Dos 100 aos 5 euros, testámos as cinco bases mais faladas do momento
E a nossa pele nunca recebeu tantos elogios.

Light Reflecting Foundation, €51,99, 36 tons, Nars
Há muito tempo que procurava o Santo Graal das bases: uma cobertura ok, que sirva para me dar um ar mais cuidado, mas sem a aparência de uma maquilhagem pesada. Apesar de ter pele mista, não me deixei assustar pelo caráter de brilho que oferecia e decidi dar uma oportunidade ao último lançamento da Nars. A embalagem com um pump ajuda bastante a não desperdiçar produto e depois de algumas primeiras utilizações feitas com os dedos (como a marca aconselha), acho que posso afirmar que funciona melhor com uma esponja. Com uma textura líquida, quase sérum, é muito fácil de aplicar e não é o tipo de produto que precisa de um doutoramento para ser bem aplicado. Se acertarem, como eu, no tom, fica impercetível na pele – e aí reside, na minha opinião, parte do problema. Mas vamos começar pelos pontos positivos: super fluida, mas devidamente pigmentada, cumpre com o que promete, o brilho. A tez fica com um aspeto mais uniformizado, saudável e resplandecente, mas não necessariamente tão natural quanto esperaria. Apesar de parecer inofensiva, aconselho a manusear com cuidado pois uma camada pode parecer pouco, mas duas demasiado. Oferecendo alguma cobertura, sinto que a sua durabilidade não é à prova de peles oleosas: se não colocar algum pó em zonas críticas acabo por terminar o dia com a sensação de que o produto foi desaparecendo e sobrou apenas a minha oleosidade. A base é composta por cerca de 70% de ingredientes de skincare (após seis semanas de utilização a marca promete uma melhoria na aparência da pele mas ainda não cheguei lá) e talvez seja esse o red flag com a minha pele esquisitinha, que requer cuidados de rosto muito específicos. As minhas amigas com pele mais seca adoram-na, por isso e sem querer ser injusta, acho que é um daqueles casos ‘não és tu, sou eu’.


Phyto-Teint Perfection, €96,90, 29 tons, Sisley
Primeiro dia da menstruação, poucas horas de sono, demasiada roupa para um dia que se revelou demasiado quente (vá lá, malta da meteorologia, decidam-se): os piores dos #firstworldproblems tornaram-se o cenário de teste perfeito para o produto que promete melhorar a nossa aparência em qualquer situação – a base. Pois que esta não era uma missão para uma base qualquer, mas à partida um produto que contém a palavra Sisley é, regra geral, à prova de tudo. As expetativas estavam altas e nem sequer vou fazer suspense porque se um produto de beleza me consegue fazer sentir bonita no meu pior dia então merece toda a minha pontuação. Com uma cobertura média que pode ser trabalhada para alta, a Phyto-Teint Perfection faz-nos crer que a perfeição existe ao juntar o melhor de dois mundos, o mate e o brilhante. A textura fluida permite ser facilmente aplicada com pincel ou com os dedos e o acabamento parece um filtro (dos bons) de tão natural que fica na pele. Realçar que precisa de uma quantidade mínima de produto para dar um ótimo resultado (uma só camada é suficiente, o que em girl math = investimento seguro). Apesar de discreta, cobre as imperfeições e deixa a pele radiosa, com um ar saudável, meio aveludada, e os poros disfarçados. Indicada para todos os tipos de pele (a minha é mista e cheguei ao final deste dia tenebroso impecável e sem precisar de pó), vem recheada de propriedades hidratantes que cuidam da tez não só nos dias maus, mas a longo prazo.


Studio Radiance Serum-Powered, €52, 56 tons, MAC Cosmetics
‘Mas para quê mexer num clássico?’ foi a pergunta que eu e meio mundo fizemos quando descobrimos que a MAC Cosmetics iria lançar uma versão de uma das bases preferidas do universo da Beleza, a Studio Fix Fluid. E antes de deixar a resposta para peles alheias, testámos o fond de teint mais leve da marca do Canadá, que não lançava uma base há dez anos. A Studio Radiance apresenta-se como uma versão mais leve da Studio Fix e tal como o próprio nome indica pretende oferecer-nos um acabamento mais radiante. Algures entre a fórmula da levíssima Sheer Face and Body e a à prova de casamentos Studio Fix, a Studio Radiance é composta por 80% de ingredientes de tratamento (como uns 10% de ácido hialurónico, só para despertar a vossa atenção) e vem com partículas iridescentes (em prateado ou dourado) que ajudam a cumprir com a promessa. É descrita como adequada a peles sensíveis e não obstrui os poros, o que é um plus sempre interessante para a minha pele com tendência acneica. Quando coloquei um pouco na mão antes de aplicar fiquei um pouco receosa com a quantidade de brilho, mas na pele acaba por dar 'apenas' um aspeto super saudável e luminoso e mesmo com uma cobertura surpreendentemente eficaz deixa a pele com aspeto de... pele (aleluia). Pesquisando sobre a base descobri que a marca criou primeiro um sérum hidratante e só depois começou a adicionar pigmentos e pérolas de cor, num processo que levou cinco anos. Com três gotas para o rosto todo (a marca aconselha a usar um pincel largo para a espalhar e segui à risca as instruções) disfarçou as minhas imperfeições e deu um glow à pele – adoraria mantê-la por si só mas prevendo o pior da minha pele mista levei um pouco de pó translúcido comigo na carteira para fazer o derradeiro teste de 12 horas. Mais ou menos a meio do dia (que está naquele calor incerto de primavera) apliquei um pouco na zona T, o que não adulterou a sensação que é quase de um bom creme. Em equipa vencedora não se mexe, a não ser que sejas a MAC.


