Desde 2021 que um rumor tem assombrado os círculos de conspiração, envolvendo a identidade de Brigitte Macron, professora e mulher do presidente francês Emmanuel Macron. De acordo com as alegações, Brigitte terá nascido com o nome de Jean-Michel Trogneux. Depois de uma investigação, os meios de comunicação social franceses atribuíram a origem da história a um artigo escrito num jornal de extrema-direita por uma mulher chamada Natacha Rey. Segundo o jornal francês Libération, o artigo foi depois divulgado pela médium Amandine Roy, numa emissão muito vista no YouTube.O rumor, embora sem qualquer apoio político ou factual, encontrou solo fértil entre propagadores de teorias da conspiração que o utilizaram para incitar ódio contra o presidente Macron e a primeira-dama. Apesar de infundada, a mentira continuou a proliferar, alimentada pelo anonimato das redes sociais e pela disseminação de desinformação.
O rumor voltou a surgir recentemente, no Dia Internacional da Mulher, com o presidente Macron a ser confrontado por um repórter sobre os ataques sexistas dirigidos à sua mulher. Em resposta, Macron lamentou as "informações falsas" que perturbam a privacidade do casal, reconhecendo implicitamente a natureza prejudicial dos boatos, afirmando: "Informações falsas e cenários montados e pessoas que acabam por acreditar neles, perturbando a privacidade. É tudo o que vou dizer". O jornalista prossegue dizendo que há pessoas "que dizem que a sua mulher é um homem." Ao que Macron respondeu: "Sim, é verdade, há muita gente loucas por aí", conta o Libération.
Diante da disseminação desse boato e das consequências prejudiciais, o gabinete de Brigitte Macron anunciou medidas legais para combater a difamação e proteger a privacidade. Duas ações legais foram iniciadas, incluindo uma queixa-crime por difamação e uma convocatória civil por violação da privacidade e direitos de imagem. Enquanto o caso está em andamento, o advogado de Brigitte Macron sublinhou a importância de não alimentar ainda mais a polémica, optando por não processar outros indivíduos que espalharam a teoria infundada.