
Old is gold!
Se é amante do som do vinil, há uma boa aposta incontornável para julho: o LP do quarto álbum de estúdio da banda inglesa Florence + The Machine, High as Hope, chega à Fnac no fim de junho (pré-venda a €23,99). A par desta novidade, a editora Penguin publica o primeiro livro de Florence Welch, Useless Magic, uma obra que junta letras de canções a poesia inédita e ilustrações da própria, a 5 de julho.

Musa urbana
Mais do que uma sigla, IAMDDB (I am Diana Debrito) é o grito de afirmação de uma artista que tem aquilo que a geração millennial chama de "power". Ou, em bom Português, garra. Diana Debrito, um dos nomes mais jovens a dar cartas no rap, no hip-hop e no trap-jazz, nasceu e cresceu em Manchester, mas as suas raízes são portuguesas e angolanas. É o terceiro nome que vemos na consagrada lista Sound of 2018, da BBC, e o The Guardian refere-se à rapper de 22 anos como "one to watch". Mas, como revela numa entrevista à Dazed, consagrar-se como artista não foi fácil: "Não tinha nada na vida que me ajudasse a sobreviver sem ser a minha mente e as minhas letras. (…) Antes do [lançamento do] álbum Hoodrich eu estava falida, sem saber o que comer no dia seguinte, e tinha problemas pessoais por resolver." Debrito tornou-se também uma das vozes ativistas da sua geração. Desde os sete anos que compõe e pensa sempre em trazer questões sociais para a discussão pública, como o fez na música Shade, por exemplo, em que fala da popularização do serviço da Uber e de como, por isso, os jovens acham que podem ir a todo o lado. Para a mais recente edição dos prémios Brit Awards, em fevereiro passado, levou uma rosa branca na mão. Não era um apontamento no look, mas sim um símbolo de protesto contra o assédio sexual. E isso, por si só, já merece uma vénia.

Destinos musicais (para todos!)
Um festival family-friendly onde música, cor e Natureza convivem lado a lado com os festivaleiros (há, inclusive, espaço para o insólito com ovelhas pintadas de várias cores): o Latitude acontece no Henham Park, o parque verde do condado de Suffolk, em Inglaterra, de 12 a 15 de julho. Este ano recebe nomes como The Killers, alt-J, Wolf Alice ou Jessie Ware (o bilhete geral custa cerca de €200). Conhecido pelo cariz solidário e por apoiar causas comunitárias, mas também por ser um festival histórico, o Les Eurockéennes, em Belfort, França, acontece entre 5 a 8 de julho. Queens of The Stone Age, Beth Ditto, Leon Bridges ou Marlon Williams são alguns dos nomes sonantes do cartaz, ideal para desfrutar num clima de romance (bilhetes diários a partir de €49). Se pensar em viajar com amigos para um destino musical, o festival Roskilde, na Dinamarca, é o destino a marcar no mapa: acontece de 30 de junho a 7 de julho e recebe nomes como Gorillaz, Massive Attack, David Byrne ou Charlotte Gainsbourg (bilhetes diários a cerca de €145). Por cá, o Passeio Marítimo de Algés recebe nova edição do festival NOS Alive,onde figuram nomes como Arctic Monkeys, Pearl Jam, Alice in Chains, Franz Ferdinand, The National, de 12 a 14 de julho. Segue-se o festival Super Bock Super Rock que, de 19 a 21 de julho, recebe nomes como The XX, Justice, Benjamin Clementine ou Mirror People no Parque das Nações, em Lisboa. A meio do mês, a 11, arranca o festival EDP Cool Jazz,em Cascais, que abre com o trio de jazz português Elas e o Jazz, composto por Joana Machado, Marta Hugon e Mariana Norton, e segue até dia 31, com nomes como Van Morrison, Jessie Ware ou Gregory Porter.

The sound of Summer
Se tiver de ouvir um único CD este verão, a escolha é fácil: Father John Misty está de volta, um ano depois do álbum Pure Comedy. Em God’s Favorite Customer, o artista folk rock volta a enriquecer a indústria musical com composições intensas, carregadas de uma nostalgia a que já habituou o público. Deste novo trabalho de Josh Tillman pouco se sabe: só que compôs as letras num ápice, que as músicas foram gravadas em três semanas e que o músico se inspirou num período negro da sua vida, quando viveu num hotel. Depois de ter atuado no NOS Primavera Sound, no Porto, Father John Misty segue para uma tournée mundial com paragens como o The Forecastle Festival, nos EUA.

Um talento natural
Com apenas 22 anos, Beatriz Pessoa, uma voz do jazz, parece saber para onde ir – e como fazer o caminho. Escolheu Mallu Magalhães para levar ao Festival da Canção e compôs para o último disco de Cristina Branco. Fala à Máxima sobre o seu segundo álbum, o EP II.

De que forma é que cantar a faz feliz?
Lembro-me do momento em que percebi que cantar me fazia feliz e que, se fosse possível, queria ser cantora. Mas durante muito tempo quis ser muita coisa… Só mais tarde, já quando frequentava a escola do Hot Clube de Portugal, é que me lembro de decidir que era mesmo isto que queria fazer da minha vida. Lembro-me de um dia estar num café com um amigo e de dizer de forma meio sussurrada que queria ser cantora para sempre. Espero que assim seja.
Em que se inspira a compor?
Inspiro-me em muitas coisas, às vezes em histórias minhas, outras em histórias que vejo e ainda outras em histórias que imagino. O mood necessário vai variando… Depende da canção… Mas normalmente escrevo à noite. Acho que o escuro me ajuda.
É uma voz assumida do jazz, mas a pop também a cativa. Certo? Vê-se a cantar um álbum inteiro neste registo?
Tudo me cativa. Não gosto de rótulos e nem de decidir se estou a cantar pop ou jazz, ou seja que estilo for. Gosto de cantar e de escrever música e isso é suficiente para mim. Acho que estou num registo mais próximo do que quero fazer agora, mas sou tão nova e o "agora" muda tanto que daqui a um ano posso ter ideias diferentes e querer fazer coisas mais próximas de outros registos. O álbum virá. É a minha única certeza.

Depois de Insects, é a vez de EP II. O que é que as músicas deste novo álbum, lançado em março, querem dizer ao mundo?
Fala sobre o amor (o seu lado cruel e bonito); sobre as amizades duradouras (que sobrevivem aos silêncios e aos dias de mau humor); sobre a família e as histórias para adormecer; sobre ser mulher. E espero que fale de muitas outras coisas e que seja adaptável ao que cada um precisa de ouvir.
Como se sente prestes a pisar o palco Coreto nos NOS Alive? É um concerto muito esperado?

Estou muito entusiasmada com este concerto! Sigo o festival desde muito nova e já fui a várias edições. Fazer parte do cartaz deste ano é uma honra.

Um festival saudável (e para toda a família)
Já conhece o Zimp? Este festival tem workshops de alimentação saudável, passeios na natureza e atividades didáticas para as crianças.