Tailândia e a revolução em curso para salvar os elefantes
Rita Ferro Rodrigues viajou pela Tailândia à procura de respostas (e soluções) para o sofrimento atroz dos elefantes do país e conta-nos na primeira pessoa o que viu – e sobretudo o que sentiu.
Santuário de Elefantes de Krabi
Foto: Joana Meneses21 de janeiro de 2019 às 07:00 Máxima
Temos de estar na presença de um elefante livre no seu habitat natural para nos apercebermos de forma plena como são especiais, magníficos e nos colocam em perspetiva como seres vivos inseridos num planeta pleno de diversidade.
A vida no Santuário de Elefantes de Krabi, no sul da Tailândia, requer uma contextualização importante. No país, apesar dos esforços iniciados há uns anos pelas organizações ambientalistas e de defesa dos animais, ainda existem cerca de 3.000 elefantes explorados diariamente. As estatísticas oficiais indicam que outros 3.700 vivem em liberdade absoluta, mas teme-se que esses números não sejam reais ? alguns estudiosos acreditam que são menos de 1.000 os animais que se encontram de facto livres, nos seus habitats naturais.
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Tem sido levado a cabo um trabalho extraordinário por parte de algumas ONGS e das autoridades tailandesas para inverter uma cultura milenar de exploração de elefantes. Eles travaram guerras ao lado dos homens durante várias dinastias Thai, participaram na construção de cidades (ganharam por isso um estatuto de símbolo do país) e continuam a ser utilizados nos trabalhos agrícolas e, mais recentemente, na indústria do entretenimento e no turismo (atividades fundamentais na economia do país). É importante que se explique que para se "domesticar" um elefante e torná-lo dócil e passivo ? e isto é tremendamente perturbador ? a cria é separada da mãe.
Depois, é aprisionada e sujeita a torturas inomináveis para que "a sua alma seja quebrada" e ceda à vida em cativeiro. Esta foi uma prática comum na Tailândia durante anos ? e ainda acontece diariamente. Vai por isso levar algum tempo a alterar toda uma cultura de relação homem/elefante, mas esse trabalho já está a ser feito com bastante sucesso e visibilidade.
Muitos antigos treinadores estão a juntar-se a santuários onde não é permitido montar elefantes ("no riding!") para se tornarem tratadores e onde a sua experiência com os animais é aproveitada para os reabilitar ? aos homens e aos bichos, a ambos ao mesmo tempo ? para uma vida em comunhão de dignidade e respeito. Muitos destes homens que exploram os elefantes ? são conhecidos por mahouts ? fazem-no por necessidade básica, para conseguirem alimentar as suas famílias, fugir à miséria e à pobreza. A estratégia de lhes oferecer emprego num santuário onde são educados para os direitos dos animais e transmitirem essa mesma educação a quem visita o lugar tem funcionado como único caminho para uma mudança efetiva de mentalidades. Este não é um caminho unânime. Entre defensores dos direitos dos animais há quem acredite que se está a substituir uma forma de exploração por outra e que a única hipótese ética, válida e justa é lutar para que os elefantes não sejam retirados dos seus habitats naturais e vivam em intocável liberdade.
Mas quais habitats naturais, se o homem já ocupou quase tudo? O que fazer a todos os elefantes que já foram explorados? E aos elefantes doentes e que sofrem acidentes porque os seus territórios originais foram ocupados por humanos e a natureza está irremediavelmente desequilibrada? Ignoram-se? Deixam-se ao abandono? Fará sentido combater a lógica dos santuários ou, antes pelo contrário, apertar o cerco aos mesmos e garantir que fazem um bom trabalho?
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O objetivo dos santuários credíveis é mostrar que os elefantes podem ser uma fonte de rendasem serem explorados, uma força económica transformadora e poderosa, incentivando ao mesmo tempo decisões humanas mais corretas no que aos animais diz respeito e transformando de forma progressiva um meio cultural e historicamente muito sensível.
Existem alguns santuários na Tailândia, mas convém verificar antes se são de facto santuários ou um embuste, porque também os há. Os que oferecem "riding" são para excluir imediatamente. O Elephant Nature Park em Chiang Mai, no norte da Tailândia, é uma referência absoluta e este que visitei em Krabi, muito mais pequeno, segue a mesma escola. Krabi, porque está focado na recuperação de animais idosos. Todos os animais que lá estão já têm "a alma quebrada" e por isso foram resgatados de um passado de horrores.
Quando chegámos ao terreno do santuário, vestimos uma espécie de farda de tratador, apropriada para as várias funções de voluntariado que vamos cumprir.
O primeiro ponto onde vemos os elefantes é um lugar de apresentação e de reflexão, onde os responsáveis pelo santuário explicam de forma breve a lógica que preside ao mesmo e nos apresentam os elefantes que ali estão. Quemsão, que idade têm, que passado de violência os levou até ali.
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Os elefantes que estão no santuário de Krabi são todos adultos, alguns idosos e têm expostas marcas no corpo como resultado das violências a que foram sujeitos antes de serem resgatados. Um trabalhava no circo, outro era usado como táxi, outro fazia transporte de madeiras e por aí fora. Resultado: há elefantes cegos, com as orelhas cortadas, mutilados no dorso. Todos eles de alguma forma marcados.
Depois da explicação são distribuídos sacos em pano cheios de bananas para que nos aproximemos pela primeira vez dos elefantes, oferecendo-lhes a iguaria. Para que nos possam cheirar, perceber as intenções, sentir. Dos sentidos, fica para sempre o primeiro contacto com a pele do elefante, rugosa, quente e húmida.
