As revelações emocionantes do livro de memórias de Juan Carlos
Reconciliação é um livro de memórias escrito em conjunto com a sua biógrafa e amiga, a historiadora Laurence Debray.
Será um dos grandes lançamentos da temporada, o novíssimo Reconciliación [Planeta], biografia de Juan Carlos, antigo rei de Espanha, exilado nos Emirados Árabes Unidos, em Abu Dhabi, há cinco anos, após uma sucessão de escândalos financeiros e amorosos que abalou a casa espanhola e muita tinta fez correr na imprensa vizinha.
O rei emérito achou que, para já, era oportuno reunir as suas memórias neste livro, escrito em colaboração com a biógrafa Laurence Debray. A obra começará por ser publicada em França e os diários Le Point e Le Figaro já se anteciparam a revelar alguns excertos mais polémicos. Polémico é, aliás, um bom adjetivo para descrever Juan Carlos, que viveu uma vida cheia. “Na caça ao homem, tornei-me uma presa fácil”, escreveu, referindo-se ao caso que teve com Corinna Laresen, em 2004, e tornado público em 2012, na famosa viagem de caça ao Botswana, quando Juan Carlos fraturou uma anca.
A ¡Hola! revela uma frase sobre a abdicação ao trono, quando o filho, Filipe VI, o sucedeu. "Eu sabia que nos últimos dois anos já não gozava de um apoio popular unânime. Ao longo de 39 anos de reinado, a proporção ainda era aceitável. O país ainda pagava o preço pela crise económica sem precedentes de 2005. E também por uma crise moral. Enquanto isso, eu lutava contra mim mesmo e contra este corpo que me começou a atraiçoar. Recusei-me terminantemente a aparecer em público de uniforme militar, em cadeira de rodas ou mesmo de muletas, em revista às tropas." A saúde de Juan Carlos começou a debilitar-se mais precisamente desde que caiu, em 2012, no Botswana. Tudo começou a colapsar, lentamente, com os escândalos de casos extraconjugais de uma vida a conhecerem, a boa velocidade, a luz do dia.
Sabe-se, entretanto, que o rei emérito preparava-se, no verão passado, para se estabelecer no nosso país, deixando para trás o exílio em Abu Dhabi. Juan Carlos visitou mansões luxuosas no Estoril e Cascais (parece que escolheu uma no valor de 4,5 milhões de euros). Recorde-se que foi no Estoril que cresceu, no exílio, após a proclamação da Segunda República Espanhola, uma parte da sua vida que é contada na biografia do jornalista espanhol José de Bouza Serrano, autor de O Rei Sem Abrigo [Oficina do Livro].
Uma das confissões mais emocionantes de Reconciliación é sobre o filho e as pazes com Espanha. “O que mais desejo, enquanto for vivo, é ter uma reforma tranquila, restabelecer uma relação harmoniosa com o meu filho e, acima de tudo, regressar a Espanha, a minha casa.”
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