Quem é Zohran Mamdani, o carismático muçulmano que é rosto da nova geração em Nova Iorque
Com um discurso direto, ideias progressistas e uma ligação genuína aos mais jovens, o político tornou-se o protagonista de uma das campanhas mais inesperadas e vibrantes de Nova Iorque. Aos 33 anos, desafia o sistema com propostas ousadas e uma história pessoal que aproxima a política da vida real.

Zohran Mamdani, de 33 anos, é um político nova-iorquino com origens ugandesas e indianas, que tem vindo a ganhar destaque como uma das vozes mais progressistas da política norte-americana. Filho de imigrantes — o pai, realizador e académico; a mãe, professora de literatura — cresceu entre o Uganda, a África do Sul e o bairro multicultural de Queens, em Nova Iorque.
Formou-se em Estudos Africanos e, antes de entrar para a política, trabalhou como conselheiro de habitação, ajudando inquilinos a enfrentar despejos e injustiças no mercado imobiliário. Em 2021, foi eleito para a Assembleia Estadual de Nova Iorque, representando o 36.º distrito, com uma campanha virada para a justiça económica, a habitação acessível e a igualdade racial.
Mas é agora, com a candidatura à presidência da câmara de Nova Iorque, que Zohran se torna uma figura de alcance nacional. A sua campanha, lançada no final de 2024, prometeu romper com o status quip e devolver a cidade às mãos das pessoas que nela vivem.
Um dos traços mais marcantes de Mamdani é a forma de comunicar com as gerações mais novas. A linguagem é direta, emocional e empática. Em vez de jargões políticos, fala de renda congelada, transportes gratuitos e supermercados públicos – medidas que respondem às preocupações reais do quotidiano.
A presença nas redes sociais também faz a diferença. Um dos vídeos que mais viralizou foi o momento em que mergulha vestido no mar gelado de Coney Island para anunciar a sua proposta de congelar as rendas. Foi mais do que um gesto simbólico – tornou-se uma imagem de coragem e compromisso.
Grupos espontâneos como os “Hot Girls for Zohran” e os “Hot Boys for Zohran” revelam o entusiasmo com que os jovens se envolveram na campanha. Ao todo, mais de 46 mil voluntários bateram a um milhão de portas em Nova Iorque – algo praticamente inédito numa eleição municipal.
No passado dia 24 de junho, Mamdani derrotou Andrew Cuomo nas primárias do Partido Democrata, numa campanha que parecia, à partida, quase impossível. Contra milhões em financiamento e o apoio das elites políticas, venceu com 43% dos votos, tornando-se oficialmente o candidato democrata à presidência da câmara.
É uma vitória histórica – não só pela idade e perfil, mas também pela mensagem que passa: que uma política feita de proximidade, autenticidade e coragem pode, de facto, ganhar. Em novembro, Zohran enfrentará o candidato republicano (ainda por eleger), numa corrida que poderá mudar para sempre o rumo da cidade com mais população dos EUA.

Para além do político, há o homem. E há algo de muito atualna forma como conheceu a mulher, Rama Duwaji, – através de uma aplicação de encontros. Num mundo onde o digital atravessa tudo, desde o trabalho ao amor, este detalhe aproxima-o ainda mais de uma geração que vive sem medo de se expor, de errar e de tentar de novo.
Não se esconde atrás de formalidades. Fala da sua relação com naturalidade, como fala de política – com honestidade e simplicidade. Essa capacidade de mostrar fragilidade e humor, de misturar o pessoal com o público, tem conquistado muitos, sobretudo mulheres cansadas de políticos distantes e robotizados.
A proposta de Mamdani não é apenas política – é emocional. Apela a quem vive com rendas impagáveis, com medo de não conseguir pagar a creche, ou com horários incompatíveis com transportes caros e lentos. Ao falar de supermercados públicos, de educação infantil gratuita, de habitação digna, toca nas feridas que muitos nova-iorquinos conhecem por dentro.

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