locais onde abundam verduras frescas, frutas, peixes, nozes e azeitonas.
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Tal como o nome indica, e segundo a Associação Portuguesa dos Nutricionistas, a dieta Mediterrânica "teve a sua origem nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo ou que por ele são influenciados. Este padrão alimentar começou a ser falado nos anos 50 e 60 do século XX , sobretudo à luz do que se praticava em Creta, em outras regiões da Grécia e no sul de Itália".
Na prática, é um lifestyle marcado pela diversidade e por um conjunto de características que vão desde o consumo elevado de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e frescas e frutos secos e oleoginosos), o consumo de produtos frescos, a utilização do azeite como principal gordura para cozinhar ou temperar alimentos, o consumo baixo a moderado de lacticínios, o consumo frequente de pescado e baixo de carnes vermelhas, o consumo de água como a bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as refeições principais, a prática de atividade física diária e o fazer as refeições em família ou entre amigos, promovendo a convivência entre as pessoas à mesa.
"Este estudo sugere que é possível que as populações não mediterrânicas adotem a dieta mediterrânica utilizando produtos disponíveis localmente e adotem o estilo de vida mediterrânico geral dentro dos seus próprios contextos culturais", afirmou a investigadora Mercedes Sotos Prieto, professora de saúde ambiental. A dieta mediterrânica foi também eleita a melhor dieta global, pelo sexto ano consecutivo, pelo US News & World Report, onde é referida a importância de encher o prato com alimentos integrais e grãos ricos em nutrientes. Pode assim concluir-se que uma vida mediterrânica é (à partida) aliada de uma vida mais longa.
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