Uma "Adolescência" espanhola? Eis "Pubertat", série que retrata a infiltração do machismo entre os mais novos
Estreia esta quarta-feira na HBO e é mais um retrato da infiltração do machismo, da violência sexual e do impacto das redes sociais em adolescentes.
Série "Pubertat" na HBO Max retrata machismo e violência sexual entre jovens na Catalunha
23 de setembro de 2025 às 15:23 Gonçalo Correia / Sábado
A pergunta surge bem cedo no trailer, como mote para toda a série: “Porque achas que o teu nome consta de uma denúncia por agressão sexual?” Ele, um jovem rapaz, garante que “é tudo um erro”. Se será ou não, é o que se ficará a saber ao longo de Pubertat, a nova série espanhola da HBO Max, que se estreia esta quarta-feira, dia 24, na plataforma de streaming. O primeiro episódio fica disponível neste dia; os restantes cinco, chegam ao ritmo de um por semana, sempre às quartas-feiras.
Criada e realizada por Leticia Dolera, atriz, argumentista e cineasta catalã que na televisão destacara-se já como criadora, argumentista e protagonista da série de duas temporadas Vida Perfeita, Pubertat tem com Adolescência, produção de enorme sucesso da Netflix estreada este ano, semelhanças que vão além do título.
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Também aqui se filma a infiltração do machismo, da violência sexual e dos efeitos mais nefastos das redes sociais entre os mais novos. Num texto publicado esta terça-feira sobre a série, a revista norte-americana Variety notava aliás as semelhanças: “De certa forma, Espanha tem a sua própria Adolescência”, lia-se, ainda que “nenhuma empresa possa, mesmo nos seus sonhos mais arrojados, almejar ter tanto sucesso quanto a produtora do drama britânico da Netflix”.
Também aqui com um papel central que lhe garante o domínio criativo da série - é criadora, argumentista, cineasta e integrante do elenco -, Letícia Dolera faz parte, com Xavi Sáez, Betsy Rúrnez, Biel Durán, Anna Alarcón, Lluís Marco e Vicky Peña, do leque mais experimentado do elenco. A maioria dos atores e atrizes adolescentes, informava recentemente a HBO Max em comunicado, são estreantes, têm entre 14 e 15 anos e juntam-se a Carla Quílez, jovem atriz espanhola de 17 anos que já protagonizara anteriormente um filme, La Maternal.
Pubertat é escrita pela HBO como “um drama familiar que explora o peso do tabu e o legado psicológico transmitido de geração em geração”, passando-se numa pequena comunidade na Catalunha em que “a harmonia é abalada quando uma denúncia de agressão sexual explode nas redes sociais, apontando três adolescentes como os autores”. As famílias dividem-se e os pais são desafiados a confrontar-se com um retrato assustador dos seus filhos - tal como se vira, também, numa outra série recente da HBO, a sueca Beartown, igualmente passada numa pequena localidade em que todos se conheceme igualmente sobre suspeitas de crimes sexuais em adolescentes.
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Em conferência de imprensa recente, a produtora da série, Miriam Porté, descreveu o financiamento de Pubertat como um processo “muito complexo”, que seria “totalmente impossível sem a HBO”, dado que se trata de “uma série de qualidade, ambiciosa e de grande escala”.
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À revista Variety, a criadora, Letícia Dolera, defendeu: “A série tem múltiplas camadas. Uma delas é o legado, no sentido amplo do termo. Legado cultural e patriarcal e legado psicológico e familiar. Todas as heranças psicológicas, os tabus, a forma como os modelos masculinos são passados de pai para filho e para neto” estão no quadro, referiu. Acrescentou que Pubertat é sobre “refletirmos, enquanto comunidade, num problema que temos e que creio que está a rebentar aos nossos olhos. Tenho a impressão de que há gerações de miúdos que cresceram com um telefone nas mãos e cujos pais estão um pouco perdidos, absorvidos também por um sistema capitalista que os devora e que lhes exige que trabalhem cada vez mais horas por dia, para poderem pagar a casa e tantas outras coisas”.
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“O plano dele era simples: ele trabalhava e ganhava o sustento; eu cuidava do lar e, eventualmente, dos filhos, quando os tivéssemos.” Todos os sábados, a Máxima publica um conto sobre o amor no século XXI, a partir de um caso real.