O poder da moda, além da moda
Com as tendências de primavera/verão já apresentadas nas passerelles, quisemos saber de que forma é que a moda contamina, inspira e invade áreas como a política e o cinema, a sociedade e as diferentes artes.
O jornal inglês The Telegraph acaba de lançar um artigo onde compara o investimento em carteiras icónicas de casas de moda como a Chanel, a Fendi ou a Hermès à aquisição de imóveis, citando leiloeiros que falam da valorização garantida destes objetos de luxo. "Ao contrário do vinho, de obras de arte e de outras peças colecionáveis, as carteiras de luxo nunca desvalorizam no mercado, a não ser que, obviamente, estejam danificadas ou tenham marcas de uso", diz Pontus Silfverstolpe, cofundador do site de leilões Barnebys em entrevista ao The Telegraph. "O valor mais alto que temos registado é o de uma edição especial da Birkin, da Hermès, reinventada por Jean-Paul Gaultier. Foi vendida em leilão por 210 mil euros. Normalmente, quando são leiloadas carteiras clássicas, as licitações começam nos 900 euros", acrescenta.
A garantia da valorização das peças está relacionada com a sua disponibilidade limitada, com a qualidade dos materiais (desde a pele ao metal dos fechos), a produção e, claro, o design. O estado de conservação da carteira vai sempre condicionar o seu valor final mas geralmente, e de acordo com um relatório de venda de objetos de luxo em leilões, há um crescimento médio anual de 8%.
"Carteiras como a Satchel da 3.1 Phillip Lim e a PS1 da Proenza Schouler não são tão antigas ou icónicas, mas tornaram-se it bags e até elevaram as próprias marcas a um novo estatuto, o que é um fenómeno curioso", explica Diana Bastos, editora de Moda da Máxima. Mesmo que os preços destas carteiras não ascendam aos valores astronómicos de uma Birkin ou de uma Kelly, são sempre investimentos seguros - os clássicos que continuam a ser reinventados pelas marcas todas as estações, o que faz com que o seu design não se deixe ultrapassar pelo tempo ou pelas tendências.