Natural Matte Mousse, €4,99, 7 tons, Essence
Os anos 2000 ligaram e trouxeram a base em mousse de volta. Se a junção destas palavras lhe dá um arrepio pela coluna, saiba que este novo lançamento da Essence veio adequado ao presente. Claro que mantém os atrativos originais: é fácil de transportar, não requer grandes skills de aplicação e tem uma textura super agradável e bem cremosa. Mas ao contrário das que fazem parte do meu livro dos horrores de memórias do secundário, não ficamos a parecer uma boneca da Shein. Espalha-se bem na pele e tem aquele acabamento aveludado e ligeiramente empoeirado, do efeito mate, que transmite um ar cuidado. Com uma cobertura média q.b. – não espere uma base de alta cobertura, mas dá para ir sendo trabalhada e aperfeiçoada até chegar a uma média –, disfarça pequenas manchas ou até borbulhas menos evidentes. Um plus é a quase inexistência de aroma que não interfere com a de outros produtos que possa estar a usar. É aconselhado para pele normal a oleosa e na minha mista superou o teste do tempo. Os ingredientes são vegan, como aliás toda a marca, e aconselharia como uma ótima base para principiantes em maquilhagem ou rostos mais jovens. Como gosto de produtos mais consistentes e de bases mais luminosas, não entra para o meu top de preferências, mas tendo em conta que estamos a falar de um produto que não chega aos 5 euros, a relação qualidade/preço parece-se bastante satisfatória.


Vinocrush Créme Teintée, € 31,90, 5 tons, Caudalie
Confesso que tive algumas dúvidas em incluir este produto numa lista de bases, temendo pela sua prestação nesta batalha, mas a verdade é que este aparentemente inofensivo creme com cor dominou a arena. A cobertura é leve, mas suficiente para uniformizar o tom da pele e dar aquele ar de 'acordei assim, plena e radiosa' ideal para quem prefere de um look mais fresco e natural no dia-a-dia ou, como eu, gosta de ter uma opção menos comprometedora, mas ainda assim eficaz para o fim-de-semana (ou para o ginásio, não me julguem!). A Caudalie é uma marca que chama a atenção a cada novo lançamento e este recebeu algumas sobrancelhas levantadas pela sua pouca diversidade de tonalidades. A justificação por trás desta escolha é a de que o Vinocrush contém um milhão de cápsulas vegetais que protegem os pigmentos naturais da oxidação e quando esmagadas ao aplicar o creme revelariam um tom fiel ao da nossa pele, o que faria com que não precisasse de tantos tons. O conselho de utilização indica uma gota para rosto e pescoço, mas precisei sempre de um pouco mais de todas as vezes que utilizei (até porque sendo a base em tubo, o que é uma gota?) – aplicado com a ponta dos dedos, o produto espalha-se facilmente e as pequenas cápsulas são percetíveis, como se se tratasse de um esfoliante super suave. O tom, que me parecia demasiado escuro, foi-se aproximando do meu e quando terminei de aplicar parecia que tinha apenas acordado particularmente de bem com a vida. A fórmula - que inclui ácido hialurónico, água de uva e as queridinhas do momento, niacinamidas - torna-o num mix entre tratamento e maquilhagem, que hidratada, apazigua e reduz a aparência dos poros mais dilatados (pontos extra para as embalagens 100% recicladas). Aguentou bem para o efeito pretendido (aquele glow de um sábado com as horas de sono cumpridas), mas para um dia de semana mais corrido sinto que teria deixado a minha pele um pouco oleosa; acredito que um bom primer mate ou um pouco de pó resolveriam o assunto. O único fator negativo, e sinceramente não sei como a marca não pensou nisto, é: onde está a proteção solar?


