Mattel lança primeira Barbie cega
A Mattel acaba de incluir na Barbie Fashionistas – a sua linha mais inclusiva, com bonecas com vitiligo, que usam uma cadeira de rodas ou um membro de prótese, com aparelhos auditivos e sem cabelo – uma boneca negra com síndrome de Down e a primeira boneca cega.

Longe vai o tempo em que ninguém achava estranho que a Barbie, a famosa boneca da Mattel que acaba de fazer 65 anos, fosse loura platinada, vivesse para fazer biscoitos enquanto o Ken não chegava a casa, e tivesse apenas um tamanho. Nas últimas décadas, este modelo de beleza e de estilo de vida foi duramente questionado, quase bombardeado, e, aos poucos, começaram a aparecer outras opções. Uma Barbie mais morena, com bata de médica, com um nadinha mais de carne nos ossos e, subitamente, Barbies para todos os gostos, com profissões diversas, etnias variadas e que refletem, ou fazem um esforço válido para refletir, todos os estilos de vida que uma criança possa reconhecer, sem deixar ninguém de fora.


Depois das profissões, dos tipos de corpos e das etnias, era inevitável que a Mattel continuasse a ampliar a coleção de Barbies tendo em vista um outro tipo de inclusividade: fazer com que crianças portadoras de dificiência se sintam representadas. E é por isso que a marca norte-americana acaba de lançar duas novas bonecas que farão parte da coleção Barbie Fashionistas: a Barbie cega e a Barbie negra com síndrome de Down. Para garantir que os designs das bonecas refletem, com precisão, as comunidades que pretendem representar, a Mattel fez parcerias com a American Foundation for the Blind e a National Down Syndrome Society. A escultura do rosto e do corpo, a roupa, os acessórios, a experiência de embalagem – nada foi deixado ao acaso.

Não é a primeira vez que a marca lança uma boneca com síndrome de Down – isso aconteceu no ano passado –, mas é a primeira vez que lança uma boneca com este síndrome e negra. Por isso, para além dos cuidados que já tinha tido no design primeiro modelo – uma estrutura mais curta, um tronco mais comprido e pouca tonificação muscular; um rosto com uma forma mais redonda, orelhas mais pequenas e uma ponte nasal plana; olhos ligeiramente inclinados, em forma de amêndoa, e a íris com pontos brancos –, desta vez, a Mattel quis certificar-se que ia ao encontro das expetativas da comunidade negra com síndrome de Down. Um dos principais pedidos foi que a boneca tivesse cabelo entrançado.


Mas a grande novidade é mesmo a Barbie cega. Seguindo os conselhos da American Foundation for the Blind, a Mattel criou uma boneca que vem com uma bengala branca e vermelha com uma ponta de marshmallow identificável e que inclui óculos de sol elegantes e funcionais. Para além disso, a Barbie cega tem articulações de cotovelo para garantir o uso confortável da bengala. A boneca foi concebida com um olhar ligeiramente virado para cima e para fora para refletir o olhar de uma pessoa cega.


A Barbie cega e a Barbie negra com síndrome de Down, estarão disponíveis online e nos principais pontos de venda a partir de 1 de setembro e custam 15,99 euros.

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