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Faz hoje, 5 de outubro, precisamente um ano desde a publicação da investigação do The New York Times que haveria de mudar Hollywood. Harvey Weinstein Paid Off Sexual Harassment Accusers for Decades foi areportagem do diário norte-americano que desatou "o nó" de acusações de abuso e assédio sexuais ao influente produtor Harvey Weinstein (detentor da empresa com o seu nome) e uma das figuras mais influentes da indústria cinematográfica. Destapou, assim, alguns dos mais obscuros segredos ligados ao assédio e abusos sexuais, mas também à violência, à desigualdade e às disparidades salariais de género.
Ao longo deste último ano, duvidou-se que Hollywood voltasse a ser a mesma. E não foi. Primeiro, emergiram vozes corajosas como as das atrizes Ashley Judd, Lucia Evans, Rose McGowan, Salma Hayek, Lea Seydoux ou Gwyneth Paltrow; depois surgiram declarações (mais tardias, mas igualmente emocionadas, algumas difíceis de acreditar) de nomes como Meryl Streep, Natalie Portman ou Cate Blanchett. Por fim, as acusações multiplicaram-se de dia para dia, nesse mês mais intensamente e depois ao longo deste ano, contra Weinstein e não só. Louis C.K., Kevin Spacey, Chris Hardwick, Morgan Freeman, Ben Affleck, Junot Díaz, Patrick Demarchelier ou Terry Richardson são apenas algumas das 141 personalidades que a revista TIME reúne no artigo Here Are All the Public Figures Who’ve Been Accused of Sexual Misconduct After Harvey Weinstein, que reúne todas as acusações dos envolvidos neste enredo grotesco. Acusações que se estendem por mais de 130 anos e que abrangem várias áreas.
A pergunta que se impõe, hoje, é: fez-se justiça? Onde está Weinstein? Levantaram-se vozes, juntaram-se forças e fundaram-se movimentos como o Time’s Up e o #MeToo, apoiou-se a causa. Perdeu-se o medo e a vergonha e o tópico inundou a comunicação social e as associações de apoio às vítimas. Bill Cosby foi preso. Voltou-se a falar em Woody Allen e em Roman Polanski, já "casos adormecidos". Afastaram-se atores de séries que protagonizavam, como Kevin Spacey, ator principal de House of Cards. Weinstein foi automaticamente excluído para sempre da Academia dos Óscares. E Emmanuel Macron, Presidente francês, retirou a Menção de Honra queHarvey Weinstein recebeu em 2012 pela mão do ex-Presidente Nicolas Sarkozy.
No entanto, está ainda por apurar qual a pena de Weinstein. Os números revelados, que falam entre cinco a vinte e cinco anos, não chegam para fazer justiça às atrocidades feitas pelo produtor. Mas fica a confirmação de que se fez uma revolução histórica em nome das mulheres, destapando-se, finalmente, o véu aos abusos sexuais tantas vezes silenciados no último século. Revelaram-se nomes e impuseram-se movimentos feministas. Perdeu-se, acima de tudo, o medo de falar, não só em nome próprio mas sobretudo pelos outros.
Recorde os artigos publicados há um ano pela Máxima.
2 de 35 /LUPITA NYONG’O | Uma das vezes, Harvey convidou-a a almoçar na sua casa do Connecticut e enfureceu-se por ela não aceitar beber: “’Porque não?’ Lembro-me de ele perguntar. ‘Porque não gosto de vodka, e não gosto de Diet soda e não gosto das duas coisas juntas’ e ele insistiu ‘Tu vais beber isto’. Eu sorri e disse que não iria beber. Ele desistiu e chamou-me teimosa. Eu disse ‘Eu sei disso’.” Depois disso, o produtor ainda propôs fazer uma massagem à atriz: “Senti-me insegura. Entrei um bocado em pânico e pensei rapidamente em oferecer-me para lhe fazer eu a massagem – isso ao menos permitir-me-ia ter o controlo físico e saber sempre exatamente onde estavam as mãos dele”
3 de 35 /LENA HEADY | Uma vez, durante um passeio no Festival de Cinema de Veneza, Harvey tentou beijar a atriz ao qual ela reagiu: ‘Eu disse qualquer coisa como… ‘Oh, por favor..isso seria como beijar o meu pai! Vamos mas é beber qualquer coisa, voltar à festa!’ Não voltei a entrar em nenhum outro filme da Miramax. "
4 de 35 /RYAN GOSLING | ‘Quero juntar a minha voz aos apoiantes de todas estas mulheres que tiveram a coragem de falar contra Harvey Weinstein. Como a maioria das pessoas em Hollywood, eutrabalhei com ele e estou profundamente desapontado comigo mesmo por ser tão distraído no que toca a estes episódios devastadores de abuso e assédio sexual.’
