Como o Gua Sha moldou a minha cara para sempre
Depois de meses a analisar os vídeos partilhados na Internet sobre a pedra, dita miraculosa, não podia deixar escapar a oportunidade de a testar. Dois anos depois, o meu rosto está mais esculpido do que nunca - e sem liftings!

O ano é 2021 e a pedra misteriosa inundava o "for you page" do TikTok. Os antes e depois, que eram aos milhares, deixaram-me intrigada e curiosa para ver se resultaria comigo. Vou confessar, mas terá de ser guardado em segredo: sou alguém que acorda com o rosto todo inchado. Sim, inchado mesmo. Não sei porquê, e antes que venham com teorias, as minhas análises estão todas positivas e não tenho qualquer diagnóstico de pele que explique o fenómeno. Nunca foi algo que me causasse confusão; pensava que era assim e pronto. Aceitei - até ao momento em que decidi arriscar e comprar um Gua Sha, depois de ver inúmeros vídeos.
Vamos começar pela contextualização: Gua significa "raspagem" e Sha "petéquias" (pequenas manchas avermelhadas) em chinês. Se juntarmos as duas partes, referimo-nos à prática chinesa que envolve o uso de uma pedra plana para massajar o rosto ou o corpo, visando melhorar a circulação sanguínea. Inicialmente, o Gua Sha era utilizado para tratar duas coisas: questões relacionadas com sobreaquecimento e doenças sazonais, como conta Ervina Wu, fundadora da marca de Gua Shas YINA e doutorada em Filosofia de Medicina Tradicional Chinesa e Herbologia Chinesa pela Faculdade de Medicina Tradicional Chinesa de Zhejiang, à Harper's Bazaar.

Esta técnica, que remonta à Dinastia Ming, foi ajustada e modernizada, como se pode observar nos vídeos da internet, mas mantém sempre as bases da Medicina Tradicional Chinesa. Regressando ao que interessa, após realizar a compra online, comecei a estudar o método adequado de utilização e concluí que devemos sempre ter a pele lubrificada (com óleo, creme ou até água) para garantir a suavidade nos movimentos.
Depois de alguns meses e umas análises às fotos antigas, notei uma diferença extrema. Para começar, tinha as maçãs do rosto e o maxilar mais definidos, os olhos menos inchados e mais abertos, e senti uma melhoria nas dores de cabeça, algo que não estava à espera. O último foi inesperado, mas, na verdade, se tivesse pesquisado, saberia que esta prática é conhecida por relaxar a tensão muscular, aliviar a dor e melhorar a circulação sanguínea. É de realçar que esta é uma prática que deve ser realizada diariamente para se obterem os efeitos. Merece atenção e muita paciência.

Como se realizam os movimentos? Para começar, sempre com um ângulo de 30-45 graus. Começamos pelo pescoço, pois nunca o devemos esquecer mesmo nas rotinas de cuidado da pele – "o pescoço é a continuação da cara", ouvimos dizer tantas vezes pelas gurus da beleza (tanto que há cosméticos destinados somente a esta zona). Devemos movimentar a pedra, com a parte lisa mais longa, de baixo para cima até chegarmos ao maxilar, onde vamos abanar a pedra com movimentos suaves, libertando a tensão existente. Repetimos este passo algumas vezes, recomenda-se 4x. Passamos depois para o maxilar, aqui dividimos a pele em dois e realizamos os movimentos de um lado e depois do outro, utilizando a parte da pedra que se assemelha a um "c", do queixo até à orelha, abanando a pedra no final.
Passamos depois para o rosto. Aqui é importante, com a outra mão, agarrar levemente a pele perto da boca para fornecer uma tensão leve, permitindo que o movimento seja realizado suavemente. A ação vai da boca até à linha do cabelo, com a parte lisa da pedra, sempre repetindo algumas vezes. Depois, passamos para as maçãs do rosto, onde vamos reposicionar a pedra para conseguirmos utilizar a parte "c". O movimento é igual aos anteriores, começando perto do nariz e acabando na linha do cabelo. Em relação aos olhos, é de realçar que esta zona é muito sensível, e por isso, todo o cuidado é essencial. Devemos, muito levemente, passar a pedra do canto até à linha do cabelo.
Acabada a zona das pálpebras, avançamos para a testa. Aqui existem dois movimentos: primeiro, com a parte "c", contornamos a sobrancelha, sempre com um efeito lifting, até chegarmos à zona do cabelo. Depois, com a parte mais lisa, fazemos movimentos para cima, abanando a pedra no fim.

Num mundo cheio de produtos de beleza e promessas mirabolantes, o Gua Sha foi um refúgio divertido e surpreendente. Faz parte da minha rotina da manhã, é algo que faço assim que saio da cama. Nos dias em que não realizo esta prática, confesso não me sentir a 100%. Levou algum tempo, mas nunca me senti tão esculpida e com um efeito lifting.

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