Sente-se o coração a bater por baixo da pele morna e, ainda assim, tão sofridos e tão ternos. Todos os animais que estão no santuário de Krabi (só fêmeas) estão ali para esquecer as maldades que os humanos lhes fizeram e registar novas memórias da nossa espécie, agora só com ternura, afeto, mimo e carinho. Por tudo isto, encontramos bichos que confiam em nós e que se deixam mimar. Andam livres e não são obrigados a fazer nada, nós, visitantes, é que andamos ao ritmo deles. Se não lhes apetece estar na nossa companhia desaparecem pelo mato e regressam quando querem.
Nas atividades de formação de visitantes aprendemos sobre o que necessitam para se sentirem felizes num ambiente que não sendo absolutamente livre, é pensado ao pormenor para que estejam alegres e saudáveis. Alimentam-se do pasto circundante e aprendemos a fazer uma mistura medicinal de ervas, tamarindo, açúcar de coco e sal, que os ajuda no trânsito intestinal e que substitui alguns nutrientes que já não conseguem encontrar na natureza adulterada pelo homem.
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Também os banhos de lama (fundamentais para que a pele se mantenha fresca e protegida dos raios de sol e dos mosquitos) são feitos com a participação dos visitantes. É mágico entrar com os elefantes para o rio de água fresca onde mal sentem a água se deitam como crianças e mergulham brincando com a água ? e que momento de humildade para um ser humano partilhar o rio com o elefante e sentir-lhe uma leveza inesperada, uma felicidade genuína e a sensação de conexão total com a terra mãe.
Mais tarde percebemos que no Elephant Park, em Chiang Mai, o tal santuário que serve de referência para todos os outros, há um ano que aboliram os banhos no rio com os voluntários. Refletiram e consideraram que os elefantes têm o direito a tomar banho sem serem incomodados, para nadarem e brincarem sem constrangimentos e preocupações com os humanos minúsculos ali ao lado. O banho é um momento de intimidade e a intimidade dos animais deve ser respeitada. Ficámos a pensar seriamente nisto. Esta experiência não é sobre nós, humanos, é sobre eles, elefantes. O objetivo não é, nem pode ser, que nós tenhamos uma experiência inesquecível, mas sim que eles recuperem de memórias traumáticas que a nossa espécie lhes provocou e consigam criar novos registos sobre nós, humanos, registos pautados pelo respeito pela sua individualidade e dignidade. Como só lemos esta atualização pedagógica depois da experiência, não tivemos consciência de que o que fizemos era, na verdade, errado. Desejamos agora que no santuário de Krabi, tal como em Chiang Mai, deixem de praticar os banhos com os voluntários.
A visita ao santuário de Krabi termina com uma passagem pelo Southern Elephants Hospital, um hospital que cuida dos elefantes doentes de toda a região sul da Tailândia e que este santuário financia. Esta visita é extremamente violenta e não aconselhável a pessoas mais sensíveis. Aqui não é possível filmar ou tirar fotografias. No grupo onde estávamos integradas, houve quem regressasse à carrinha sem conseguir cumprir a visita até ao fim.
O primeiro doente que visitámos tem três anos, está deitado numa cama gigante, usa fralda e, por razões que se prendem com a sua própria segurança, está imobilizado para que não faça movimentos bruscos. Esta cria caiu de uma ravina de quatro metros e fez uma lesão medular muito grave. Os veterinários estão a tentar recuperá-la com acupuntura e estimulação elétrica. Não sabem se voltará a andar, mas ainda não desistiram dela. Se não conseguir recuperar da lesão, será eutanasiada. Foi das imagens mais devastadoras que vimos na vida.
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Mais à frente, outra cria imobilizada numa cama. Esta com uma lesão muito menos grave: partiu uma perna. Não nos sabem explicar como aconteceu. Foram buscá-la a um terreno depois de uma denúncia anónima pedindo ajuda para a tratar.
No fundo do pátio do hospital, uma visão que para sempre nos perseguirá: um elefante adulto, de pé, anda de um lado para o outro sem sossego em movimentos automáticos e repetidos. Enlouqueceu na sequência de maus-tratos prolongados.
Se preferíamos ter ficado com a memória cheia de sentimentos belos (e verdadeiros) que a experiência no santuário de Krabi nos proporcionou? Preferíamos, sim. Mas não seria um retrato da realidade. A realidade é que apesar do caminho do bem já ter sido iniciado, existem ainda muitos elefantes na Tailândia a viver num sofrimento atroz. E para nós, apesar de muito chocante, foi determinante ver com os nossos próprios olhos e sentir que estamos num momento de mudança em que todas as testemunhas, conscientes e informadas da realidade da vida dos elefantes, serão mais uma força cúmplice para que estes seres magníficos não desapareçam do planeta.
Os elefantes não esquecem e nós jamais esqueceremos o que vivemos com os elefantes.
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A minha memória ? e da minha companheira de aventura, fotógrafa, veterinária de formação e ativista dos direitos dos animais ? será para sempre guardiã da história dos elefantes e enquanto vivermos, tudo faremos para os ajudar a encontrar de novo o caminho para a liberdade que nunca deviam ter perdido. Esta reportagem é o nosso primeiro contributo.
Agradecimentos:
Turismo da Tailândia em Portugal
Canon Portugal
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Foto: Joana Meneses1 de 87 /Rita Ferro Rodrigues, Tailândia
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Foto: Joana Meneses31 de 87 /Rita Ferro Rodrigues e as fardas de tratador no Santuário de Elefantes de Krabi
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Foto: Joana Meneses34 de 87 /Santuário de Elefantes de Krabi e os banhos de lama
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Foto: Joana Meneses43 de 87 /Bananas para oferecer aos elefantes na primeira interação
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