5 de 35 /CLAIRE FORLANI | '‘Nada aconteceu entre mim e o Harvey – mas eu escapei cinco vezes a ele. Eu tive dois encontros com Harvey, à noite, no Hotel Peninsul (...) Sim, massagens foram sugeridas. Os três jantares que tive com Harvey, não me recordo exatamente da altura, tinha eu 25 anos. Lembro-me de ele me dizer os nomes das actrizes com quem já tinha ido para a cama, e aquilo que ele fez posteriormente pela carreira delas. Eu não bebia, pois sabia o mestre da manipulação que Harvey era. No último jantar que tive com ele no Diminic, ele disse-me que o piloto (de um filme) estava em standby porque ele nunca me conseguia levar para a cama, ao qual eu reagi como sempre fiz, tornando a conversa mais leve, uma brincadeira aqui e ali, até me ir embora. Eu sempre me considerei uma ‘Pro’ em contornar estas situações, ganhei uma experiêncial considerável nesta matéria. Às vezes fico mesmo muito chateada.’
6 de 35 /JANE FONDA | ‘Eu soube do Harvey há cerca de um ano, e sinto-me envergonhada por não ter dito nada nessa altura. (…) Foi um grande choque e uma enorme desilusão.’
7 de 35 /NICOLE KIDMAN | 'Como já o disse antes publicamente, eu apoio e aplaudo todas as mulheres e estas em específico que falam contra qualquer tipo de abuso e mau uso de poder - quer seja violência doméstica ou assédio sexual no trabalho. Nós temos que eliminar este tipo de comportamento.'
8 de 35 /GEORGE CLOONEY | ‘Conheço-o há 20 anos. Deu-me o meu primeiro grande êxito como ator em ‘Aberto Até de Madrugada’, deu-me a minha primeira oportunidade como realizador com Confissões de uma Mente Perigosa’. Partilhámos cenas, estivemos juntos em lugares diferentes, discutimos. Mas posso dizer que nunca presenciei nada relacionado com este comportamento’ in The Daily Beast
9 de 35 /MATT DAMON | ‘Fiz cinco ou seis filmes com o Harvey (…) Se tivesse visto algo, teria impedido. Sinto-me péssimo por estas mulheres e considero maravilhoso que tenham tido a coragem incrível de se levantarem agora.’ in Deadline
10 de 35 /BARACK OBAMA | ‘Devemos celebrar a coragem destas mulheres que vieram à frente contar estas dolorosas histórias. E todos nós precisamos de construir uma cultura – incluindo dando força às nossas raparigas e ensinando decência e respeito aos nossos rapazes – de forma a que este tipo de comportamento não prevaleça no futuro’.
11 de 35 /JULIANNE MOORE | ’Falar sobre abuso e coerção sexual é assustador e as mulheres pessoalmente não ganham nada em fazê-lo. Mas é com a bravura destas mulheres que andamos para a frente culturalmente, e por isso agradeço-lhes.’
12 de 35 /JESSICA CHASTAIN | ‘Eu fui avisada desde o princípio. As histórias estavam por todo o lado. Negar isso, é criar o ambiente perfeito para que volte a acontecer.’
13 de 35 /JUDD APATOW | ‘Gente com dinheiro compra o silêncio com acordos económicos. As cláusulas de confidencialidade permitem que os predadores façam a vida negra a outras pessoas. Durante décadas.’
14 de 35 /JIMMY KIMMEL | ‘As pessoas estão a apontar o facto de Weinstein ter sido um seguidor de Clinton, e é verdade. Não defendo Hillary. A verdade é que a sua campanha aceitou dinheiro de um homem de nível que foi acusado de assédio sexual variadíssimas vezes. E não é só um, são dois: Weinstein e Donald Trump, que doou à sua campanha em 2008.’
15 de 35 /HILLARY CLINTON | ‘Este comportamento descrito por estas mulheres não pode ser tolerado. A coragem delas e o apoio de outros é impreterível para ajudar a acabar com este tipo de comportamento.’
16 de 35 /LENA DUNHAM | ‘Homens como Weinstein ameaçam aquilo que tu tens – a tua segurança, liberdade económica e sim-carreira. Agora está na hora de ouvir e tirar lições, não de fazer julgamentos éticos acerca das mulheres que foram intimidadas, coagidas e magoadas’
17 de 35 /AMERICA FERRERA | ‘Este abuso de poder deve acabar, mesmo que o abusador seja muito poderoso. E publicamente, devemos todos apoiar aquelas que têm a coragem de expor tudo isto.'
