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Quem são as mulheres que deixa Alexei Navalny?

A Sky News noticiou a morte do grande opositor de Putin, que deixa Yulia Navalnaya e Daria Navalnaya, sua mulher e filha, que prometem continuar o trabalho de Alexei Navalny.

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Navalny
16 de fevereiro de 2024 às 12:56 Rita Silva Avelar

Não é propriamente uma notícia que choque o mundo. Navalny, de 47 anos, principal opositor do Kremlin e grande inimigo de Putin, advogado, ativista anti-corrupção e preso político, morreu hoje, 16 de fevereiro, na prisão, informaram os serviços prisionais do país, no que provavelmente será visto como um assassínio político atribuível a Vladimir Putin - ainda sem confirmações, que possivelmente nunca chegarão. Alexi Navalny estava preso na colónia penal IK-3, em Kharp, na região de Yamal-Nenets, que fica a cerca de 1900 quilómetros a nordeste de Moscovo, onde tinha sido condenado a 19 anos num "regime especial". No início de dezembro passado, o opositor de Putin desapareceu de uma prisão, onde cumpria uma pena de 30 anos por acusações de extremismo e fraude a somar aos mais 11 e meio a que foi condenado.

Foto: Getty Images

Um nacionalista, Navalny teve um grande papel nos protestos de 2011-12 na Rússia, fazendo campanha contra a fraude eleitoral e a corrupção governamental, investigando o círculo íntimo de Putin e partilhando as suas descobertas em vídeos que obtiveram milhões de visualizações. Recentemente, o documentário produzido pela CNN, Navalnyde 2022, disponível em Portugal na HBO, retratou a sua vida, mas sobretudo a tentativa de assassínio que sofreu, quando foi envenenado durante um voo entre a Sibéria e Moscovo. Alexei Navalny tentou depois procurar a verdade sobre o que lhe aconteceu, durante a sua recuperação em Berlim, e o documentário termina com o seu regresso à Russia, onde é imediatamente preso.

O ponto alto da sua carreira política ocorreu em 2013, quando obteve 27% dos votos nas eleições para presidente da câmara de Moscovo que poucos acreditavam ser livre ou justo, lembra o The Guardian. "Durante anos, Navalny continuou a ser um espinho para o Kremlin, identificando um palácio construído no Mar Negro para uso pessoal de Putin, mansões e iates utilizados pelo ex-presidente Dmitry Medvedev e uma prostituta que ligava um alto funcionário da política externa a um conhecido oligarca", escreve o The Guardian.

Yulia Navalnaya, 47, e os filhos Daria e Zahar Navalnaya, de 23 e 15 anos, respetivamente, são os membros da família que Navalny deixa para trás. Yulia é economista (estudou na Plekhanov Russian University of Economics) e uma grande figura mediática na Rússia, muitas vezes apelidada de "primeira-dama". O seu pai era o cientista Boris Aleksandrovich Abrosimov (1952-1996), a sua mãe trabalhava para o Ministério da Indústria Ligeira e a sua tia é Elena Borisovna Abrosimova, uma das autoras da Constituição russa.

Alexei e Yulia conheceram-se numas férias na Turquia em 1998 e casaram em 2000. Yulia apoiou sempre o marido, e esteve ao seu lado após a tentativa de assassinato. No ano passado, nos Óscares, e a propósito do documentário, a mulher de Alexei passou uma mensagem de resistência, acompanhada pela filha: "O meu marido foi preso só por dizer a verdade". A filha, Daria, teve um grande envolvimento no documentário referido acima, e já conduziu uma TED Talk sobre as lições que o pai lhe deixou depois de ser preso. Aos 23 anos, mostra-se ativista pela paz, e em 2021 recebeu pelo pai o "Moral Courage Award", na 13ª edição do Geneva Summit for Human Rights and Democracy. Na altura, disse: "O meu pai foi repetidamente detido com base em falsas acusações, assediado, perseguido e atacado. E, em agosto de 2020, foi envenenado com um agente nervoso de nível militar, o Novichok", recordando o incidente.

"A minha mãe queria que ele fosse transportado para o estrangeiro para receber tratamento médico adequado, mas os médicos e os funcionários do governo russo não quiseram libertá-lo do hospital provincial degradado na Sibéria", continuou, dizendo ainda que quando o pai soube que ia receber o prémio, e que ela tinha sido convidada a recebê-lo em seu nome, "escreveu-me uma carta da prisão, dizendo: "Dasha, tenho duas coisas muito importantes para te dizer. Primeiro, e mais importante, por favor não estragues a tua primeira atuação em público. E segundo: não te esqueças de dizer que estou extremamente orgulhoso por receber este grande prémio". É uma grande honra para o meu pai e para todos os que apoiam o que ele está a fazer", disse, ainda, emocionada mas firme. A família ainda não se pronunciou sobre a morte de Alexei, e mais nada se sabe sobre as circunstâncias.

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