Há muito tempo que procurava o Santo Graal das bases: uma cobertura ok, que sirva para me dar um ar mais cuidado, mas sem a aparência de uma maquilhagem pesada. Apesar de ter pele mista, não me deixei assustar pelo caráter de brilho que oferecia e decidi dar uma oportunidade ao último lançamento da Nars. A embalagem com um pump ajuda bastante a não desperdiçar produto e depois de algumas primeiras utilizações feitas com os dedos (como a marca aconselha), acho que posso afirmar que funciona melhor com uma esponja. Com uma textura líquida, quase sérum, é muito fácil de aplicar e não é o tipo de produto que precisa de um doutoramento para ser bem aplicado. Se acertarem, como eu, no tom, fica impercetível na pele – e aí reside, na minha opinião, parte do problema. Mas vamos começar pelos pontos positivos: super fluida, mas devidamente pigmentada, cumpre com o que promete, o brilho. A tez fica com um aspeto mais uniformizado, saudável e resplandecente, mas não necessariamente tão natural quanto esperaria. Apesar de parecer inofensiva, aconselho a manusear com cuidado pois uma camada pode parecer pouco, mas duas demasiado. Oferecendo alguma cobertura, sinto que a sua durabilidade não é à prova de peles oleosas: se não colocar algum pó em zonas críticas acabo por terminar o dia com a sensação de que o produto foi desaparecendo e sobrou apenas a minha oleosidade. A base é composta por cerca de 70% de ingredientes de skincare (após seis semanas de utilização a marca promete uma melhoria na aparência da pele mas ainda não cheguei lá) e talvez seja esse o red flag com a minha pele esquisitinha, que requer cuidados de rosto muito específicos. As minhas amigas com pele mais seca adoram-na, por isso e sem querer ser injusta, acho que é um daqueles casos ‘não és tu, sou eu’.
Primeiro dia da menstruação, poucas horas de sono, demasiada roupa para um dia que se revelou demasiado quente (vá lá, malta da meteorologia, decidam-se): os piores dos #firstworldproblems tornaram-se o cenário de teste perfeito para o produto que promete melhorar a nossa aparência em qualquer situação – a base. Pois que esta não era uma missão para uma base qualquer, mas à partida um produto que contém a palavra Sisley é, regra geral, à prova de tudo. As expetativas estavam altas e nem sequer vou fazer suspense porque se um produto de beleza me consegue fazer sentir bonita no meu pior dia então merece toda a minha pontuação. Com uma cobertura média que pode ser trabalhada para alta, a Phyto-Teint Perfection faz-nos crer que a perfeição existe ao juntar o melhor de dois mundos, o mate e o brilhante. A textura fluida permite ser facilmente aplicada com pincel ou com os dedos e o acabamento parece um filtro (dos bons) de tão natural que fica na pele. Realçar que precisa de uma quantidade mínima de produto para dar um ótimo resultado (uma só camada é suficiente, o que em girl math = investimento seguro). Apesar de discreta, cobre as imperfeições e deixa a pele radiosa, com um ar saudável, meio aveludada, e os poros disfarçados. Indicada para todos os tipos de pele (a minha é mista e cheguei ao final deste dia tenebroso impecável e sem precisar de pó), vem recheada de propriedades hidratantes que cuidam da tez não só nos dias maus, mas a longo prazo.
Studio Radiance Serum-Powered, €52, 56 tons, MAC Cosmetics
‘Mas para quê mexer num clássico?’ foi a pergunta que eu e meio mundo fizemos quando descobrimos que a MAC Cosmetics iria lançar uma versão de uma das bases preferidas do universo da Beleza, a Studio Fix Fluid. E antes de deixar a resposta para peles alheias, testámos o fond de teint mais leve da marca do Canadá, que não lançava uma base há dez anos. A Studio Radiance apresenta-se como uma versão mais leve da Studio Fix e tal como o próprio nome indica pretende oferecer-nos um acabamento mais radiante. Algures entre a fórmula da levíssima Sheer Face and Body e a à prova de casamentos Studio Fix, a Studio Radiance é composta por 80% de ingredientes de tratamento (como uns 10% de ácido hialurónico, só para despertar a vossa atenção) e vem com partículas iridescentes (em prateado ou dourado) que ajudam a cumprir com a promessa. É descrita como adequada a peles sensíveis e não obstrui os poros, o que é um plus sempre interessante para a minha pele com tendência acneica. Quando coloquei um pouco na mão antes de aplicar fiquei um pouco receosa com a quantidade de brilho, mas na pele acaba por dar 'apenas' um aspeto super saudável e luminoso e mesmo com uma cobertura surpreendentemente eficaz deixa a pele com aspeto de... pele (aleluia). Pesquisando sobre a base descobri que a marca criou primeiro um sérum hidratante e só depois começou a adicionar pigmentos e pérolas de cor, num processo que levou cinco anos. Com três gotas para o rosto todo (a marca aconselha a usar um pincel largo para a espalhar e segui à risca as instruções) disfarçou as minhas imperfeições e deu um glow à pele – adoraria mantê-la por si só mas prevendo o pior da minha pele mista levei um pouco de pó translúcido comigo na carteira para fazer o derradeiro teste de 12 horas. Mais ou menos a meio do dia (que está naquele calor incerto de primavera) apliquei um pouco na zona T, o que não adulterou a sensação que é quase de um bom creme. Em equipa vencedora não se mexe, a não ser que sejas a MAC.
