O Japão diz não ao casamento gay por isso Misato e Otaki vão ‘casar-se’ 26 vezes
Desde 2017 que Misato e Otaki queriam casar-se mas a lei em vigor no Japão não permite. Para contrariar esta medida, vão viajar por 26 países onde é permitido o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Portugal será um deles.
Misato Kawasaki e Otaki Makoto
Foto: Instagram @loveislove.japan10 de janeiro de 2019 às 13:28 Ana Silva
Misato Kawasaki e Otaki Makoto são homossexuais, mas o país onde vivem não admite que casais do mesmo sexo se casem. Para contornar esta imposição, as duas decidiram embarcar numa viagem por países onde o casamento gay é permitido.
O casal conheceu-se na faculdade e está junto desde 2007. Alguns meses de namoro depois, Otaki pôs de parte o famoso "Queres casar comigo?" e pediu Misato em casamento com uma pergunta mais aceitável à luz da legislação do Japão: "Queres ficar comigo para sempre?" Este foi o ponto de partida que desencadeou a missão de acabar com a discriminação contra pessoas LGBT no país.
Assim nasceu o #26timeswedding, o projeto onde o casal viaja por 26 países durante seis meses e são fotografadas vestidas a rigor, como se tivessem acabado de casar. As jovens têm partilhado imagens no seu Instagram e prometem entrevistar casais japoneses homossexuais a viver nos países onde o casamento gay é legal.
"Através das nossas fotos de casamento queremos mostrar que ser lésbica, gay, bissexual e transgénero é normal, para que aqueles que estão perturbados pela sua orientação sexual possam ter esperança", disse Misato ao jornal japonês The Asahi Shimbun.
O casal criou um crowdfunding para angariar um milhão de ienes (cerca de oito mil euros) para cobrir as despesas durante os seis meses de viagem. Até agora, foram doados mais de trezentos mil ienes. As duas esperam passar pela Europa (com paragem em Portugal), África e América do Norte e do Sul com regresso ao Japão previsto para setembro.
Damares Alves, que deveria apoiar os direitos humanos, em especial os das mulheres, afirmou que o Brasil entra agora numa “nova era”. Só se for a do retrocesso.