Verdade ou mito. Temos de esperar 30 minutos depois de comer para entrarmos na água?
Durante anos, a ideia de que é perigoso nadar logo após comer foi passada de geração em geração como uma regra de ouro do verão. No entanto, a ciência moderna desmonta essa ideia: comer antes de nadar não aumenta o risco de afogamento.

Durante décadas, a frase “espera 30 minutos depois de comer antes de entrares na água” ecoou nos ouvidos de muitas crianças à beira da piscina. Repetida por pais, avós e até monitores de natação, esta recomendação tornou-se uma regra de verão. No entanto, a ciência atual deixa claro: esta crença não passa de um mito.
A ideia de que nadar após uma refeição pode causar ou a um choque térmico ou cãibras perigosas que, consequentemente, levariam ao afogamento, nunca foi apoiada por dados científicos robustos. De facto, segundo especialistas como Chris Whipple, enfermeiro registado e membro do Conselho Consultivo Científico da Cruz Vermelha Americana, citado num artigo do The Washington Post, não há qualquer evidência de que comer antes de nadar aumente o risco de afogamento, seja para nadadores recreativos ou atletas profissionais.
O mito assenta numa explicação fisiológica intuitiva, mas incorreta: quando comemos, o sangue é desviado para o sistema digestivo, deixando os músculos com menos oxigéniio e mais propensos a cãibras. Outra versão sugere que o esforço físico após comer interfere na digestão, provocando náuseas ou vómitos. No entanto, Michael Levine, professor de medicina de emergência na Universidade da Califórnia em Los Angeles, conta ao The Washington Post, a quantidade de sangue que muda de direção durante a digestão é mínima. O risco real de uma complicação grave associada a este fenómeno é, nas suas palavras, “praticamente nulo”.
E o que dizem as autoridades de saúde? Importa sublinhar que nenhuma das principais instituições de saúde e segurança - incluindo a Cruz Vermelha, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) ou a Organização Mundial da Saúde - faz qualquer recomendação no sentido de evitar nadar após as refeições. Ou seja, não existe qualquer base oficial que justifique a regra dos 30 minutos.
Aliás, estudos realizados desde os anos 60 analisaram o impacto da alimentação no desempenho físico, incluindo a natação. Numa dessas investigações, 24 nadadores realizaram provas de resistência após refeições ligeiras, com diferentes intervalos de espera entre a alimentação e o exercício. Os resultados foram consistentes: não se registaram efeitos adversos.
Apesar de o mito da refeição antes da natação não ter base científica, convém não esquecer que o afogamento é, de facto, um problema sério. Nos Estados Unidos, é a principal causa de morte acidental entre crianças com idades entre 1 e 4 anos, e a segunda entre os 5 e os 14, segundo os dados dos CDC. As causas reais destes acidentes variam entre problemas médicos como convulsões ou desmaios e a fadiga muscular provocada por esforço prolongado. Neste contexto, o que realmente salva vidas é a supervisão adequada, o ensino da natação e a promoção de comportamentos seguros dentro de água - não a imposição de uma espera arbitrária após comer.
Resumindo, a velha máxima de esperar meia hora depois de comer antes de entrar na água pertence ao domínio das boas intenções, mas não da ciência. Comer uma refeição leve antes de nadar não representa um perigo e pode até ser benéfico. O mais importante continua a ser a segurança na água, através de vigilância, educação e bom senso.

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