Andar descalça é a melhor coisa que pode fazer pelo seu corpo

De acordo com um novo estudo, devíamos pensar em deixar os sapatos de parte a favor de andar descalços, para bem do nosso equilíbrio e da sensibilidade dos pés.

andar-descalca-pode-fazer-muito-pelo-seu-corpo Foto: Unsplash
02 de janeiro de 2020 às 07:00 Vitória Amaral

Um estudo publicado em junho deste ano no jornal de medicina e ciência Nature concluiu que o uso geral de calçado, especialmente o amortizado, pode ter efeitos graves no esqueleto em geral e nos pés em particular. Além de comprometer a sensibilidade ao solo, podem estar em risco o nosso equilíbrio e a força aplicada nas articulações. Este fator traz consequências futuras para o resto do corpo, afetando o nosso esqueleto e postura, assim como a performance muscular.

A verdade é que as formas mais primitivas de calçado só apareceram há cerca de 40 mil anos, sendo que os primeiros sapatos com qualquer tipo de amortecimento só foram registados na época da Revolução Industrial. Antes disso, os humanos conseguiam andar, correr e caçar descalços, sendo que com o aparecimento de calos a pele estava protegida do solo acidentado.

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Hoje, os calos são considerados desagradáveis, recorrendo-se a inúmeros tratamentos e produtos que os removam ou previnam o seu aparecimento. Posto isto, ao comparar os pés de pessoas do Quénia e dos EUA que preferem andar descalços no dia-a-dia com pessoas que usam sempre calçado, os investigadores concluíram que apesar de calejados, os pés do grupo "descalço" não perderam a sensibilidade aos estímulos exteriores nem a proteção do solo enquanto andam. Por outro lado, o grupo "calçado" registava o contrário: a maioria demonstrou uma maior suscetibilidade a lesões musculares e maior dor na região das ancas e lombar.

Apesar de andar descalço não ter quaisquer repercussões negativas no corpo e fazê-lo parecer ótimo, pôr isto em prática poderá ser perigoso, quer seja um habitante do campo ou da cidade. Além de esta área necessitar de mais estudo, o recomendado é ter cuidado ao escolher sapatos que não causem danos a longo prazo, e que tenham a flexibilidade que permita sentir o solo e ter espaço para os dedos, para garantir o seu equilíbrio e evitar que aplique força desnecessária no pé. 

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