18 de 35 /STEPHEN COLBERT | ‘Num mundo justo, este monstruoso comportamento não teria sido permitido durante décadas. Não é defensável. Weinstein desculpou-se dizendo ‘Venho dos anos 60 e 70, época em que as regras de comportamento eram muito diferentes’. Os seus advogados referiram-se a ele como ‘um velho dinossauro a aprender novas condutas’. Ok. A – isso não é uma desculpa e B – os dinossauros não se tocavam à frente dos seus empregados. Os braços do Tiranossauro eram demasiado curtos.’
19 de 35 /OLIVIA WILDE | ‘1. Vamos ser claros. O que o Harvey Weinstein fez àquelas mulheres não foi coisa pouca. Estou devastada e enojada. 2. Apesar de nunca ter testemunhado nada, sou solidária com as vítimas e espero que esta bravura seja uma mensagem a todos os abusadores de poder. 3. A acusação às vítimas tem de parar. Tal como a vergonha de muitas mulheres por não terem falado antes. Elas falaram e nós estamos aqui para ouvir.’
20 de 35 /JOHN BAILEY | O presidente da Academia de Hollywood: ‘Sei bem o quão difícil é Harvey Weinstein. Temos que desmascarar comportamentos semelhantes que salpicam a maneira de ser norte-americana. Weinstein está a ter o que merece’.
21 de 35 /CHRISTIAN SLATER | ‘As valentes ações destas mulheres que se atreveram a confessá-lo e a dos jornalistas que trouxeram isto à luz do dia mudaram o paradigma. Nenhuma mulher deveria sentir-se insegura no seu posto de trabalho. Nenhum homem deveria sentir-se imune às consequência dos seus atos.’
22 de 35 /MILO VENTIMIGLIA | ‘Os homens têm uma grande responsabilidade em geral. Precisamos de mostrar a nossa compaixão, força, compreensão e comunicação’.
23 de 35 /KEVIN SMITH | ‘Ele financiou os meus primeiros 14 anos de carreira, e agora venho a saber que enquanto me dava lucro a mim, mulheres sofriam uma dor terrível. Sinto vergonha de mim mesmo.’
24 de 35 /MILES TELLER | ‘Nenhuma mulher devria sentir-se objetivizada no seu posto de trabalho, nenhuma mulher deveria sentir-se sexualizada. Estamos em 2017 e devemos superar esta merda.’
25 de 35 /ANDREW GARFIELD | ‘É chocante. Acho tudo isto muito triste e decepcionante, mas estou sobretudo muito inspirado por estas mulheres que deram um passo em frente, compartilhando as suas histórias. É algo bastante heróico. Essa é a única maneira para acabar com os abusos de poder. Por isso têm todo o meu apoio.’ in The Cut
26 de 35 /JEFF BRIDGES | ‘Está a enfrentar os seus próprios demónios agora. Desejo que se apoie nesses demónios e saia como uma pessoa mais rica. Desejo-lhe o melhor.’, revelou na antestreia do filme Only the Brave.
27 de 35 /BEN AFFLECK |’Estou triste e chateado por saber que um homem com o qual trabalhei usou a sua posição para intimidar, assediar sexualmente e manipular várias mulheres durante décadas. É inaceitável e pergunto-me o que posso eu fazer para me assegurar de que isto não acontece com outras mulheres’ in Facebook
28 de 35 /BRIE LARSON | ‘Como sempre, eu apoio as bravas sobreviventes do assédio e abuso sexual. A culpa não é vossa. Acredito em vocês.’
29 de 35 /MERYL STREEP | Condenou o “abuso de poder” exercido pelo produtor e garante que nunca soube de nenhum dos casos de assédio.
30 de 35 /JUDI DENCH | “A minha simpatia para com aquelas que sofreram e o meu sincero apoio àquelas que tiveram a coragem de falar.”
31 de 35 /GLENN CLOSE | “O Harvey foi sempre decente comigo, mas agora que os rumores se confirmam, sinto-me zangada e profundamente triste.”
32 de 35 /KATE WINSLET | “O facto destas mulheres terem começado a falar sobre a má conduta de um dos mais importantes e premiados produtores de filmes é incrivelmente corajoso e muito chocante de se ouvir. A maneira como o Harvey Weinstein tratou estas mulheres jovens, vulneráveis e talentosas não deve ser aceite em nenhum local de trabalho.”
33 de 35 /EMMA THOMPSON | Descreve Weinstein como “um homem predador”.
34 de 35 /MARK RUFFALO | “O que o Harvey Weinstein fez foi um abuso de poder nojento.”
35 de 35 /SETH ROGEN | “Eu acredito em todas as mulheres que acusam Harvey Weinstein de assédio sexual.”
O maior escândalo sexual da Meca do Cinema está a revolucionar a forma como a sociedade percepciona os limites do nepotismo machista. A queda estrondosa de Harvey Weinstein pode ser um enorme despertar para uma tentativa de um mundo com maior igualdade sexual. Alguém tem de fazer uma série ou um filme com estas histórias...