Atual

O regresso da Rastilho, associação artística lisboeta

A prova de que as Artes são bem vivas na capital é a reativação de companhias de teatro como a Rastilho, que agora evolui para associação cultural e artística, ligada às Artes Perfomativas, com cunho sustentável e social.

Foto: DR
24 de junho de 2022 Rita Silva Avelar

Em 2001, nascia em Lisboa a Rastilho, uma associação cultural sem fins lucrativos liderada executiva e artísticamente pelo encenador e ator David Silva. Depois de um período de inatividade, a companhia realoja-se agora na Biblioteca de Alcântara, no Palácio Burnay (ele, também, reativado recentemente) para ser o cerne de várias iniciativas dentro da área das Artes Performativas e Curadoria.

Ligada à sustentabilidade, a Rastilho anuncia o seu regresso com o evento Ponte 2.0, a 26 de junho, na sede da associação, onde estarão 40 criativos que representam a diversidade da Rastilho. 
"Com a criação do evento Ponte.20, cruzar-se-á o diálogo entre diferentes expressões artísticas, com o objetivo de promover uma relação direta entre a Arte e a evolução da sociedade, assente no princípio da ética ecológica e social, de acesso à inclusão, à participação e à cooperação entre toda a comunidade.", explica o encenador, à Máxima.

Neste evento, além da Apresentação Pública dos 20 Anos do Rastilho, haverá uma performance-instalação com o objetivo de inaugurar o mural Rio Tejo de Edis One, e um desfile com as coleções dos jovens designers Bernardo Oliveira, Catarina Monteiro, Gabriel Daros, Iara Barreiro, Inês Martins, Luís Ferreira, Manuel Baer, Márcia Sequeira, Margarida Curto, Maria Amaro Monteiro, Mariana Soares e Marta Sequeiros.

"Aspiramos à democratização da Cultura, na sua estreita articulação com a Educação e a Ação Social, através de projetos transdisciplinares e inovadores. Promovemos a produção e educação artísticas que integrem práticas para a inclusão social, para a Igualdade de Género e de Direitos, assim como a valorização do design estratégico, das indústrias criativas, da ecologia, do desenvolvimento sustentável e do Património Material e Imaterial", explica David Silva, à Máxima. "Acreditamos na Arte que une, cria pontes e relações, forma, transforma, inspira e liberta, no importante papel que desempenha, enquanto meio privilegiado de promoção da mudança e da transformação social."

Catarina Barros, Vice-Presidente da Direção do Rastilho, David Silva, Presidente da Direção do Rastilho, e Ana Nunes, Secretária da Direção do Rastilho.
Catarina Barros, Vice-Presidente da Direção do Rastilho, David Silva, Presidente da Direção do Rastilho, e Ana Nunes, Secretária da Direção do Rastilho. Foto: Marina Félix

Das 12 produções da Rastilho, destacam-se autores como Woody Allen, António Manuel Revez, Georges Romero, Abel Neves, David Silva, William Shakespeare, Anton Tchekov e Armando Nascimento Rosa e encenadores como Andrea Bertoni, Jorge Caetano, Sílvia Valentim e David Silva.

Em 2004, Crisálida de David Silva foi distinguida com Prémio Deus Quer, o Homem Quer, a Obra Nasce. No ano seguinte, Pinóquio & Capuchinho de David Silva recebeu o Prémio Miguel Rovisco 2005 e, 3 anos depois, Othello de William Shakespeare foi distinguida pelo Prémio Público do FATAL 2008 e por uma Menção Honrosa do Prémio FATAL 2008.

Em 2016, o Rastilho apresentou I Am Because You Are, de criação coletiva, em coprodução com a Bacalao Performance Company, no Etcetera Theatre, em Londres, além de apresentações e reposições regulares em diversos festivais nacionais e internacionais, como o Mostra de Teatro Internacional de Ourense, Camden Fringe Festival, Preview Edinburgh Festival e Clapham Fringe Festival.  

Saiba mais
Atualidade, Discussão, Rastilho, Associação Cultural, David Silva
Leia também
As Mais Lidas