Kirstie Alley. Os melhores e piores momentos da atriz de 'Cheers'
Nascida em 1951, Kirstie Alley conseguiu vencer no mundo da sétima arte, arrecadando inúmeros prémios e nomeações ao longo da sua carreira. Contudo, também deixa um legado de controvérsias e opiniões polémicas. A atriz morreu aos 71 anos, vítima de um cancro.
Foto: Getty Images06 de dezembro de 2022 às 12:29 Ana Filipa Damião
O mundo ficou em choque quando descobriu que Kirstie Alley, conhecida por participar na série Cheers, Aquele Bar e por contracenar com John Travolta, morreu aos 71 anos. A notícia foi avançada pelos filhos da atriz através das redes sociais, na qual explicaram que a mãe tinha perdido uma batalha contra o cancro, recentemente descoberto. "Esteve rodeada da família mais próxima e lutou com grande força, deixando-nos com a certeza da sua incessante alegria de viver (...). Tão icónica quanto ela era no ecrã, ela era uma mãe e avó ainda mais incrível".
Foi com a personagem Rebecca Howe, da série Cheers, Aquele Bar da NBC, que Kirstie Alley chegou ao estrelato, em 1987. Inicialmente para substituir Shelley Long no elenco, acabaria por permanecer na sitcom até ao seu final, em 1993. A sua perfomance na série arrecadou-lhe um Emmy de melhor atriz principal numa série de comédia em 1991.
Em 1989, destacou-se no grande ecrã ao lado de John Travolta com o filme Olha Quem Fala, no qual interpretava a mãe de um bebé cujos pensamentos eram expressados por Bruce Willis, e alguns anos mais tarde, ganhou um segundo Emmy na categoria de melhor atriz principal numa minissérie ou filme televisivo com o filme Prisioneiro do Silêncio(1994), que relatava a vida de uma mãe e o seu filho autista.
A carreira da norte-americana estava lançada. Em 1997, vestiu a pele de Veronica Chase, dona de uma empresa de lingerie, na sitcomVeronica’s Closet, dos mesmos criadores de Friends, que lhe valeu uma nomeação ao papel de melhor atriz de comédia nos Globos de Ouro de 1998. Star Trek II: A Ira de Khan (1982), It Takes Two (1985) e Scream Queens (2015) são outras das suas obras mais conhecidas.
Comentários no Twitter
Com mais de vinte anos de carreira, é certo que Kirstie Alley deixou a sua marca tanto em Hollywood como no universo da sétima arte. E por vezes não pelos melhores motivos. A atriz esteve envolvida em inúmeras controvérsias, sendo duas delas o seu apoio ao antigo presidente norte-americano Donald Trump e o seu passado com drogas.
A atriz recorreu ao Twitter para revelar que consumiu drogas durante alguns anos até largar o vício. "Deixei as drogas em 1979 e jurei gastar o dinheiro que gastava em drogas em flores", escreveu num tweet acompanhado por uma fotografia de flores. Numa entrevista com Howard Stern em 2013, confessou que tinha experimentado cocaína pela primeira vez quando tinha 25 anos, depois do seu primeiro divórcio, em 1977. "Tinha ouvido que fazia as pessoas felizes e animadas e eu estava um pouco deprimida", disse, segundo o The Daily Mail.
No início do ano, comentou a guerra da Ucrânia: "Não sei o que é real e o que é falso nesta guerra. Então não vou comentar sobre isso. Prefiro rezar", disse no Twitter. Recorde-se que Alley acreditava na igreja da Cientologia, uma religião desenvolvida por L. Ron Hubbard que aborda o espírito em detrimento do corpo ou mente do indivíduo e na qual o "homem é um ser espiritual imortal".
As opiniões estranhas da atriz não ficam por aqui. Numa entrevista do ano passado, publicada pelo jornal The Independent, a atriz afirmou que era mais aceitável "cozinhar metanfetaminas e dormir com prostitutas, desde que aparentemente não tenham votado no Trump", do que ser-se republicano em Hollywood.
Noutra publicação, partilhou a sua opinião sobre os termos neutros linguísticos que as pessoas estavam a adotar a fim de serem mais inclusivas, como por exemplo a expressão chest-feeding ("alimentação de peito") em vez de breast-feeding (amamentação, restringida ao sistema feminino).
"Estou um pouco cansada de degradar e anular as mulheres e as suas capacidades. A amamentação é uma das nossas capacidades. Parem com a anulação das mulheres por causa dos lunáticos. A igualdade de direitos não é igual a insanidade", disse. "O meu único ponto aqui hoje é não deixar que a insanidade vos obrigue a fingir que concordam com a insanidade. Faz parte da insanidade envergonhar-vos para que concordem", concluiu.
Foto: @kirstiealley
Um incidente do mesmo género aconteceu em 2020, quando a atriz criticou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas por implementar novos padrões de inclusão para os Óscares de 2024 - cada obra terá de implementar minorias étnicas e sexuais em várias posições, dos atores à equipa técnica.
Na altura com 69 anos, Alley escreveu: "Isto é uma vergonha para todos os artistas… Vocês perderam a cabeça. Controlem os artistas". Mais tarde, refez o seu comentário, pois sentiu que não fazia passar a sua verdadeira ideia. Ou seja, de que apoiava a 100% a inclusão e a tolerância, mas que se opunha às "percentagens arbitrárias relativas à contratação de seres humanos em qualquer negócio".