Sentámo-nos na SÁLA de João Sá

E provámos gastronomia portuguesa feita com amor.

31 de janeiro de 2019 às 07:00 Aline Fernandez

Uma das melhores razões para ir à Rua dos Bacalhoeiros, em Lisboa é o restaurante com largas janelas de vidro que fica no número 103. O interior resume a filosofia do SÁLA com um design minimalista, mas rústico, que convida a relaxar no sofá ou numa das aconchegantes cadeiras e degustar as maravilhas que saem da cozinha vista através do balcão.

A sensação de estar entre amigos confirma-se com os cocktails preparados por Sérgio Matão que dão início à refeição. Entregue-se à criatividade do barman e se precisar de uma dica, peça sem medo o Smith hot rum (€8,50), cocktail com rum envelhecido, maçã, lima e natas. Os cocktails são uma boa opção para manter durante a refeição e harmonizar com os pratos, caso não queira acompanhar com vinho. Mas vinhos também não faltam e, no caso do SÁLA, muito bem selecionados, tanto pelos métodos de produção especiais, como o Horácio Simões Tradição, ou pela sua história, como o Casal Filgueira.

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A relação com os produtores, aliás, ganha o seu merecido destaque na última página da ementa, onde o chef João Sá agradece a cada pessoa que faz parte de todo o processo da cozinha e do restaurante. É com um tom apaixonado que o chef fala da qualidade dos ingredientes, dedicando toda a atenção à sua sazonalidade. Isso reflete-se na sua cozinha de autor, uma perfeita demonstração de amor à gastronomia portuguesa.

Esse amor começa com o pão caseiro, manteiga do Pico e pasta vegetal (€3,50), que no nosso caso foi uma deliciosa pasta de couve. A seguir, o cheiro invadiu a mesa e os olhos encheram-se com a batata, cogumelos silvestres e trufa preta (€16) a batata chega num lindo formato de croissant. "Gosto desse lado de não dizer muita coisa na ementa, mas quem tiver curiosidade pode perguntar e explicamos tudo", avisou o chef. E no caso do SÁLA, não há más surpresas. "Não servo comida que eu próprio não comesse, nem bebidas que eu não bebesse. Afinal, esta é a minha sala de jantar."

Tão saboroso e surpreendente como o croissant foi o prato seguinte: couves, trigo sarraceno e pimentão (€6). Houve quem não acreditasse que ali estavam apenas couves, mas a verdade é que a textura do prato com o crocante do trigo, o sabor do Kimchi e da massa de pimentão, ambos feitos na casa, tornam esta combinação completamente diferente. "Sou um bocado casmurro. A couve era desvalorizada e a ideia era ter algo bom e interessante, mas que não é óbvio. E aqui chegámos", explicou-nos o chef e contou-nos que, além disso, é um prato que dá para fazer quase o ano todo.

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Para convencer ainda mais o estômago (que já estava feliz), chegou o pampo, mexilhões e limão (€11), com um delicioso e fresco sumo de bivalves, coentros e limão. E para não dizer que saltaríamos a sobremesa (quem pode fazer isto?), provámos os frutos secos, toffee e praliné salgado (€5) e fomos embora com a triste realidade que não estávamos na sala da nossa casa.

O restaurante SÁLA fica na Rua dos Bacalhoeiros 103, 1100-585 Lisboa. Funciona de terça-feira a sábado, das 12h30 às 15h e das 19h às 23h.

1 de 13 Frutos secos, toffee e praliné salgado
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2 de 13 Pampo, mexilhões e limão
3 de 13 Pampo, mexilhões e limão
4 de 13 Couves, trigo sarraceno e pimentão
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5 de 13 Couves, trigo sarraceno e pimentão
6 de 13 Batata, cogumelos silvestres e trufa preta
7 de 13 Pão caseiro
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8 de 13 Um dos cocktails preparados por Sérgio Matão
9 de 13 A equipa do SÁLA
10 de 13 O chef João Sá
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11 de 13 O interior resume a filosofia do SÁLA com um design minimalista, mas rústico, que convida a relaxar no sofá ou numa das aconchegantes cadeiras
12 de 13 O restaurante SÁLA funciona de terça-feira a sábado, das 12h30 às 15h e das 19h às 23h
13 de 13 O restaurante SÁLA fica na Rua dos Bacalhoeiros 103, 1100-585 Lisboa
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