David Carreira. Confissões sobre roupa interior, onde se vê aos 50 anos, e como lida com a fama
Prestes a celebrar uma década nos palcos, o cantor apresentou a mais recente campanha de roupa interior da Tezenis num showcase intimista, que reuniu fãs, imprensa e amigos. Houve tempo para uma breve conversa com a Máxima.
David Carreira, que celebra 10 anos de carreira este ano, voltou aos concertos com uma estreia especial, que envolveu o lançamento de uma campanha de roupa interior e de treino que filmou recentemente para a Tezenis.
Minutos antes do showcase, onde reuniu amigos e fãs, o cantor e ator conversou com a Máxima sobre temas tão ecléticos como o seu gosto pela Moda, sobre escolhas de roupa interior ou sobre como se vê um dia, em palco, com outra atitude e maturidade.

A coleção pela qual dá o rosto, e que veste na campanha visual, filmada nos Atlântico Blue Studios, é composta por boxers, t-shirts, calções e fatos de treino em cores neutras, e em tecidos que privilegiam o conforto.
De semblante sereno, sorridente e com uma atitude sempre humilde, David Carreira esteve meia hora a cantar algum do seu repertório, como as canções In Love, ou Do Jeito Dela, num concerto que foi de pura cumplicidade com a pequena audiência, e durante o qual chamou Carolina Carvalho, a namorada, para cantar uma das músicas, também ela rosto da marca Tezenis.


Recordas-te do momento em que começaste a prestar atenção à roupa? A querer decidir como te vestias?
Eu só comecei a ter uma ligação com a Moda quando comecei a cantar. Era muito desligado quanto ao que vestia, e ainda hoje sou assim, há dias em que o que apanho primeiro é o que eu visto. Comecei a ter mais gosto pela Moda quando começo a cantar, e quando nos tempos mortos comecei a desenhar o merchandising que lançava no site, e que se vendia nos concertos. No fim da primeira coleção, já sentia que não queria ver a minha cara nos merchanding, então comecei a fazer coisas diferentes, ou com nomes de músicas, ou o alinhamento. Nos últimos quatro anos decidi continuar o merchandising mas também criar a minha própria marca de roupa, a NinetyOne, onde posso criar as roupas que eu gosto de vestir e que nada têm a ver com a minha carreira artística. Uma pessoa que possa ser fã da minha marca de roupa, pode não ser fã da minha música. Esse gosto pela Moda foi crescendo, e à medida que isso também foi acontecendo as marcas começaram a ver que eu tinha esse lado empreendedor à volta da Moda, por isso foram-me propondo colaborações. A Tezenis, por exemplo, já é uma família. Foi num evento da marca que eu conheci a Carol (risos).


Sentes que como mulher, e como tua namorada, a Carolina também influencia o teu guarda-roupa?
A Carol gosta quando eu me visto com um estilo mais "beto", quando estou mais formal, e de vez em quando faço-lhe o favor (risos) e digo-lhe: 'hoje vou-me vestir como tu gostas!' É engraçado que foi precisamente num evento da Tezenis que nos conhecemos.
Qual é o estilo que te faz sentir mais tu próprio?

Eu acredito que eu tenho vários "eus" na Moda. Gosto muito de vestir fato de treino, hoje em dia estou a usar cada vez mais calças largas, pelo conforto. Hoje tenho este boné posto, meio estilo francês, assim justo, confortável, prático, não é preciso pentear (risos). Mas depende das ocasiões. Eu tenho um tipo de roupa para concertos, mais extravagante, outro para o dia a dia, quando estou no estúdio. No estúdio gosto de estar vestido todo de uma cor, são os hábitos que se vão criando. É quase do género: já correu bem numa música, vai-se mantendo, tem um bocadinho de superstição. Adoro usar meias brancas, porque são confortáveis. O conforto, para mim, é obrigatório. Estou numa área em que é preciso estar constantemente a puxar pela cabeça, seja pelo lado criativo, seja pelos videoclips, tenho que estar sempre a sentir-me bem, e confortável.
Nunca sais de casa sem…
A minha mochila. Que eu comprei em 2018 para uma digressão, e que tem imensos compartimentos. Cabe lá tudo, da pasta de dentes ao PC, às joias. Nunca saio de casa sem ela.

Quais são os teus ícones de estilo?
Vou mudando, tenho muitas fases. Gosto do estilo do Maluma, de J. Balvin, do Justin Bieber, houve uma fase que curtia muito o Jaden Smith. Normalmente são artistas, porque ligo muito a música à Moda. A música pode ser uma plataforma para a Moda, e vice-versa, a prova disso é o Kanye West.
Dirias que o teu pai foi o teu primeiro ícone? O que te ensinou essa ligação?
Eu vejo-me daqui a uns anos a vestir o estilo de roupa do meu pai. Não me vejo aos 50 anos a estar assim vestido no palco. A cena do fato… gosto! Estou a ver a série Luis Miguel : La série, da Netflix, sobre o maior artista da América Latina, e eu vejo-me um dia a estar com aquela postura, num concerto muito mais calmo, pausado, mais maduro.
Qual foi a coisa mais extravagante que usaste em palco?
Houve um tour em que eu estava a usar um casaco, com lantejoulas, e os fãs adoravam. A malta que via esse casaco achava que aquilo era caríssimo. Mas era barato, comprado na ASOS. Compro tudo online, não tenho paciência para ir para uma loja e experimentar roupa, desde pequeno. Esse casaco era muito extravagante, em palco resultava bem. Ofereci um desses dois casacos (comprei dois) a um fã. Às vezes guardo peças específicas de tours, que me lembram dessas ocasiões.
Fazes 10 anos de carreira. Criaste uma ligação com os teus fãs?
É engraçado que há um leque de fãs, uma centena pelo menos, que fazem todos os concertos, que eu já os conheço pelos nomes, que tinham 7 e agora tem 17 anos. Essa ligação é muito gira. Daqui a pouco já aqui vão estar a cantar as músicas, e vais ver que todos falam comigo como amigos.
Como aprendeste a lidar com a fama?
Eu nasci em França, até aos 10 anos tive uma infância normalíssima, ninguém me conhecia. Foi mais a partir dos 16 anos, quando entrei na série Morangos Com Açúcar, que comecei a ser mais reconhecido na rua e com tudo o que isso traz. À parte disso, tive uma infância normal e descontraída, mas eu não penso muito nisso.

Qual é a tua peça preferida desta coleção? O que é que a roupa interior tem que ter para ser confortável?
Boxers são a minha peça de eleição. A primeira coleção que eu fiz com a Tezenis também tinha cuecas, mas pedi para fazer só boxers porque era o que me fazia sentir mais confortável. A minha favorita é a que eu estou a usar hoje. Eu uso mais tudo ou preto ou branco. Tudo o que tem bonecos é mais fim de semana, mais Netflix & chill (risos). Depende também da roupa que estou a usar. Calça preta, roupa interior preta, ganga azul, roupa interior branca. Sou daquelas pessoas que gosta de combinar roupa interior com o que visto.
Filmar esta campanha foi desafiante, sobretudo por mostrar mais pele? Ou é natural porque tens o lado da representação?
É sempre estranho mas eu confio muito na equipa da Tezenis. A única grande dificuldade foi com a lesão do braço que fiz durante as gravações da novela Bem Me Quer, e então tive uma fase em fisioterapia, e só tive mais um mês para ficar em forma. Tive ajuda do Lourenço Ortigão, estávamos de férias ao mesmo tempo, e ele ajudou-me a "secar" o corpo, mas consegui manter a linha. Foi um mês intensivo, e foi tudo filmado em agosto.
