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Beleza / Wellness

Alergias no inverno? São muito mais do que só espirros e comichões

Ao contrário da crença popular, as alergias não aparecem apenas na primavera, estando também bastante presentes no inverno e no outono, e com tendência a agravarem-se quanto mais tempo passarmos dentro de casa. Conversa com João Gaspar Marques, imunoalergologista da Sociedade Portuguesa de Imunoalergologia.

Foto: Pexels
02 de fevereiro de 2023 às 07:00 Ana Filipa Damião

Pensar que as alergias só surgem na primavera, na estação em que há muito pólen no ar, é uma ideia comum mas errada, uma vez que as alergias aparecem também no inverno e no outono, quando as temperaturas descem, e que podem até ser mais incomodativas do que a primeira situação.

"A doença alérgica pode manifestar-se de diversas formas, nomeadamente rinite alérgica (que afeta a mucosa nasal), conjuntivite alérgica (que afeta a membrana que reveste o olho), asma (que afeta os brônquios), dermatite atópica (que afeta a pele) e esofagite eosinofílica (que afeta o esófago), explicou João Gaspar Marques, imunoalergologista da Sociedade Portuguesa de Imunoalergologia, em conversa com a Máxima. "No entanto, em linguagem mais popular, quando nos referimos a alguém como tendo "alergias", habitualmente falamos de uma pessoa com rinite alérgica", definida como a persistência de pelo menos dois sintomas durante uma hora por dia ou por mais de 12 semanas por ano.  

Foto: D.R

Mas, afinal, o que diferencia as alergias do inverno das da primavera? Embora os sintomas das duas possam ser muito semelhantes, como os típicos espirros, comichão e pingo no nariz, as causas são claramente distintas. "Enquanto na primavera a exposição a pólenes é um dos principais fatores envolvidos, no outono e inverno estes níveis polínicos são geralmente reduzidos", clarifica o imunoalergologista. As alergias nas estações mais frias do ano tendem a aumentar quando passamos mais tempo dentro de casa, devido aos níveis elevados a que podem chegar vários alergénios comuns como os ácaros do pó doméstico, os pelos dos animais e os fungos

A rinite alérgica, uma das condições mais comuns, não está associada a risco de morte, embora tenha um impacto negativo na rotina diária dos doentes, prejudicando a sua qualidade de vida, função cognitiva e produtividade. Alterações do sono, fadiga e irritabilidade são algumas das consequências de menor dimensão. Por outro lado, e se a condição não estiver controlada, esta pode levar ao desenvolvimento de outros "processos patológicos relacionados, incluindo sinusite aguda e crónica, recorrência de pólipos nasais, otite média, diminuição da acuidade auditiva e asma". 

É por isso que, a par do aconselhamento médico essencial, devemos procurar outras formas que ajudem a minimizar os sinais de manifestação. "Manter a casa limpa é sempre uma meta, mas pessoas com alergias devem ter cuidados redobrados. Entre os passos que devem ser considerados salienta-se aspirar a casa frequentemente, evitar tapetes e carpetes, manter os brinquedos limpos e evitar os peluches, a utilização de capas para os colchões e almofadas e tentar diminuir a exposição a bolores/humidade". Nos casos mais incomodativos, pode-se também recorrer a medicamentos anti-histamínicos: "a consulta de um imunoalergologista pode garantir a opção por fármacos mais eficazes para a situação clínica em causa e com menos efeitos adversos".

As alergias podem ser hereditárias?

Os dados indicam que "algumas famílias parecem ter um risco acrescido de vir a sofrer de condições alérgicas relativamente à população em geral", e que esta tendência familiar tenha uma ligação genética conhecida como atopia, alerta João Gaspar Marques. "Estima-se que mais de metade das crianças nascidas em famílias atópicas poderão desenvolver uma doença alérgica, enquanto a incidência em crianças sem história familiar do género é de uma em cada cinco. O risco é ainda mais elevado para famílias em que ambos os pais sofrem de alergias". 

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