Os signos que vão sair da lama emocional
A partir do dia 24 de fevereiro, Marte estaciona, trazendo um impacto forte aos ambiente familiares, profissionais, relacionais principalmente de Caranguejos e Capricórnios.
Joël Le Scouarnec, de 73 anos, está no centro de um escândalo que abalou profundamente a sociedade francesa. Acusado de 300 crimes de violação e agressão sexual contra 299 vítimas, maioritariamente menores.
A descoberta dos crimes foi revelada em maio de 2017, quando uma vizinha de seis anos, em Jonzac, no sudoeste de França, o acusou de abuso sexual, contando à mãe que Le Scouarnec se tinha exposto e a tinha molestado por cima da vedação. Durante a investigação, as autoridades encontraram diários pormenorizados que enumeravam cronologicamente os abusos cometidos ao longo de 25 anos, que alegadamente cometeu ou quis cometer nos vários hospitais em que trabalhou - Loches, Vannes, Lorient, Quimperlé e Jonzac, bem como mais de 300 mil imagens indecentes de menores. Estes diários continham nomes e descrições explícitas das vítimas, muitas das quais estavam sob anestesia durante procedimentos médicos dificultando a lembrança dos eventos.
Segundo os investigadores, a estratégia de Le Scouarnec consistia em fazer passar a violência sexual por um gesto profissional, a pacientes tão jovens que não se lembrariam nem compreenderiam o que estaria a acontecer. O médico aproveitava-se das crianças assim que ficava a sós com elas no quarto do hospital, acrescentaram.
Em 2020, Le Scouarnec foi condenado a 15 anos de prisão, depois de ter estado detido desde 2017, por abusos sexuais confirmados sobre quatro menores, incluindo duas sobrinhas e uma paciente de quatro anos. Contudo, a magnitude dos seus crimes levou a uma investigação mais ampla, resultando no julgamento atual que abrange centenas de outras potenciais vítimas.
Este caso levanta questões preocupantes sobre como tais abusos puderam ocorrer durante tanto tempo sem deteção. Em 2005, Le Scouarnec já havia sido condenado por posse de pornografia infantil, depois de o FBI ter dado um alerta às autoridades francesas. No entanto, o médico só recebeu uma pena suspensa de quatro meses, sem obrigação de seguir tratamento médico ou psicológico, continuando a exercer medicina até à condenação, em 2017. Além disso, há alegações de que membros da família e colegas estavam cientes de seu comportamento, mas não tomaram medidas para impedi-lo. "Foi a omertà da família que permitiu que o abuso continuasse durante décadas", disse à BBC um advogado envolvido no caso. A sua ex-mulher negou saber o que o marido - e pai dos seus três filhos - alegadamente fez até ser detido.
O julgamento atual, realizado em Vannes, no noroeste de França, é considerado o maior caso de abuso infantil na história do país. Espera-se que traga à luz os crimes de Le Scouarnec e também as falhas sistémicas que permitiram que tais atrocidades ocorressem por décadas.
Este caso serve como um alerta para a necessidade de uma maior vigilância e responsabilidade dentro das instituições médicas e judiciais, para garantir que tais crimes nunca mais passem despercebidos.