Serão os comestíveis de canábis mais eficazes do que fumar? O que se sabe
Enquanto o primeiro oferece uma experiência mais prolongada, o segundo proporciona alívio imediato. Cada método oferece uma experiência distinta, tanto em termos de efeitos como de impacto na saúde.

Quando se fala em canábis, muitos ainda associam o consumo ao clássico "charro". No entanto, este universo está longe de se limitar ao fumo. Nos últimos anos, os comestíveis de canábis – desde gomas a bolachas e até chocolates – ganharam popularidade, especialmente entre quem procura alternativas "mais saudáveis". Mas afinal, será que os comestíveis são melhores do que fumar? Ou pelo contrário? A resposta depende do que se procura: efeitos, saúde ou até mesmo o nível de experiência com a planta.
Uma das maiores diferenças entre fumar e consumir comestíveis é a forma como o corpo processa o THC, o composto responsável pelos efeitos psicoativos da canábis. Ao fumar, o THC é rapidamente absorvido pelos pulmões e transportado para a corrente sanguínea, o que faz com que os efeitos sejam quase imediatos – podem surgir em poucos minutos e durar até quatro horas. Por outro lado, os comestíveis seguem um caminho diferente: o THC é metabolizado no fígado antes de ser absorvido, o que demora mais tempo, entre 30 minutos a algumas horas, afirma Daniel Barrus, um farmacologista da organização de investigação sem fins lucrativos RTI International, num artigo do New York Times. No entanto, porque os efeitos dos comestíveis são muito mais intensos e duradouros, podendo prolongar-se por até oito horas, podem, por vezes, induzir um efeito mais intenso e intoxicante do que fumar, acrescenta James MacKillop, diretor do centro de investigação sobre a canábis medicinal da Universidade McMaster, no mesmo artigo. Para quem precisa de alívio prolongado, como no caso de dores crónicas ou insónias, tal pode ser uma vantagem.

E quanto à saúde? É aqui que os comestíveis podem apresentar uma vantagem. Fumar qualquer substância envolve combustão, e isso significa inalar alcatrão e outras substâncias irritantes. Apesar de a canábis não conter os mesmos químicos nocivos que o tabaco, o fumo pode causar irritação das vias respiratórias, tosse crónica e até bronquite. É verdade que os estudos ainda não são conclusivos sobre uma ligação direta entre fumar canábis e doenças pulmonares graves, como o cancro, mas os riscos estão lá. Já os comestíveis eliminam completamente este problema. Como são ingeridos, o impacto direto nos pulmões é inexistente. No entanto, um alerta: o facto de serem "mais saudáveis" não significa que sejam inofensivos. Os comestíveis podem ser traiçoeiros para quem está a começar, já que os efeitos demoram a surgir. Isso leva muitas pessoas a cometer um erro comum - consumir mais do que o necessário. O resultado? Uma experiência intensa e muitas vezes desagradável, marcada por ansiedade, desorientação e até náuseas.
Outro ponto que diferencia os dois métodos é a precisão das doses. Nos comestíveis regulamentados, a quantidade de THC é geralmente clara, o que facilita o controlo. Cada goma ou bolacha indica exatamente quantos miligramas contém, permitindo que se ajuste o consumo às necessidades. Fumar, por outro lado, é uma experiência mais imprevisível. A potência pode variar conforme a qualidade da canábis ou a quantidade usada, o que dificulta a consistência nos efeitos. Para quem procura uma experiência controlada e previsível, os comestíveis são uma escolha mais segura. No entanto, exigem paciência – e disciplina.
Mas nem tudo nos comestíveis é perfeito. Para os utilizadores medicinais que precisam de alívio imediato – como no caso de náuseas intensas ou dores agudas –, o fumo (ou mesmo a vaporização, que é menos prejudicial para os pulmões) é imbatível em termos de rapidez. Da mesma forma, para quem não gosta de esperar ou não está habituado aos efeitos prolongados, os comestíveis podem parecer um pouco intimidantes. Por isso, para iniciantes, a regra é sempre começar devagar, afirmam os especialistas. Uma dose baixa, como 2,5 ou 5 mg de THC, é mais do que suficiente para avaliar a tolerância e evitar surpresas desagradáveis.

No final, escolher entre comestíveis e fumar depende do estilo de vida, necessidades e objetivos.

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