Aldeias de Crianças SOS incentivam portugueses a passar uma hora extra com os filhos
A organização lançou uma nova campanha internacional que vem sensibilizar para o abandono infantil.
Segundo o Instituto Europeu de Igualdade de Género, Portugal é um dos países europeus menos afetados pela violência contra as mulheres. A agência, que fornece dados sobre igualdade de género, apresentou uma nova forma de medir a violência contra as mulheres que combina a prevalência, a severidade e a visibilidade do fenómeno em cada país e atribuiu-lhes uma pontuação. A escala vai de um a cem e quanto mais alta, maior é o índice de violência no país.
Segundo o relatório divulgado esta terça-feira, a média da União Europeia é de 27,5, com a pontuação mais alta atribuída à Bulgária. Portugal fica abaixo da média, com 24,5, e a Polónia (22,1), a Eslovénia (22,4) e a Croácia (23,2) são os países com pontuação mais baixa da lista.
Embora esta pareça ser uma boa notícia para Portugal, Sofia Fernandes, da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, explicou ao jornal Público que há vários fatores a ter em consideração na altura de ler estes dados. Foram utilizados inquéritos feitos à população pela Agência dos Direitos Fundamentais, o que significa que mais que reportar atos de violência em si, as respostas refletem a perceção que cada um tem do que é ou não violência. "Tem a ver com consciência social", explica. A pontuação da Suécia, que foi mais elevada (29,7), não significa que exista mais violência nesse país, mas sim que há uma maior igualdade de género e melhor noção daquilo do que é violência, o que leva a que seja mais frequentemente reportada.
Em Portugal, uma em quatro mulheres admitiram ter sido vítimas de violência física ou sexual desde que fizeram 15 anos e 66% destas mulheres sofreram consequências a nível de saúde. No entanto, uma em cinco afirmou nunca ter contado a ninguém. Virginija Langbakk, diretora do Instituto Europeu de Igualdade de Género, garante que a violência contra as mulheres é tanto uma causa como uma consequência da desigualdade de género e que "nas sociedades que toleram a violência, nas quais não se punem os autores e se culpam as vítimas, as mulheres tendem a falar menos sobre isso. Para acabar com essa cultura de silêncio e culpabilização das vítimas, é preciso uma resposta mais forte dos governos, da polícia e da justiça. As mulheres devem saber que as suas queixas serão levadas a sério e a justiça será feita para que possam recuperar as suas vidas".