O nosso website armazena cookies no seu equipamento que são utilizados para assegurar funcionalidades que lhe permitem uma melhor experiência de navegação e utilização. Ao prosseguir com a navegação está a consentir a sua utilização. Para saber mais sobre cookies ou para os desativar consulte a Politica de Cookies Medialivre
Beleza

O verde é o novo preto

As tendências de 2019 ultrapassam o ingrediente-chave ou o produto-estrela. Os passos por um planeta mais saudável multiplicam-se e de uma alimentação mais consciente a uma maior transparência nas fórmulas de beleza, este ano será marcado pela atitude: ética, responsável e sustentável.

Na Beleza, o verde é o novo preto
Na Beleza, o verde é o novo preto
27 de maio de 2019 às 07:00 Carolina Silva

O ano de 2018 parece ter pavimentado o longo caminho para uma atitude mais responsável. Um pouco por todos os sectores a mudança fez-se notar. Na Moda, foram diversas as marcas que anunciaram o fim do uso de pelo de animais e emergiram pequenas marcas que apostam em materiais orgânicos. Na alimentação, cresceram as start-ups que investigam alternativas à proteína animal. No grande consumo, vimos surgir alternativas às palhinhas e aos cotonetes de plástico. Na cosmética, a emergência de marcas independentes baseadas em ingredientes naturais e o investimento dos gigantes da indústria nesta área não passaram despercebidos. Os dados são evidentes. Uma investigação levada a cabo pelo Euromonitor International Global Consumer Trends revelou que 65% dos consumidores já tentam ter um impacto positivo no ambiente através das suas ações diárias.

E a cosmética e os produtos de higiene pessoal são áreas onde mais se procura aplicar esta consciencialização. As exigências são cada vez maiores e as etiquetas "bio" ou "natural" já não são o suficiente na hora de comprar. Cátia Curica, fundadora da Organii, afirma que "o grau de consciência e de procura, hoje, nada tem a ver com o início do nosso percurso. As pessoas procuram cada vez mais produtos bio, saudáveis, sem químicos nem derivados do petróleo, não só por questões de saúde pessoal, mas também pela saúde dos animais e do planeta". É certo que conceito de sustentabilidade e de responsabilidade ambiental não é novidade, mas o de transparência – por mais óbvio que possa parecer – é o que está na ordem do dia. Cada vez mais informados, os consumidores fazem questão de investigar o que cada produto contém, excluindo as fórmulas com petroquímicos das suas listas de compras e valorizando fatores como o packaging e o processo de recolha dos ingredientes.

"As perguntas são mais informadas e interessantes e pedem ajuda para tentar distinguir o que é realmente saudável e bio e o que é ‘green wash’, ou seja, de tendência natural, mas contaminado ou com químicos à mistura. É difícil saber-se o que se está a comprar e mesmo a leitura dos rótulos e a legislação muitas vezes não ajudam neste tipo de informação. Mas eu considero que os portugueses estão cada vez mais atentos e preocupados com o seu consumo. E sabem cada vez mais!", admite Cátia Curica. Nesse contexto, fomos explorar algumas das novas iniciativas que revelam ética, transparência e responsabilidade ambiental. 

Rumo a uma atitude mais consciente

Estima-se que cerca de 4,8 a 12,7 milhões de toneladas de plástico entrem nos oceanos todos os anos e apesar de serem cada vez em maior número as medidas que pretendem reduzir o uso do plástico, ainda há um longo caminho a percorrer, no qual todos podemos e devemos ajudar.

Escolha embalagens reutilizáveis: Em todo o mundo são vendidas cerca de um milhão de garrafas de plástico por minuto. Utilize uma garrafa reutilizável, leve-a sempre consigo e encha-a em locais de água potável. É ecológico e gratuito. Na cosmética, opte por opções reutilizáveis: são diversos os sabonetes líquidos de grande consumo que oferecem esta opção. A Rituals e a L’Occitane, entre outras marcas, têm diversos produtos com recargas. Escolha embalagens miniatura que sejam práticas para levar para o ginásio ou em viagem e encha-as, em vez de adquirir constantemente novas embalagens.

Investigue os compostos do seu esfoliante: Vejamos a impressionante comparação entre utilizar esfoliantes com sal e açúcar, que se degradam em segundos, ou com microesferas: se estas microesferas pudessem ter estado presentes durante o Big Bang, há 13,8 mil milhões de anos, ainda existiriam no planeta, explica o site Rajapack. Estas pequenas partículas de plástico que entram na composição de muitos esfoliantes são drenadas pelos duches e lavatórios e vão parar aos oceanos. Como todos os plásticos, atraem e concentram químicos dos arredores e entram na cadeia alimentar quando são ingeridos pelos peixes. O seu uso cosmético já foi banido por muitos países, mas se quiser certificar-se de que está a ajudar o ambiente (e a pele), procure esfoliantes com ingredientes como o açúcar ou o sal. Um truque fácil para fazer em casa: junte açúcar e mel para esfoliar os lábios.

Eduque os mais pequenos: A O’Right, marca ecológica que representa a cultura verde taiwanesa, apresenta a Campanha O’Right Kids ? Future Green Generations com o objetivo de educar os mais pequenos sobre o meio ambiente, focando o cuidado com produtos sustentáveis e ecológicos, incutindo-lhes esta preocupação e filosofia desde cedo. 

Aposte no desperdício zero: Na indústria da cosmética não é apenas o interior que conta. O packaging representa um nível de poluição elevada para o planeta e são cada vez mais as marcas que se preocupam em encontrar alternativas à altura de um planeta mais saudável. Sob a alçada da sua política #ZeroWaste, a Lush entrou em 2019 colocando tudo a nu, isto é, removendo as embalagens de grande parte dos seus produtos. Exemplo do sucesso deste projeto foi a inauguração da sua primeira loja sem embalagens, no Reino Unido, em janeiro último, e acompanhou-a com a notícia do lançamento da sua primeira linha de cuidados de rosto sólida (e, como tal, igualmente livres de embalagens), em todas as suas lojas. 

Escolha fórmulas biodegradáveis: O Hawai foi o primeiro estado a implementar a iniciativa de proibir protetores solares nocivos para os corais. Os cremes que contenham oxybenzoina e octinoxato serão banidos das ilhas até 2021, inaugurando uma nova era na proteção dos corais. Com uma abordagem eco-responsável e pondo em prática o seu compromisso a longo prazo de proteção dos oceanos, a Avene dá continuidade ao seu programa Skin protect, Ocean respect, minimizando o impacto ambiental dos seus protetores solares através da implementação de fórmulas biodegradáveis, sem silicones e não solúveis em água.

Leia também
As Mais Lidas