Os números são assustadores: 80% das mulheres diz já ter sofrido, pelo menos uma vez, assédio sexual em locais públicos, mas apenas 25% afirma que alguém as ajudou. Estes são os resultados de um estudo internacional, em oito países, encomendado pela L’Oréal Paris, que está empenhada em proteger as vítimas e combater este sistema.
Para isso, uniu esforços com a ONG Right To Be (anteriormente Hollaback!) e deu vida ao programa Stand Up - Contra o Assédio em Locais Públicos, já em março de 2020, que pretendia formar 1.500.00 pessoas e, desse modo, "construir uma cultura em que o assédio de rua seja considerado um comportamento inaceitável". Desde essa data, cumpriu - e ultrapassou - o seu objetivo, tendo-o alargado a uma nova meta: 2 milhões até ao final de 2023.
De modo a conseguir atingi-lo, reforçou a comunicação da sua campanha nesta que é a semana de consciencialização desta problemática e partilhou as conclusões de um inquérito que concretizou junto dos formandos. Com as ferramentas obtidas durante o pequeno curso, os participantes acreditam "estar, agora, mais aptos a identificar o assédio em locais públicos", além de se sentirem "mais preparados para intervir do que a população em geral".
Aliás, de acordo com os resultados anunciados pela marca, nove em cada 10 pessoas que realizaram a formação disponibilizada pela L’Oréal "estão convencidas de que poderiam fazer pelo menos uma ação para combater o assédio em locais públicos, se o testemunhassem", contrariamente à restante população, em que apenas 67% afirma estar preparado para intervir nesses casos.
Esta formação, que pode ser feita através do site, durante 10 a 15 minutos, ou num webinar de 1 hora com a Right To Be, tem por base a metodologia dos 5D’s. Com este "sistema pioneiro", como descreve a insígnia, as vítimas e testemunhas poderão agir de forma segura contra o agressor.
Mas o que significam os 5D’s? O primeiro é "distrair", que dá um tempo extra para atuar. Depois, o "delegar", em que deve chamar a atenção de alguém que esteja próxima para se aperceber da situação e perguntar se pode fazer algo naquele momento. Seguem-se o "documentar", cujo nome é bastante explicativo, e o "dirigir-se". Este último traduz-se numa abordagem da vítima e demonstração de apoio. Para terminar, o "dialogar". "Fale alto e convide o assediador a ir embora, mas lembre-se, a sua segurança e a segurança da pessoa que está a ser assediada vêm em primeiro lugar", é esclarecido na plataforma digital do Stand Up.
Pode inscrever-se nestas formações, ora para saber como agir quando presencia um ato de assédio em locais públicos, ora para quando é vítima, no site do programa.