Os anos 2000 ligaram e trouxeram a base em mousse de volta. Se a junção destas palavras lhe dá um arrepio pela coluna, saiba que este novo lançamento da Essence veio adequado ao presente. Claro que mantém os atrativos originais: é fácil de transportar, não requer grandes skills de aplicação e tem uma textura super agradável e bem cremosa. Mas ao contrário das que fazem parte do meu livro dos horrores de memórias do secundário, não ficamos a parecer uma boneca da Shein. Espalha-se bem na pele e tem aquele acabamento aveludado e ligeiramente empoeirado, do efeito mate, que transmite um ar cuidado. Com uma cobertura média q.b. – não espere uma base de alta cobertura, mas dá para ir sendo trabalhada e aperfeiçoada até chegar a uma média –, disfarça pequenas manchas ou até borbulhas menos evidentes. Um plus é a quase inexistência de aroma que não interfere com a de outros produtos que possa estar a usar. É aconselhado para pele normal a oleosa e na minha mista superou o teste do tempo. Os ingredientes são vegan, como aliás toda a marca, e aconselharia como uma ótima base para principiantes em maquilhagem ou rostos mais jovens. Como gosto de produtos mais consistentes e de bases mais luminosas, não entra para o meu top de preferências, mas tendo em conta que estamos a falar de um produto que não chega aos 5 euros, a relação qualidade/preço parece-se bastante satisfatória.
Confesso que tive algumas dúvidas em incluir este produto numa lista de bases, temendo pela sua prestação nesta batalha, mas a verdade é que este aparentemente inofensivo creme com cor dominou a arena. A cobertura é leve, mas suficiente para uniformizar o tom da pele e dar aquele ar de 'acordei assim, plena e radiosa' ideal para quem prefere de um look mais fresco e natural no dia-a-dia ou, como eu, gosta de ter uma opção menos comprometedora, mas ainda assim eficaz para o fim-de-semana (ou para o ginásio, não me julguem!). A Caudalie é uma marca que chama a atenção a cada novo lançamento e este recebeu algumas sobrancelhas levantadas pela sua pouca diversidade de tonalidades. A justificação por trás desta escolha é a de que o Vinocrush contém um milhão de cápsulas vegetais que protegem os pigmentos naturais da oxidação e quando esmagadas ao aplicar o creme revelariam um tom fiel ao da nossa pele, o que faria com que não precisasse de tantos tons. O conselho de utilização indica uma gota para rosto e pescoço, mas precisei sempre de um pouco mais de todas as vezes que utilizei (até porque sendo a base em tubo, o que é uma gota?) – aplicado com a ponta dos dedos, o produto espalha-se facilmente e as pequenas cápsulas são percetíveis, como se se tratasse de um esfoliante super suave. O tom, que me parecia demasiado escuro, foi-se aproximando do meu e quando terminei de aplicar parecia que tinha apenas acordado particularmente de bem com a vida. A fórmula - que inclui ácido hialurónico, água de uva e as queridinhas do momento, niacinamidas - torna-o num mix entre tratamento e maquilhagem, que hidratada, apazigua e reduz a aparência dos poros mais dilatados (pontos extra para as embalagens 100% recicladas). Aguentou bem para o efeito pretendido (aquele glow de um sábado com as horas de sono cumpridas), mas para um dia de semana mais corrido sinto que teria deixado a minha pele um pouco oleosa; acredito que um bom primer mate ou um pouco de pó resolveriam o assunto. O único fator negativo, e sinceramente não sei como a marca não pensou nisto, é: onde está a proteção solar?