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Moda / Tendências

ModaLisboa: o segundo dia

Entre o arco-íris de Constança Entrudo, as jóias de Carolina Curado e a maravilhosa coleção sem género assinada por Ricardo Andrez, antecipamos o que vamos querer usar no próximo verão. Estes são os criadores portugueses que podem mudar a indústria.

Foto: Hugo Câmara
08 de outubro de 2017 às 15:01 Carlota Morais Pires
Não deixam de ser curiosas e interessantes as escolhas da ModaLisboa para a plataforma LAB, que abraça o experimentalismo de novos talentos, explorando visões e ideias quase opostas. O calendário de desfiles abriu com a apresentação da coleção da Imauve, assinada por Inês Oliveira, que imaginou o guarda-roupa da mulher de agora - as silhuetas são fluidas e hiperfemininas, os materiais leves e encontramos harmonia nas combinações de cores e das formas. Depois, David Ferreira levou-nos numa viagem completamente diferente e deixou-nos espreitar uma parte do sonho e fantasia que alimenta a sua criatividade - vimos gueixas na passerelle e moda avant-garde, exagero nas proporções, puro surrealismo e show off.
Com um universo criativo excitante e uma linguagem de futuro, o coletivo AwaytoMars voltou a inspirar-se nas artes para a criação de 718. Agora a marca uniu-se a Gleeson Paulino, o fotógrafo a quem chama de nómada, por "viajar pelo planeta e expressar a sua visão de humanidade através da sua lente". Algumas das imagens mais especiais de Paulino foram estampadas e reinterpretadas por 718 designers de 85 países, que trabalharam juntos no processo de cocriação.
coleção de Nuno Gama, um guarda-roupa clássico masculino pintado de vários tons de azul e branco, foi apresentado numa performance artística, que juntou dança e música. 
À mesma hora, Constança Entrudo, recém-licenciada pela Central Saint Martins de Londres, apresentava algumas das peças mais vibrantes e com mais personalidade que vimos desde o início da semana de moda de Lisboa, no WonderRoom. Embora faltasse música à apresentação (culpa de um erro técnico da organização), tudo foi pensado ao pormenor na construção de uma imagem que ainda não vimos. É novo, é excitante, obriga-nos a tocar e a querer compreender o conceito, dá-nos vontade de vestir as peças e de ver mais, não só pelo processo criativo que é a espinha dorsal da coleção mas também pelo maravilhoso trabalho manual que vemos em cada casaco ou nos sapatos revestido por linhas de mil cores. 
Ainda no WonderRoom vale também a pena parar para conhecer a coleção de joalharia de Carolina Curado, que concretiza inspirações na natureza e no universo animal, principalmente folhas e insectos, em jóias em latão revestido a ouro. 
Mais tarde, a apresentação da coleção sem género de Ricardo Andrez foi um dos momentos mais relevantes da ModaLisboa. O trabalho do criador português tem personalidade própria, uma linha conceptual forte e vontade de contornar a previsibilidade em inesperadas sobreposições de padrões, cores e texturas. Andrez não deixa o sportswear (que agora vemos em todas as coleções), que sempre fez parte do universo da sua marca, mas consegue reinterpretá-lo e criar um conceito novo, que é tudo de bom: vemos modernidade, é cool, é tudo o que queremos vestir agora.
O dia terminou com a apresentação de Dino Alves, que se inspirou no silêncio para criar uma coleção de verão quase nostálgica, nas cores escuras e nas silhuetas austeras, com vestidos a tapar todo o corpo das manequins. 
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O que é que Constança Entrudo tem?

Sonha com um ateliê caótico, mãos e cara sujas de tinta, padrões caleidoscópicos e novas texturas criadas a partir de fragmentos de tecidos. Constança Entrudo acaba de sair da faculdade, mas já é capaz de trazer mudança e novidade à moda portuguesa.

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