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Estas são as razões pelas quais os millennials praticam menos sexo que os pais

A atividade sexual das gerações mais novas tem vindo a decrescer, dizem os últimos estudos.

Sex Education (2018)
Sex Education (2018) Foto: IMDB
03 de março de 2020 às 07:00 Mariana Dias

A internet e a tecnologia vieram revolucionar o mundo pela sua rapidez e acesso à informação. Passamos mais tempo ao telemóvel ou ao computador e tudo se tornou mais rápido e mais imediato. No entanto, segundo o site do diário El País, o vício pelas novas tecnologias e o aumento da toma de medicamentos para a ansiedade e a depressão (consequências deste mesmo stress), podem estar por detrás da diminuição do desejo sexual. Uma aparente contradição numa sociedade repleta de novos recursos e mais preocupada com a discussão sobre a educação sexual.

Jean M. Twenge, Ryne A. Sherman e Brooke E. Wells, autores do estudo Declines in Sexual Frequency among American Adults para a revista académica Archives of Sexual Behavior afirmam que "adultos norte-americanos fizeram sexo cerca de nove vezes menos por ano no início de 2010, em comparação com o final da década de 1990". Em entrevista ao El País, Pedro Nobre, médico especialista clínico e presidente da Associação Mundial de Saúde Sexual, confirmou que os casais de hoje fazem menos sexo comparados com as gerações anteriores. "Hoje em dia, há menos sexo praticado em casal e mais sozinho". O especialista diz que a masturbação aumentou devido à falta de tempo. No entanto, reforça que a sexualidade não é só sexo, mas tem sim, outros elementos, como a comunicação. E com o avanço tecnológico, houve também uma diminuição de comunicação pessoal e um aumento de tempo passado online.

Hoje, o entretenimento está presente em qualquer parte do dia, mesmo quando vamos dormir, contribuindo para ser uma distracção e um fator para o esquecimento do convívio com o outro. Um estudo realizado pelo Conselho Nacional de Pesquisa de Opinião da Universidade de Chicago, relata que "desde 1972, a fração de pessoas que pratica sexo pelo menos uma vez por semana caiu de 45% em 2000 para 36% em 2016".

Doenças como a depressão e a ansiedade aumentaram também e com eles diminuiu o desejo sexual. "A exaustão e a perceção de insatisfação com nossas vidas estão ligadas ao baixo autoconceito e autoestima, o que afeta diretamente a busca e a experiência de nossa sexualidade e vida íntima, relegadas às últimas posições em nossas prioridades", explica Berta Pinilla, psiquiatra e psicoterapeuta do Grupo Doctor Oliveros no mesmo artigo do EL País.

A toma de antidepressivos está diretamente envolvida com a diminuição do desejo sexual. Segundo o The Guardian, este tipo de medicamentos pode ajudar muitas pessoas, mas como outros, tem efeitos colaterais. Um deles está relacionado com o desejo sexual.

Por estas razões, existe a necessidade de aumentar a conexão com o outro e com nós próprios. A importância de parar, partilharmos espaços de intimidade e comunicar com o outro, são formas importantes e que precisam de ser reformuladas. O espaço social tem um impacto crucial na mudança de comportamento. Por isso, a partilha pessoal tem de recuperar o lugar do mundo digital.

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