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Obrigada, Eddie
Na véspera do concerto que Eddie Vedder vai dar a 13 de julho no NOS Alive com os Pearl Jam, recuperamos a "carta de amor" que publicámos aquando da vinda da banda ao NOS Alive, em 2018, escrita pela jornalista Rita Lúcio Martins.

Se fechar os olhos, lembro-me de tudo como se estivesse a acontecer agora. Namorado de um lado, melhor amiga do outro e eu, camisola aos quadrados roubada ao irmão mais velho atada à cintura, numa excitação miudinha que nem precisava de palavras para ser explicada. Era evidente: todos naquele pavilhão cheio, escuro e abafado sentiam o mesmo. Nem que fosse por um instante. Era o primeiro de dois concertos dos Pearl Jam no Dramático de Cascais. Novembro, 1996. Cinco anos depois do lançamento de Ten, o primeiro (e hoje mítico) álbum da banda Seatlle que ajudou a fazer do grunge um movimento universal (sim, há outras bandas envolvidas no processo, eu sei) que acabaria por extravasar as fronteiras da própria música. O concerto, esse primeiro de tantos outros encontros que viriam a acontecer nos anos seguintes, não me partiu o coração. Alinhamento perfeito, stage dive incluído. E a sensação de que tinha passado num instante. E a sensação de que iria durar para sempre.
Esses eram os tempos em que nos juntávamos em casa uns dos outros para ouvir os discos e ler as letras. Nas noites de festa elas arrebatavam-nos, naquelas explosões de energia típicas de quem tem a vida pela frente. Nos dias difíceis amparavam-nos, como só as músicas que fazem parte de nós parecem saber fazer. É assim, bem sei, toda a gente sente o mesmo, seja com os Pearl Jam ou outra banda qualquer (claro que, pelo caminho, nos cruzamos sempre com alguns cínicos que teimam em espezinhar as nossas melodias emocionais com base em argumentos elaborados. Eu finjo sempre que não me importo: "Também não gozo com os fãs de Bush, ok?") Mas nisto de gostar tanto de uma banda, mesmo quando já não se gosta assim tanto, quando se cresce e se envelhece com ela, acaba sempre por haver tanto para além da própria música. No meu caso, há o Eddie Vedder, que será sempre aquele amor platónico, mesmo que agora eu tenha mais de 40 anos e estas coisas fiquem ali, à beira do ridículo. Não faz mal. Eu vi o rapaz inadaptado tornar-se um homem interessante, voz ativa em tantas causas, da ecologia aos direitos humanos. Eu reparei. E fiquei feliz que ele tivesse sobrevivido (literalmente) para contar uma história e fazer parte da minha. Hoje já não sou a fã número 1 dos Pearl Jam, mas o Eddie Vedder continua a fazer parte da minha vida. Ele esteve lá em todos os momentos: nos mais importantes (incluindo o do meu casamento e o do meu divórcio) e nos de todos os dias, quando cantarolo para embalar as minhas filhas ou quando estou tão cansada que só me apetece chorar. É por isso que, no próximo sábado, vou lá estar outra vez. Sozinha ou com os amigos de sempre. A verdade é que, para o caso, pouco importa. Quando fechar os olhos e ouvir aquela voz vou sentir-me em casa. Ou, pelo menos, naquele sítio reconfortante onde é sempre bom regressar.

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