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Celebridades

Brigitte Bardot como nunca a vimos: o arquivo secreto de fotografias de Jicky Dussart

Uma mala esquecida num sótão guardava centenas de fotografias inéditas da icónica atriz, captadas por um amigo íntimo e fotógrafo famoso. Agora reunidas num novo livro, mostram uma Bardot espontânea e luminosa, além do mito cinematográfico.

Brigitte Bardot faz mergulho de snorkel no Mediterrâneo nos anos 1960.
Brigitte Bardot faz mergulho de snorkel no Mediterrâneo nos anos 1960. Foto: Ghislain Dussart
12 de dezembro de 2025 às 13:53 Madalena Haderer

Este tem sido um bom ano para os fãs de Brigitte Bardot. Isto, claro, sem contar, ali, com um dia ou dois em novembro em que se pensou que a atriz de 91 anos tinha morrido. Uma doença grave (que não foi divulgada) levou à sua hospitalização e os rumores começaram a circular, acabando por ser desmentidos pela própria no Twitter (novo X), com recurso à frontalidade típica de quem já não tem tempo para parvoíces: “Não sei quem foi o idiota que espalhou essa notícia falsa, mas saibam que estou bem e não tenho intenção de sair de cena.”

De facto, não só não saiu de cena como é musa e protagonista não de um, mas de dois artefactos culturais: um livro e um documentário. Este último, intitulado Bardot (não confundir com a mini-série que saiu em 2023), foi lançado em França no passado dia 3 e ainda não chegou a Portugal. Mas é sobre o livro que aqui nos alongaremos: Brigitte Bardot – Intimate, uma edição da Assouline, que só foi possível por um daqueles raros golpes de sorte: alguém descobriu uma mala cheia de negativos, nunca antes vistos, de fotografias da atriz. 

Brigitte Bardot adorava receber e organizar festas na sua casa, La Madrague, onde trouxe os ritmos da bossa nova.
Foto: Ghislain Dussart
1 de 5 / Brigitte Bardot adorava receber e organizar festas na sua casa, La Madrague, onde trouxe os ritmos da bossa nova.
No set de Viva Maria! no México, em 1965.
Foto: Ghislain Dussart
2 de 5 / No set de Viva Maria! no México, em 1965.
Brigitte Bardot e Sami Frey nos anos 1960.
Foto: Ghislain Dussart
3 de 5 / Brigitte Bardot e Sami Frey nos anos 1960.
Um momento de escuta no estúdio de gravação com Claude Bolling.
Foto: Ghislain Dussart
4 de 5 / Um momento de escuta no estúdio de gravação com Claude Bolling.
Brigitte Bardot – Intimate, uma edição da Assouline
5 de 5 / Brigitte Bardot – Intimate, uma edição da Assouline

O autor dessas imagens é o famoso fotógrafo Ghislain Dussart, conhecido como Jicky, e um dos amigos mais próximos da atriz. Dussart conheceu Bardot em 1953, quando visitava a irmã dela, e a partir daí tornou-se seu amigo e fotógrafo pessoal durante mais de uma década, uma relação marcada pela proximidade e pela sensibilidade na captura de momentos descontraídos e privados, tanto nos bastidores de filmagens como na vida pessoal de Bardot, em especial na sua casa, La Madrague, em Saint-Tropez. Jicky morreu em 1996 e foi só recentemente que, no sótão da sua casa, foi encontrada esta mala que encerrava um pequeno tesouro.

Mas nem só de fotografias vive este novo livro da Assouline. Em colaboração com a própria Bardot, o jornalista e escritor francês Fabrice Gaignault constrói uma narrativa sem filtros que dá vida a estas imagens evocativas, enriquecida pelas palavras e reflexões da atriz, que revisitou e comentou cada uma das fotografias, sentada ao seu lado. A sua voz, terna e livre, ecoa nas páginas, acrescentando emoção e sinceridade a este retrato íntimo. Em Brigitte Bardot – Intimate, somos presenteados com momentos da vida glamorosa da atriz, passados nos bastidores de alguns dos seus filmes mais inesquecíveis e que ajudaram a definir o seu legado, ao mesmo tempo que a vemos longe dos holofotes a conviver com amigos, a dançar, a cantar e a cuidar de animais.

Brigitte Bardot e o realizador Jean-Luc Godard, no set de O Desprezo, em Itália, em 1963.
Foto: Ghislain Dussart
1 de 4 / Brigitte Bardot e o realizador Jean-Luc Godard, no set de O Desprezo, em Itália, em 1963.
Com Patrick Gilles nas Bahamas.
Foto: Ghislain Dussart
2 de 4 / Com Patrick Gilles nas Bahamas.
Bardot, o seu amado cão Guapa e o ator francês Sami Frey.
Foto: Ghislain Dussart
3 de 4 / Bardot, o seu amado cão Guapa e o ator francês Sami Frey.
Com uma peruca, no set de O Desprezo em Itália, 1963.
Foto: Ghislain Dussart
4 de 4 / Com uma peruca, no set de O Desprezo em Itália, 1963.

Não deixa de ser curioso que numa fase tão avançada da vida de Bardot surjam, concomitantemente, duas provas documentais da sua vida e obra, ambas de grande intimidade. No documentário, à semelhança do que se passa no livro, Bardot assume um registo confessional, sendo a primeira vez em décadas que fala, de viva voz, para a câmara, sobre os seus sucessos, turbulências e convicções. O filme combina material de arquivo raramente visto, reconstituições, entrevistas com pessoas de seu círculo e imagens íntimas da sua casa, revelando facetas menos conhecidas da atriz. Bardot admite, por exemplo, ter sofrido de depressão e revela que tentou suicidar-se várias vezes. Fala abertamente sobre o impacto da fama, a pressão dos media, a solidão e as feridas emocionais que daí advieram, bem como sobre o seu ativismo pelos direitos dos animais, à medida que foi abandonando o cinema.

Brigitte Bardot – Intimate, o livro, custa 120 euros e está disponível no da editora. É uma edição de capa dura com 272 páginas. Já o documentário Bardot chegou aos cinemas franceses no início deste mês e, apesar de ainda não estar disponível por cá, a plataforma  já o tem no seu catálogo, sendo possível ver o trailer. Para ver o resto, será, certamente, uma questão de tempo e paciência.

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