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Assédio sexual: o caso do vídeo partilhado no Whatsapp e como reagir nestas situações

Como um vídeo de conteúdo erótico partilhado pelo whatsapp de 2500 colegas de trabalho levou ao suicídio de uma funcionária da Iveco em Madrid.

30 de maio de 2019 às 16:15 Camila Lamartine

No último sábado, 25 de maio, a vida acabou para Verónica Rubio  uma mulher de 32 anos, casada e com dois filhos. Verónica Rubio decidiu suicidar-se depois do seu marido tomar conhecimento de um vídeo de sexo em que aparecia ter sido partilhado no Whatsapp.

A origem do conteúdo é desconhecida, mas terá sido através de um colega de trabalho e ex-companheiro de Verónica – com quem já havia terminado há cinco anos, que partilhou o vídeo pela rede social com os demais funcionários da empresa Iveco, em Madrid, chegando a 2500 pessoas.

Depois disso, os assédios passaram a ser constantes. Apontavam para ela, riam, e falavam abertamente "esta é a rapariga do vídeo". Um colega de trabalho disse ao El País que a situação tomou proporções graves e que isso foi muito pesado para Verónica. "Eu lembro-me que na última quarta-feira a vi chorar. Muitos de nós já vimos o vídeo, ele estava a circular nos grupos do WhatsApp. Foi tão difundido que até chegou a mim através de pessoas de fora da empresa", comentou a mesma fonte ao jornal.

Ainda de acordo com o El Pais, o suicídio está a ser investigado pelo Ministério Público e pode enquadrar visualizadores e propagadores do conteúdo como co-autores de crime contra a privacidade. Contudo, a central sindical Comisiones Obreras (CCOO) revelou a apresentação de uma queixa contra a construtora de camiões junto da Inspecção do Trabalho, apontando omissão em relação as medidas necessárias de protecção de uma funcionária alvo de crimes de natureza sexual, já que a Iveco tinha conhecimento da divulgação do vídeo, como explica o jornal Público.

Em Portugal, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), enquadra o cyberbullying como uma forma de bullying cometido através da internet e das novas tecnologias, devendo a vítima denunciar sempre que possível. Neste caso, é importante gravar e guardar os conteúdos discriminatórios e dirigir-se a um dos Gabinetes de Apoio a Vítima, ou enviar email para apav.sede.@apav.pt. O contacto por telemóvel está também disponível, mas apenas nos dias úteis, das 10h às 17h, no número 707 200 077.

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