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Quando as notícias da detenção de Sean "Diddy" Combs surgiram em setembro, o choque foi imediato. No entanto, para muitos em Hollywood, o desenrolar deste escândalo já era algo antecipado nos bastidores. As acusações que vieram à tona - de violações, incluindo de um menor - envolveram não só processos criminais e civis, mas também o surgimento de teorias da conspiração, levantando inúmeras questões sobre o alcance das alegações e quem mais poderia estar envolvido. Será que tudo o que se especula é verdade?
Agora, é Jay-Z que está acusado, num processo civil, de ter alegadamente drogado e violado, juntamente com Sean "Diddy" Combs, uma rapariga de 13 anos numa festa em 2000, após a cerimónia dos MTV Music Awards, num quarto de hotel em Nova Iorque. Na queixa original, o sujeito vinha identificado como "Celebridade A". O rapper, que é casado com Beyoncé, reagiu às acusações, dizendo que são "tentativas de chantagem". O artista recorreu ao X para deixar claro que vai mover todos os seus recursos para fazer justiça. "O meu advogado recebeu uma tentativa de chantagem, chamada carta de exigência, de um 'advogado' chamado Tony Buzbee. O que ele calculou foi que a natureza destas alegações e o escrutínio público me fariam querer chegar a um acordo", escreveu Jay-Z. "Não senhor, teve o efeito contrário! Fez-me querer expô-lo pela fraude. Portanto, não, não lhe vou dar cêntimo", acrescentou na declaração. "Quem comete um crime destes contra um menor devia ser preso, não concordam? Estas alegadas vítimas mereceriam uma verdadeira justiça se fosse esse o caso", escreveu Jay-Z, acrescentando que a família, incluindo os seus filhos, podem ser afetados pelo processo. "O meu único desgosto é a minha família. A minha mulher e eu vamos ter de sentar os nossos filhos, um dos quais está numa idade em que os seus amigos vão certamente ver a imprensa e fazer perguntas sobre a natureza destas queixas, e explicar a crueldade e a ganância das pessoas", escreveu.
Quanto a Sean Combs, este enfrenta múltiplas batalhas legais: por um lado, um processo criminal instaurado pelo governo federal e, por outro, vários processos civis movidos por indivíduos, conforme relatado pelo Vox. As acusações variam de abuso sexual a conduta imprópria, com vários detalhes ainda a serem apurados publicamente. A equipa de advogados liderada por Tony Buzbee e Andrew Van Arsdale foi rápida em apelar a possíveis outras vítimas para se apresentarem, prometendo que mais de 120 novos processos civis seriam movidos nas semanas seguintes. Este movimento sugere que as acusações contra Combs podem ser apenas a ponta do iceberg.
Uma das revelações mais chocantes tem sido a inclusão de várias figuras de renome na indústria musical e do entretenimento, muitas das quais alegadamente ligadas ao comportamento de Combs. De acordo com o Economic Times, entre os mencionados estão o cantor de R&B Aaron Hall, o produtor musical Harve Pierre, o ator Cuba Gooding Jr., Justin Dior Combs (filho de Diddy), o famoso joalheiro Jacob the Jeweler, o rapper Yung Miami, o DJ e produtor Stevie J, a cantora Kalenna Harper, o cofundador da Interscope Records Jimmy Iovine e o CEO da Universal Music Group Lucian Grainge.
O envolvimento de figuras tão proeminentes pode sugerir uma teia mais ampla de conivência ou, pelo menos, de proximidade a um ambiente em que alegadamente ocorriam comportamentos ilícitos. Estes nomes, alguns dos quais conhecidos por colaborações e presenças nas festas de Diddy, trazem mais perguntas do que respostas sobre o verdadeiro alcance do caso.
