'Mamaminha': Uma exposição para todas as mulheres
A artista plástica Inês Carrelha expõe um pouco da sua jornada pessoal e coletiva de reconstrução e aceitação do corpo com a apresentação do projeto intitulado ‘Mamaminha’, em Lisboa.

Confirmação, integração, aceitação e cura são algumas das fases que Inês Carrelha, a artista que utiliza os seus trabalhos como forma de cruzar a arte com a saúde e inclusão, reflete nesta exposição após a sua experiência com o cancro de mama, diagnosticado em 2018. Em colaboração com a Delegação de Lisboa da Associação de Solidariedade Social dos Professores (ASSP), o projeto está aberto ao público a partir do dia 8 de março, das 15h00 às 18h00, para celebrar o Dia Internacional da Mulher com todos os interessados a juntarem-se a Inês num debate sobre o cancro, a sua prevenção e diagnóstico precoce, de uma forma não só a partir do ponto de vista médico mas também através da arte.




Além da exposição, que conta com a vivência pessoal de 76 mulheres com cancro da mama, o dia conta com palestras e conversas com professores que já levaram o tema para as suas escolas. O foco deste projeto está na promoção de um espaço de inclusão e descoberta, onde o público é convidado a refletir sobre o tema e participar em ateliers e workshops imersivos, que irão decorrer entre 11 de março e 10 de abril, de segunda a sexta, das 10h00 às 16h00. Uma das atividades, por exemplo, baseia-se na criação de moldes dos seus próprios bustos, uma experiência emocional para re-construção e aceitação do corpo. Estas atividades estão abertas a todos, com entrada gratuita por marcação prévia.
O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre a população feminina e anualmente afeta milhares de mulheres em Portugal. O cancro da mama tem um grande impacto na sociedade pois agride um órgão com grande simbolismo no corpo, ligado à maternidade e feminilidade, como é o peito de uma mulher. Todos os dias o número cresce e é cada vez mais essencial manter as jovens atualizadas sobre o que é esta doença.

É neste universo que Inês se move. O seu olhar sobre as dificuldades que uma mulher pode passar nestes momentos, o isolamento e depressão, está presente e é bem entendido na exposição ‘Mamaminha’. Assim, a artista aproveita este dia da mulher para transformar o doloroso em beleza, num dia essencial para sensibilizar e envolver a comunidade académica e educativa no debate de temas que podem vir a ajudar outras mulheres a saberem que não estão sozinhas. É uma forma de aprenderem a aceitar a sua condição e conseguirem continuar a amar-se da forma que são.
