Achavam que era impossível o cor-de-rosa resistir a mais uma estação? Pensem outra vez. É uma questão da chamada matemática de raparigas: se voltarmos a usar tudo o que comprámos nesta cor em 2023 este ano, então já rendeu. Doritos para jantar? Bem-vindos ao menu de degustação do ‘girl dinner’, servido às 17h, hora a que acaba o #lazygirljob.
Tão depressa quanto dissemos "Hi Barbie!" o mundo foi engolido num algodão doce para meninas e antes que chamem delulu (a nova palavra para designar quem tem expectativas fora da realidade) ao nosso regresso ao passado deixem-nos adormecer mais uma noite com sonhos cor-de-rosa. É que depois de descobrirmos (e experienciarmos) tudo o que há de tão pouco apelativo na vida de uma mulher adulta, todos os caminhos (da Moda ao Cinema) foram dar à nossa infância e agarramo-nos a todas memórias e laços que encontrámos pelo caminho.
Começámos pela reapropriação das palavras girl e puf e tudo se tornou parte de um exclusivo clube de raparigas, em que não importa que idade tens ou o que fazes, importa gostares de todas as coisas fofas que há no mundo. O mesmo mundo que, tal como nós, continua em transição, que tanto nos apoia de forma justa quanto nos obriga a começar do zero na luta pelos nossos direitos mais básicos. Sinceramente, é cansativo. Vai ser um lip gloss a resolver todos os nossos problemas? Claro que não. Mas se esse pouco de brilho nos fizer lembrar da altura em que a tarefa mais complicada das nossas vidas era decorar a coreografia de Wannabe e aliviar 0,000001% do transtorno (lá está, girl math) então passem-me o espelho em forma de coração e esse batom porque é uma Girl-aissance e eu quero permanecer nela até 2055.