Outro nome que emergiu das sombras desta controvérsia é o de Usher. O cantor foi apresentado a Sean Combs em 1994, quando tinha apenas 15 anos, por intermédio do produtor LA Reid. Usher foi enviado para viver com Combs na sua residência em Scarsdale, Nova Iorque, numa fase crucial da sua carreira. Em entrevista à Rolling Stone, Usher descreveu a experiência como "uma introdução a um mundo completamente diferente — especialmente no que toca a sexo". Segundo Usher, a casa de Combs estava frequentemente repleta de raparigas e situações sexualmente explícitas. Ao longo dos anos, Usher tem mantido o silêncio sobre este período, e em várias ocasiões negou ou evitou comentar o que viveu na época. Esta relutância em falar levou muitos a especular que o cantor pode ter medo de retaliações por parte de Combs, uma hipótese alimentada pela cultura de poder e influência que rodeia o rapper.
Uma figura de peso em Hollywood associada ao círculo íntimo de Combs é o ator Ashton Kutcher. Ao longo dos anos, Kutcher não escondeu a sua amizade com Combs, sendo ambos frequentemente vistos em eventos desportivos e festas exclusivas. Em 2018, durante uma entrevista no The Late Late Show de James Corden, Combs foi questionado sobre o que acontecia nas suas famosas festas. A resposta foi vaga, mencionando que "as coisas eram um pouco mais privadas" antes da era das redes sociais, mas mencionou que havia sempre muita dança e bebida. Kutcher, que foi co-anfitrião de uma das icónicas "festas brancas" de Combs para angariação de fundos em 2009, também mostrou desconforto ao relembrar esses eventos. Em 2019, no programa Hot Ones, quando questionado sobre as festas pelo apresentador Sean Evans, o ator disse: "Tenho muitas histórias que não posso contar". Este silêncio, aliado à sua recente polémica envolvendo cartas de apoio ao ator Danny Masterson, também condenado por crimes sexuais, fez com que Kutcher e a sua esposa Mila Kunis se vissem no centro de uma nova avalanche de críticas.
No mundo das teorias da conspiração, poucos nomes têm causado tanto alvoroço como os de Beyoncé e Jay-Z. O casal, amplamente conhecido pelo seu poder e influência no meio musical, tem sido associado a Combs ao longo dos anos, desde colaborações musicais a aparições em festas organizadas por Diddy. Recentemente, nas redes sociais, surgiram teorias bizarras sugerindo que Beyoncé teria conhecimento das alegações contra Combs. Vídeos no TikTok, nos quais utilizadores "agradecem" a Beyoncé de forma enigmática, tornaram-se virais, dando força à ideia de que ela sabe mais do que deixa transparecer. Essas teorias ganharam ainda mais tração com a partilha de vídeos antigos, como o discurso de Adele nos Grammys de 2017, quando esta disse que Beyoncé merecia o prémio de Álbum do Ano. Alguns sugerem que essas "demonstrações de gratidão" podem ser uma forma de proteger figuras como Beyoncé de retaliações dentro da indústria. Embora não haja qualquer prova concreta que ligue a cantora aos crimes de Combs, as especulações persistem, alimentadas pela presença constante do casal nas esferas de poder do entretenimento.
Por fim, uma das mais antigas e persistentes conspirações que envolve Sean Combs é a sua alegada ligação aos assassinatos de Tupac Shakur e The Notorious B.I.G., ocorridos nos anos 90. Embora nunca tenha sido provada qualquer associação verdadeira de Combs com esses crimes, as acusações ressurgiram com a sua recente detenção. Figuras como 50 Cent e Eminem, ambos conhecidos pela aversão a Combs, têm sido alguns dos mais fervorosos a promover a ideia de que Diddy esteve envolvido de alguma forma na morte de Biggie, especialmente dado o contexto da rivalidade entre a Costa Leste e a Costa Oeste do hip-hop dessa altura.
Enquanto o caso contra Sean "Diddy" Combs continua a desenrolar-se, é difícil separar os factos das especulações. O que é claro é que as teorias são graves e têm implicações profundas não só para Combs, mas também para várias figuras do mundo do entretenimento. À medida que mais detalhes surgem, o público continuará a acompanhar de perto, tentando desvendar o que é verdade no meio de tantas conspirações e segredos, que só a justiça poderá provar.