Ativista iraniana Nasrin Sotoudeh condenada a 38 anos de prisão e 148 chicotadas
A ativista defendeu várias mulheres detidas por retirarem nas ruas os lenços que devem cobrir-lhes o cabelo em público. Foi presa em junho, acusada de espionagem e insultos ao líder supremo do Irão.

"O veredicto de Nasrin: 38 anos de prisão com 148 chicotadas o resultado de dois casos abertos". Foi assim que o marido de Nasrin Sotoudeh, uma defensora dos direitos humanos detida desde meados de junho, anunciou no Facebook as penas aplicadas à mulher devido a dois casos abertos na justiça iraniana contra si.
A ativista foi detida em junho de 2018 e estava acusada de espionagem, difusão de propaganda e insultos ao líder supremo do Irão, Ali Khamenei. Sotoudeh defendeu várias mulheres detidas por retirarem nas ruas os lenços que devem cobrir-lhes o cabelo em público, em protesto contra a obrigatoriedade desta prática no Irão desde a revolução islâmica de 1979.

Os números anunciados por Reza Khandan, e corroborados pelo Centro de Direitos Humanos do Irão, entram em conflito com o que foi revelado pela justiça iraniana. Oficialmente, o juiz Mohammad Moghiseh, responsável do tribunal revolucionário n.º 28 de Teerão anunciou que "Nasrin Sotoudeh foi condenada a cinco anos de prisão por conspiração contra o sistema e a dois anos por ofender o líder" supremo Ali Khamenei. No Facebook, após conversa telefónica com a mulher, Reza "respondeu": "Cinco anos de prisão para o primeiro caso e 33 anos de prisão com 148 chicotadas, para o segundo caso."
O tribunal "realizou uma audiência para este julgamento em que a minha cliente não estava presente e entendemos que o tribunal a condenou à revelia", explicou à agência de notícias iraniana Irna, Mahmoud Behzadi-Rad, um dos advogados de Nasrin Sotoudeh. O causídico não especificou a data da audiência nem se estava presente. O juiz que divulgou a sentença oficial revelou que "o caso foi encaminhado ao tribunal de recurso".

A Amnistia Internacional considerou a sentença uma "injustiça gigante" e definiu o caso como "chocante".
Sotoudeh já tinha sido anteriormente detida e condenada a onze anos de prisão, em 2011, proibida de exercer advocacia e de sair do país durante 20 anos. Após recurso, a pena foi reduzida para seis anos. Foi no ano seguinte que a militante dos direitos humanos no Irão foi distinguida em 2012 com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu.
Em janeiro deste ano, o marido da advogada, Reza Khandan, também foi condenado a cinco anos de prisão por "conspiração contra a segurança nacional" e a um ano por "propaganda contra o sistema".

Com Lusa

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