O que comer e beber quando estamos constipados, segundo especialistas
Na luta contra a constipação, não existem alimentos milagrosos, mas escolhas alimentares bem pensadas podem fazer uma grande diferença. Filipa Costa, nutricionista do Trofa Saúde - Alfena e Maia, conversa com a Máxima sobre o que devemos de adotar na nossa alimentação para conseguirmos ter uma recuperação mais rápida.

Estar constipado é uma experiência universal, mas desconfortável. No entanto, a forma como nos alimentamos e hidratamos durante este período pode fazer toda a diferença na recuperação. Como explica a nutricionista Filipa Costa, do Trofa Saúde - Alfena e Maia, não existem alimentos milagrosos que eliminem uma constipação, mas uma dieta equilibrada e reconfortante, aliada a uma boa hidratação, pode ajudar o corpo a combater a infeção e aliviar os sintomas.
Entre os alimentos destacados por Filipa Costa, a sopa, especialmente a canja de galinha, é apontada como uma opção de excelência. Este prato clássico, além de ser uma fonte eficaz de hidratação, combina proteínas, hidratos de carbono e vitaminas provenientes dos legumes, criando uma refeição completa e nutritiva. Como sublinha a nutricionista, "é essencial salvaguardar a ingestão proteica e de hortofrutícolas, que fornecem vitaminas e minerais cruciais para o bom funcionamento do sistema imunitário". Estudos como os conduzidos por Stephen Rennard, da Universidade do Nebraska, sugerem que a canja pode até ter propriedades anti-inflamatórias, embora os seus maiores benefícios sejam frequentemente emocionais. Como refere Rennard ao The New York Times, o ato de alguém preparar uma sopa com dedicação é, em si, uma forma de cuidado que contribui para o nosso bem-estar.

Além disso, o mel também ocupa um lugar de destaque na recuperação de uma constipação. Este ingrediente natural, com propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias, é eficaz para aliviar a tosse, sobretudo em crianças, como demonstram diversos ensaios clínicos. Filipa Costa reforça a importância de "ter cautela no uso do mel em crianças menores de um ano, devido ao risco de botulismo". Já para os restantes grupos etários, o mel pode ser consumido puro ou misturado em chá quente, sendo uma opção prática para aliviar o desconforto na garganta.
A hidratação desempenha igualmente um papel essencial durante a recuperação. Segundo Filipa Costa, "o essencial durante esta fase é manter a hidratação e facilitar a ingestão de líquidos através de bebidas quentes ou sopas reconfortantes". Água, infusões e caldos são excelentes escolhas, com as bebidas quentes, como chá com limão e gengibre, a trazerem benefícios adicionais. O gengibre, além de apaziguador, possui propriedades anti-inflamatórias que aliviam sintomas como dores de garganta e náuseas, sendo um complemento versátil em várias receitas.
Embora haja um mito associado aos lacticínios, que muitas pessoas acreditam aumentar a produção de muco, a ciência não corrobora completamente esta ideia. Como refere o The New York Times, estudos mostram resultados variados, mas para a maioria das pessoas, os produtos lácteos não agravam os sintomas. Filipa Costa sublinha que, durante uma constipação, o importante é "priorizar a ingestão de alimentos que sejam tolerados e que ofereçam um equilíbrio nutricional", pelo que os lacticínios podem ser uma opção válida, a menos que causem desconforto individual.

As frutas ricas em vitamina C, como laranjas, kiwis e morangos, também são recomendadas pela nutricionista, uma vez que "fornecem antioxidantes que ajudam o corpo a combater a infeção". Este reforço de vitaminas e minerais deve ser acompanhado por uma alimentação equilibrada e variada, incluindo fontes de selénio, ferro e magnésio, nutrientes fundamentais para o sistema imunitário.
Embora alguns alimentos sejam altamente benéficos, é essencial reconhecer os limites da sua ação. Como explica a especialista, "não existem superalimentos que curem infeções virais, mas uma alimentação cuidada e um estilo de vida saudável são cruciais para reforçar o sistema imunitário e melhorar a recuperação". Este equilíbrio, associado a práticas como exercício físico regular e descanso adequado, constitui a base para prevenir constipações futuras e manter a saúde geral.
Em última análise, cuidar da alimentação e da hidratação quando estamos constipados não se trata apenas de acelerar a recuperação, mas de adotar hábitos que promovam o bem-estar geral. Como afirma Filipa Costa, "a prevenção é a chave", e isso começa com escolhas conscientes, tanto na mesa quanto no dia a dia. Assim, embora não exista uma cura milagrosa, há sempre espaço para se nutrir com conforto e atenção durante os momentos de maior vulnerabilidade.

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