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Passámos as férias a discutir. Como dar a volta?

Conheça aqui as respostas da Dra. Catarina Rivero, psicóloga e terapeuta familiar.

Foto: Pexels
03 de setembro de 2020 às 16:18 Dra. Catarina Rivero
Estou casada há 12 anos e nos últimos seis eu e o meu marido temos ficado mais afastados e mais tensos, mas eu achava que era pelo stress do trabalho e a gestão de uma casa com três filhos. Resolvi marcar uma semana a dois (o que não fazíamos há 10 anos, desde que o nosso primeiro filho nasceu) e foi desastroso. Apesar de estarmos num destino de sonho, mal falámos, com ele sempre agarrado ao telemóvel, e, quando tentava falar ou fazer alguma coisa, discutíamos… acho que não foi boa ideia estas férias a dois… o que podemos fazer para dar a volta? Será que é o sinal do fim do casamento? 
Cara Teresa, desde já a felicito pela atenção ao seu casamento e o cuidado para o recuperar.

Não obstante associarmos as férias a emoções e vivências positivas, pode acontecer que seja precisamente neste período que as crises se manifestem de forma mais explícita. Na correria de todos os dias, entre a gestão da casa, apoio aos filhos e exigências profissionais, muitas vezes os problemas não são falados e o tempo para fazer florescer a relação conjugal deixa de ser tido como prioritário. Ainda é comum, com o nascimento dos filhos, que os casais deixem de criar esse espaço de romance, seja em férias, fins-de-semana ou serões a dois. Quanto menor o tempo a cuidar do casal, ao longo dos anos, maior a tendência para o afastamento e/ou conflitos.

Em alguns casais, as férias a dois aparecem como uma necessidade perante uma crise. O que acontece é que a comunicação deixou muitas vezes de fluir ou até o prazer de estar com o outro. Muitas vezes passam anos desde que o casal esteve pela última vez a sós, sem ter nada para fazer para além de estar com e para o outro. Pode ser sentida estranheza ou até aborrecimento, quando a relação não está bem. Naturalmente que esse tempo pode ser ótimo para refletir em conjunto, gerindo as expectativas – poderão não ser férias de romance apaixonado, mas de conversas generativas, para uma relação refortalecida.
O conflito ou uma crise conjugal não tem de ser um sinal do fim do casamento. Pode ser sim um sinal para pararem e conversarem sobre o que está a acontecer e o que podem fazer para resolverem e florescerem enquanto casal. O que vos liga? O que esperam um do outro? O que vos tem mantido ao longo dos anos? O que gostam na vossa vida partilhada? O que admiram um no outro? O que vos atrai? Que aprendizagens podem retirar destes anos para o futuro? Que sonhos e atividades partilham? Em que momentos estão bem? Procurarem pontos de união pode ser uma ajuda para reencontrar o vosso espaço a dois. Note-se que uma fase de crise pode ser uma porta de entrada para renovar a relação e mesmo fortalecê-la. Tudo depende da forma como irão gerir o impacto destas férias, assumindo que algo não está bem, para então refletirem sobre como e se querem continuar o vosso percurso conjugal. Renovando o significado da vossa vida partilhada, e encontrando novas formas de celebrar a vossa relação no dia-a-dia – criando um quotidiano em que para além dos filhos, casa e trabalho, a conjugalidade seja colocada na agenda, como espaço prioritário para o bem-estar de todos.
Se sentirem que a tensão não está a ser resolvida e a reaproximação não está a ser conseguida, pode ser de grande ajuda recorrerem a um Terapeuta Familiar, com quem podem trabalhar estas questões.
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