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Beleza / Wellness

Devemos, ou não, dormir sem roupa interior? Falámos com uma ginecologista

Pode parecer um detalhe irrelevante, mas o que vestimos (ou despimos) para dormir pode ter um impacto direto na nossa saúde íntima, bem-estar e até na nossa sexualidade. Cada vez mais médicos e estudos reforçam que dormir sem cuecas pode ser um hábito pequeno, mas com grandes benefícios. A Máxima foi descobrir mais sobre este tema.

Foto: Unsplash
30 de abril de 2025 às 15:45 Inês Henriques / Com Rosário Mello e Castro

Durante muito tempo, a escolha da roupa que usamos para dormir foi associada ao conforto, à cultura ou até à estética. Mas hoje, o foco está em algo mais essencial: a saúde. Para ter uma boa noite de sono, há quem tenha uma série de rituais noturnos, como ligar um humidificador com óleos essenciais ou borrifar um spray de lavanda na almofada. E também há quem não consiga dormir sem meias.

Agora, sabe-se que dormir sem roupa interior é um hábito recomendado, sendo cada vez mais comprovado na medicina como prática saudável. A Máxima falou com Joana Félix, ginecologista-obstetra da Uffizi Clinic, que nos começou por afirmar que "sim, dormir sem cuecas pode ser benéfico para a saúde íntima feminina. Embora não seja uma regra universal, é uma prática frequentemente recomendada por ginecologistas, sobretudo para mulheres que apresentam maior sensibilidade na zona genital ou tendência para infeções".

Mas quais são os benefícios de dormir sem cuecas? Joana Félix destacou-nos dois essenciais. A prevenção de infeções, uma vez que esta prática vai permitir que a zona íntima respire, isto é, que se mantenha arejada e livre do excesso de calor e humidade, tópicos que favorecem o aumento de fungos e bactérias, como nos explicou. A área íntima precisa de respirar, principalmente depois de passarmos horas com a mesma lingerie e a utilizar roupas que evitam a transpiração adequada.

O segundo benefício é a redução de irritações e fricção, principalmente para quem usa cuecas mais apertadas ou em tecidos sintéticos. Muitas pessoas ao acordar sentem comichão ou têm vermelhidão na área íntima, e a razão não tem de ser necessariamente infeção, podendo estar por vezes nas costuras da roupa íntima em contacto prolongado com a pele.

Dormir com roupa interior traz mais consequências do que pensamos. "Infeções genitais recorrentes, como candidíase ou vaginose; irritações da pele ou da mucosa vaginal; sensação de desconforto, comichão ou humidade constante, e impacto na sexualidade e autoestima: o desconforto físico pode afetar o desejo sexual e a relação com o próprio corpo", informou-nos Joana Félix.

Este tema pode ser novidade para alguns mas não é para todos. A verdade é que este hábito já foi até praticado por celebridades, como é o caso de Marilyn Monroe. Provavelmente a atriz não estava propriamente a pensar na sua saúde íntima quando decidiu que preferia dormir apenas com cinco gotas de perfume Chanel Nº5, pois afirmava que os pijamas perturbavam-lhe o sono, mas definitivamente a sua escolha de deitar-se sem roupa foi um gesto de liberdade e também uma prática que viria a ser mais tarde comprovada como saudável.

"Dormir nu pode trazer benefícios globais para o corpo — desde a regulação térmica até ao bem-estar emocional. Estudos sugerem que a ausência de roupa facilita a descida natural da temperatura corporal durante o sono, o que favorece um descanso mais profundo e restaurador", disse a ginecologista.

No entanto, a decisão de usar ou não roupa íntima na cama é puramente pessoal e não deve ser encarada como obrigação. Para muitos, pode nem ser fácil largar o hábito antigo, podendo sentir uma certa estranheza inicial. Mas é importante ter em mente todas as vantagens de introduzir esta pequena mudança na rotina noturna. "Do ponto de vista da saúde íntima, dormir de pijama (sem cuecas) pode ser uma excelente alternativa, desde que se opte por peças largas, confortáveis e confeccionadas em tecidos naturais, como o algodão", concluiu a ginecologista-obstetra da Uffizi Clinic. Já para aqueles dias mais difíceis, em que para as mulheres a cueca se torna indispensável, pode sempre experimentar utilizar cuecas menstruais.

A lógica é que quanto menos camadas, mais ventilação. Quanto menos quente e húmido, menos propício a bactérias. Numa altura em que falamos cada vez mais de bem-estar e liberdade corporal, é hora de repensar e, quem sabe, descobrir que menos, neste caso, é mesmo mais.

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