Um ano depois das acusações contra Harvey Weinstein, o que mudou?
Resumimos um ano de vozes que se levantaram, acusações que se formalizaram, consequências que se aplicaram.
França, tal como o mundo, continua a debater o assédio sexual nas suas várias vertentes. Os dois vídeos em questão, filmados por mulheres, mostram momentos do seu dia a dia em que são claramente assediadas e confrontadas com situações embaraçosas e sexuais. Publicados nas redes sociais, atingiram milhares de visualizações e têm vindo a circular por toda a internet.
O primeiro foi gravado em dezembro por uma mulher que ia sentada no metro e decidiu filmar o homem sentado à sua frente. Após movimentos que evidenciavam que o homem se estava a masturbar em pleno transporte público, este ainda aborda a rapariga dizendo que esta era "magnífica". A vítima partilhou o vídeo com o intuito de chamar a atenção para o problema e mostrar que esta é uma situação frequente no metro de Paris. A mulher incentiva ainda a rede de transportes a tomar medidas.
O segundo vídeo, gravado no mês passado, por uma outra mulher, aconteceu após esta ter sido assediada quando um homem lhe tocou nas nádegas. A rapariga decidiu filmar o agressor, sendo possível ver que o homem a perseguiu enquanto ela trocou de linha. É visível que mesmo sabendo que a vítima poderia estar a filmar e encontrando-se no meio de tanta gente, o homem manteve o comportamento de abuso. No entanto, graças à gravação, o sujeito terá sido identificado, detido e preso poucos dias depois.
Graças à partilha de vídeos de situações semelhantes, aumentou o debate nos meios de comunicação franceses sobre o assédio nas ruas e os inúmeros casos denunciados em apenas um ano.
Casos esses que este ano provocaram uma mudança legislativa em França, com repercussões que podem chegar a multas até €3 mil euros, por assédio sexual na rua. A lei contra a violência sexual foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Nacional Francesa. "É uma luta cultural que temos de enfrentar todos juntos", frisou Marlène Schiappa, secretária de Estado da Igualdade do país.
Voilà mon quotidien dans les transports en commun, il ne se passe pas une semaine sans que ceci ne m’arrive et je n’exagère même pas, pour 1 fois j’ai voulu filmer pr montrer à quel point C grave, @ClientsRATP on voit son visage j’espère que vous allez pouvoir faire quelque chose pic.twitter.com/WT2WG0gqnl
C’est bon je suis bien rentré à Paris me suis mise à filmer parce qu’il m’a frôlé en me touchant les fesses et s’est retourné en me faisant un clin d’œil. Je lui ai sorti le MEGA evil Look et je l’ai laissé marché devant moi en le filmant pour avoir une preuve #BalanceTonPorc pic.twitter.com/aJkQ4LaBiW