Sem uma cadeira ao lado de Charles Michel, presidente da Comissão Europeia e de Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, Ursula Von der Leyen teve que se conformar em sentar num sofá lateral, numa reunião que teve lugar no início de abril, com o líder da Turquia. Foi a ponta do iceberg de um problema global, que fez com que a presidente da Comissão Europeia falasse sobre aquilo que continua a acontecer com mulheres de todo o mundo, independentemente do cargo político (ou outro), nacionalidade, idade ou estrato social: a discriminação de género, que se evidenciou neste episódio, mais tarde apelidado de "sofagate".
No último discurso de Von der Leyen no Parlamento Europeu, a presidente da Comissão Europeia fez um apelo pelos direitos das mulheres e afirmou que se sentiu "magoada e sozinha" naquela situação em que foi posta, relegada para segundo plano."Sou a primeira mulher a presidir a Comissão Europeia. Sou a presidente da Comissão Europeia, e é assim que esperava ser tratada quando visitei a Turquia há duas semanas: como presidente da Comissão. Mas não fui. Não posso encontrar nos tratados da UE qualquer justificativa para a forma como fui tratada, pelo que tenho de concluir que isso aconteceu porque sou mulher", afirmou.
E acrescentou que, enquanto "presidente de uma instituição muito respeitada por todo o mundo e, ainda mais importante, enquanto líder" pode fazer-se ouvir, mas que isso não acontecerá com "milhões de mulheres que são magoadas todos os dias, em todos os cantos do planeta."
Ursula Von der Leyen reforçou ainda que a Comissão irá apresentar propostas legislativas para prevenir a violência contra mulheres e crianças, até ao fim do ano. A presidente da Comissão Europeia publicou entretanto o vídeo na sua conta de Instagram. Veja-o aqui.
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