De peelings a preenchimentos com ácido hialurónico. As novas tendências da estética íntima

Catarina Santos, especialista em Ginecologia Estética, Regenerativa e Funcional, responde-nos a cinco perguntas para assinalar o Dia Internacional da Saúde Feminina - 28 de maio - dos novos procedimentos dentro da ginecoestética às maiores dúvidas de quem os quer fazer.

Foto: Unsplash / Charles Deluvio
27 de maio de 2022 às 15:37 Rita Silva Avelar

Assinala-se o Dia Internacional da Saúde Feminina. Com isto, há uma nova tendência e área da medicina estética: a ginecoestética. De que é que se trata?

As mulheres procuram, atualmente e acima de tudo, uma melhoria da estética íntima, nomeadamente melhorar o escurecimento da região vulvar ou perianal e a flacidez dos grandes lábios, através de peelings e preenchimento com ácido hialurónico. Atualmente a radiofrequência vulvovaginal, por ser indolor e não obrigar a downtime, tem tido muita adesão não só para queixas estéticas mas também para queixas funcionais de secura vaginal, dor durante o ato sexual ou sensação de laxidão vaginal.

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Esta área deixou de ser tabu, ou ainda o é para muitas mulheres?

Ainda é tabu para a mulher portuguesa, na generalidade, embora se tenha assistido a um aumento da procura destes procedimentos. As mulheres jovens com queixas, quer por terem sido mães ou por outros motivos, priorizam o seu bem-estar íntimo e a sua vida sexual. Por outro lado, as mulheres mantêm a sua vida sexual muito além da idade reprodutiva e são cada vez mais frequentes as mulheres pós-menopáusicas que nos procuram. 

Quais são os tratamentos feitos nesta clínica?

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Na MyClinique realizamos: peeling íntimo para clarear a região das virilhas, vulva e região perianal; preenchimento com ácido hialurónico, que é um procedimento injetável feito sob anestesia que devolve hidratação à mucosa, melhora o desconforto íntimo e a dor durante o ato sexual, além de melhorar a flacidez e a estética vulvar; plasma rico em plaquetas a nível vulvovaginal que, além de melhorar a estética íntima e a secura vaginal, melhora toda a sensibilidade da vulva e da vagina durante o ato sexual e radiofrequência vulvovaginal, um procedimento rápido, indolor e sem downtime que repara a flacidez dos grandes lábios, a hidratação da mucosa vaginal e melhora a sensibilidade durante o ato sexual e a sensação de laxidão vaginal que acontece muitas vezes após os partos.

Há tratamentos que exigem maior recuperação?

Dentro desta área, talvez os procedimentos de rejuvenescimento íntimo com laser sejam mais delicados, apenas no sentido de requererem um tempo de recuperação maior. De qualquer forma, dentro da área não cirúrgica, todos os procedimentos são bem tolerados e com uma recuperação relativamente rápida.   

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Foto: DR

Estes são procedimentos funcionais, mas também ligados ao bem-estar psicológico. É verdade?

A melhoria da estética íntima está intimamente relacionada com a autoconfiança da mulher na sua vida sexual, e nesse sentido o incremento da auto-estima é notório nas nossas pacientes! Muitas vezes procuram-nos porque algo já não funciona tão bem ou já não se sentem tão à vontade nas suas relações íntimas. Os tratamentos de Ginecoestética são como usar uma boa lingerie: ninguém a vê mas nós sentimo-nos mais confiantes com ela!

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Quem mais procura este tipo de tratamento?

Diria que a melhoria funcional é a vantagem mais notável destes tratamentos. Não é tão conhecida e tão mediática como a melhoria estética mas, à medida que o conhecimento sobre a área se vai difundindo, são cada vez mais as mulheres que nos procuram por queixas de secura vaginal, dor durante o ato sexual, fissuras vaginais, cicatrizes de episiotomia que condicionem dor durante a penetração ou mesmo diminuição de sensibilidade durante a penetração. 

Há ainda quem veja esta área como uma intervenção demasiado invasiva na aparência natural da mulher? Porquê?

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Trata-se de uma área médica relativamente recente e relacionada com a "estética" e, devido a isto, existe algum ceticismo associado a estas questões. Hoje em dia, com a quantidade disponível de boa investigação na área, com equipamentos e produtos devidamente aprovados para esta utilização e com a formação atualizada dos profissionais, não há motivos para ter preconceito. Para dúvidas e ceticismo, deixo um conselho de médica e de amiga: experimentar. Verá como toda a resistência se dissipa.

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