Afinal, qual é o número exato de peças de roupa que precisamos?
Numa era que o consumismo é uma das consequências do capitalismo e também chega à roupa, será que temos ideia de quantas peças de roupa seriam necessárias para vivermos com conforto?

A sustentabilidade na indústria da Moda não é uma questão recente, ainda que continue a ser uma das mais urgentes de debater e fazer mexer. Se por um lado cabe aos governos e às grandes marcas tomarem medidas que tornem a sua prática mais amiga do ambiente, por outro, também cabe aos consumidores optarem por melhores caminhos, dentro do possível que é a sua realidade.
Um grupo de investigadores do Hot or Cool Institute, de Berlim, afirma que cada indivíduo deveria comprar apenas cinco peças de roupa por ano, de modo a cumprir-se com as metas do Acordo de Paris, que visa alcançar a descarbonização das economias mundiais até 2050 e limitar o aumento da temperatura média global a 1,5ºC.

"Estamos a consumir cada vez mais Moda a preços cada vez mais baratos, e com um tempo de utilização mais curto por peça - e isto não faz sentido em termos de clima", afirmou Lewis Akenji, diretor-geral do instituto e co-autor principal do relatório lançado este ano, à Vogue britânica. Países mais ricos como a Austrália, o Japão, Inglaterra e os Estados Unidos são os que possuem uma maior pegada de carbono per capita no que toca à Moda. Na ponta oposta, a Índia, o Brasil, a China, a Turquia e a Indonésia são os que têm a menor pegada per capita. Aliás, nem alcançaram o seu limite de 1,5ºC, segundo o relatório.
Afinal, quantas roupas devo ter?
Setenta e quatro peças e vinte conjuntos no total. É este o número a que chegaram os investigadores, que sugeriram ainda que as pessoas dividissem o seu roupeiro por categorias: seis looks formais de trabalho, três casuais para andar por casa, três outfits de desporto, dois para ocasiões festivas e ainda quatro peças de outwear mais calças ou saias. Um número "bastante generoso", explicou Lewis Akenji à mesma publicação.

Porém, não esqueçamos que as escolhas do consumidor não fazem milagres e que as maiores mudanças têm de vir da própria indústria - a maior parte da pegada de carbono provém da produção de roupa.

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